RPA como agente transformador nas empresas

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*** Por Rogério Mendes 

RPA é a sigla para Robot Process Automation, embora o termo mais comumente usado seja simplesmente “bot” e nessa matéria serão abordados os aspectos técnicos, mas principalmente os aspectos de negócio envolvendo este termo.

É perfeitamente compreensível, que, inicialmente a maioria das pessoas tenham uma certa resistência com o uso desses bots nas empresas, pois a primeira impressão que elas têm geralmente está relacionada com a redução de despesas (nesse caso, com o corte de pessoas), mas ainda sim algumas analogias/perguntas podem ser feitas:

  1. O trabalho dessa pessoa é (realmente) 100% repetitivo?
  2. Este trabalho possui regras/procedimentos claros em sua execução?
  3. Em uma ausência dessa pessoa, este trabalho é facilmente executado por outra?
  4. Todas as decisões são tomadas sempre da mesma forma?

Se a resposta for SIM para essas perguntas, então realmente existe uma excelente oportunidade para automação dessas atividades (trabalho), e o ponto mais importante é que essa pessoa de fato poderá exercer outra função muito mais relevante para a empresa.

Aparentemente pode parecer somente um discurso vazio, mas ainda sim é possível perceber claramente os benefícios quando uma automação é implementada em trabalhos repetitivos… é só comparar como as pessoas (nesse caso principalmente mulheres) lavavam roupa antigamente (nas mãos) e atualmente (máquina de lavar)… basta perguntar a elas se a automação é benéfica ou não?

Por isso, pode-se dizer que a automação (assim como o uso de celulares e computadores) veio para ficar nas empresas e também em nossas vidas, então como podemos “fazer a limonada” e implementar esses bots de forma não traumática para as pessoas?

  1. Deixando claro desde o início que o objetivo NÃO é a substituição de pessoas (tudo bem, pode até ser uma consequência, mas NUNCA pode ser um objetivo)
  2. Procure “humanizar” os bots (acreditem… só fato de você dar nomes a eles, melhora e muito a aceitação pelas pessoas)
  3. Envolva as pessoas na criação e principalmente nas melhorias dos bots.

Tomemos como exemplo o processo manual de lavar roupa

  1. Pegar a roupa
  2. Molhar a roupa
  3. Ensaboar a roupa
  4. Enxaguar a roupa
  5. Verificar se a roupa continua suja (se sim, volte ao item 1)
  6. Estender a roupa

Agora, de forma simples, vamos automatizar o processo

  1. Pegar a roupa (pessoa)
  2. Molhar a roupa (máquina)
  3. Ensaboar a roupa (máquina)
  4. Enxaguar a roupa (máquina)
  5. Verificar se a roupa continua suja (pessoa)
  6. Estender a roupa (pessoa)

Pontos de reflexão desse novo processo

  1. A “pessoa” tem um papel de supervisão (e não de execução da lavagem)
  2. Todo o processo operacional (carga pegada) passou para a “máquina”
  3. O processo não foi 100% automatizado (ou seja, a pessoa não será demitida)

Uma vez que essa pessoa não será demitida, pergunte a ela (novamente) se ela prefere ter ajuda da máquina ou fazer tudo sozinha (com medo de perder o emprego).

É óbvio que este exemplo é didático (e já fora de nossa realidade), mas poderia também fazê-lo com atividades administrativas afinal de contas, quem não conhece “alguém” que fica grande parte do dia somente manipulando planilhas (para gerar dados) ao invés de fazer análise de dados (validar se os dados são relevantes para o negócio)?

Procure seguir (e melhorar) os passos a seguir para implantação de bots na empresa e conseguir colocar as pessoas lado a lado com o projeto:

  1. São as pessoas que irão descrever as atividades repetitivas
  2. São as pessoas que deverão validar se a execução está correta
  3. São as pessoas que irão aprimorar o uso em suas áreas
  4. Crie um cargo/função para isso (no meu caso utilizo: “bot supervisor”)

Até a próxima!!!

Rogério Mendes é um profissional da área de T.I e Inovação, com mais de 25 anos de experiência, formado em Engenharia Elétrica, já concluiu 02 pós-graduações. Trabalhou em grandes empresas nacionais e multinacionais, abrangendo operadoras de telecomunicações e indústrias de diferentes segmentos de mercado,  incluindo experiências internacionais (Índia – 2008 e Espanha – 2016) e atualmente ocupa o cargo de Diretor de TI & Inovação na WAM Group

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