A recuperação das franquias superou as expectativas do setor. “No terceiro trimestre de 2021, voltamos ao patamar de 2019. Esperávamos crescer 8% no acumulado do ano, mas tudo indica que chegaremos aos 9%”, afirma André Friedheim, presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising).
Com base no desempenho das franquias neste ano e na capacidade de adaptação de alguns segmentos às demandas geradas pela pandemia, Friedheim diz ser possível fazer algumas apostas para 2022.
O ramo de turismo e hotelaria ocupa o topo da lista. De acordo com a Pesquisa Trimestral de Desempenho do Setor, realizada pela ABF, o crescimento do setor no terceiro trimestre foi de 53,1%, impulsionado pela demanda reprimida.
“Principalmente o turismo local voltou com força, o que deve estimular as franquias de agências, empresas de locação de veículos e redes hoteleiras”, diz ele.
Outra área que se destacou na pandemia e promete se manter em alta é o de educação, com destaque para redes que se adaptaram bem ao formato híbrido. Entram nessa categoria os cursos de idiomas, os preparatórios para concursos públicos e os de especialização, como o profissionalizante de designer de games.
“As pessoas aprenderam na pandemia que os cursos online representam uma oportunidade de maior qualificação. Acabou o preconceito em relação ao ensino a distância”, afirma o presidente da ABF.
No setor de alimentação, algumas mudanças impostas pela pandemia devem permanecer, como o incremento do delivery e a proliferação de dark kitchens, que ajudaram a enxugar custos e simplificar operações. Essa é a opinião de Leonardo Lara, diretor comercial da consultoria Conexão Franquias. “Já vemos até cozinhas compartilhadas”, diz.
Os quase dois anos de crise sanitária também impulsionaram o surgimento de novos modelos de franquias, que têm tudo para continuar em alta. Ganharam força as lojas físicas mais compactas, idealizadas para cidades menores, e os pontos alternativos —caso dos quiosques implantados em supermercados e home centers e das unidades formatadas para condomínios residenciais, como minimercados e lavanderias.
Microfranquias, que tiveram o teto de investimento revisto em 2021 com base nos critérios do Banco Mundial —agora, entram nessa categoria as redes com preço até R$ 105 mil—, vão continuar alavancando o franchising brasileiro, de acordo com as projeções da ABF.
Dentro desse grupo, mantêm destaque o formato homebased, que dispensa a necessidade de ponto fixo, e as franquias do segmento de serviços, sobretudo as especializadas em cuidados de idosos, venda e instalação de equipamentos de energia solar e limpeza.
Para Leonardo Lara, as franquias de baixo investimento inicial são uma oportunidade para um público que entrou com vontade no franchising em 2021: os jovens. “Eles representavam 10% da nossa clientela e, hoje, são 20%, já que muitos empreenderam por necessidade em função do desemprego”, afirma.
Mas, segundo o especialista, é preciso ter cuidado ao investir, porque a popularização das microfranquias levou ao surgimento de muitas redes não associadas à ABF, que prometem lucros incompatíveis com o investimento inicial. “Antes de assinar contrato, converse com outros franqueados, pergunte se o suporte do franqueador é eficiente e se as projeções financeiras estão sendo atendidas.”
5 MICROFRANQUIAS DE SETORES QUE ESTARÃO EM ALTA EM 2022
Clube Turismo (franquiaclubeturismo.com.br)
Segmento Agência de turismo
Unidades 532
Investimento A partir de R$ 5.900
Retorno De 4 a 24 meses
The Kids Club – Inglês Só para Crianças (thekidsclub.com.br)
Segmento Curso de idiomas
Unidades 53
Investimento A partir de R$ 23,5 mil
Retorno De 12 a 36 meses
Cuidare (cuidarebr.com.br)
Segmento Cuidadores de pessoas
Unidades 69
Investimento A partir de R$ 26 mil
Retorno De 8 a 24 meses
Maria Brasileira (mariabrasileira.com.br)
Segmento Limpeza doméstica e corporativa
Unidades 356
Investimento A partir de R$ 36,5 mil
Retorno De 12 a 15 meses
Graviola
Segmento Restaurante de comida saudável
Unidades 7
Investimento A partir de R$ 85 mil
Retorno De 16 a 24 meses
Com informações Folhapress