Que tal transformar a sua empresa em uma rede de franquias?

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Antes de tudo, é preciso entender se você e sua empresa têm o perfil necessário para ingressar no franchising (Foto: nappy)

Nenhuma empresa nasce pronta para se tornar uma franquia. O processo exige planejamento e pode levar um tempo para trazer resultados. Também é preciso entender se a empresa e seu dono têm perfil para ingressar nesse modelo.

A análise envolve fatores financeiros, competitivos e comportamentais. Passada essa etapa, vem o processo de estruturação e formatação para transformar o negócio em uma franqueadora.

A revista PEGN conversou com Rogério Gama, diretor de relações institucionais da ABF Rio, para listar as principais etapas para transformar um negócio em franquia. Se você ainda não sabe como funciona esse modelo, veja a reportagem abaixo.

Análise de franqueabilidade

Antes de tudo, é preciso entender se você e sua empresa têm o perfil necessário para ingressar no franchising. A autoanálise é o primeiro passo. Se o projeto soar promissor, a recomendação é buscar uma consultoria especializada no setor para uma avaliação mais precisa. O Sebrae é uma das instituições oferecem esse serviço.

Saúde financeira

Avalie os gastos e resultados da sua empresa. Ela deve ser capaz de gerar lucro suficiente para tornar uma operação de franqueados viável e vantajosa. Afinal, eles precisarão arcar com royalties e taxas características do modelo.

Lembre-se de considerar gastos que talvez não existam na sua operação, mas serão necessários para terceiros – como o aluguel. “Muitos empresários acham que seu negócio é lucrativo, mas não consideram que operam em um imóvel próprio e não pagam taxas a ninguém”, diz Gama.

Diferenciação
O que a sua empresa tem de especial? Para que outras pessoas se disponham a comprar uma franquia, seu negócio deve ter um diferencial significativo em relação ao mercado. Se o ineditismo não está no produto, deve estar na operação – como na forma de vender, nos equipamentos utilizados ou no atendimento. “Por que eu compraria sua empresa e não faria um negócio próprio?”, questiona o diretor.

A atualidade do negócio é outro ponto importante. Basta se lembrar das locadoras de vídeo para entender a importância de avaliar se sua empresa está próxima de se tornar obsoleta.

Mercado
Avalie se há demanda pelo seu produto ou serviço em outras cidades ou regiões além da sua. Se o seu negócio tiver um apelo regional, pode ser mais difícil levar a operação a outros lugares. O grau e a agressividade da concorrência também são um fator relevante. “As iogurterias tiveram um boom e uma competição enorme, mas foram sucumbindo em função da oferta absurdamente superior à demanda.”

Perfil
Administrar uma rede de franquias é diferente de administrar uma empresa comum. É preciso ter em mente, por exemplo, que os franqueados não serão seus funcionários. Você precisará exercer liderança, compartilhar decisões e lidar com conflitos de forma horizontal.

Há menos espaço para a postura do dono que tem sempre a última palavra. “Muitos esperam que os franqueados só copiem e façam tudo o que ele fez. Mas não é mais assim que as coisas funcionam”, diz Gama.

Processo de formatação

Se sua empresa passar no “teste” anterior, inicia-se o processo de formatação para torná-la uma rede de franquias. Em linhas gerais, ele envolve dois aspectos.

Estruturação da empresa
A transferência de conhecimento é uma das principais características do franchising. Por isso, você deve pensar na sua empresa como uma escola: será necessário elaborar manuais, treinamentos e procedimentos para transmitir a experiência e os padrões necessários para os franqueados.

Ela também deverá ganhar departamentos dedicados a essa operação. Em geral, negócios abrem um novo CNPJ para essa frente. “A empresa continuará sendo seu negócio, com suas operações, mas o negócio de franqueadora é outro. Por isso se recomenda ter estruturas distintas”, diz o diretor.

Estruturação do modelo de franquia
Para dar suporte adequado aos franqueados, a rede precisará de departamentos dedicados às diferentes áreas da operação, como expansão, seleção, consultoria e relacionamento. Outro ponto importante é a elaboração da Circular de Oferta de Franquia (COF), um documento apresentado aos candidatos a franqueado, e do contrato de franquia. Uma lei que entrou em vigor neste ano trouxe novas regras para o setor.

Todo esse processo exige um investimento financeiro significativo. Segundo Gama, algumas consultorias adotam uma remuneração revertida das taxas dos primeiros franqueados, o que diminui o valor necessário no momento da formatação. Também há linhas de crédito disponíveis para esse fim.

Mas é importante que a empresa tenha fôlego para sustentar a operação por um tempo. “No início, ela terá mais despesas do que ganhos. Atender dois ou 20 franqueados exige mais ou menos a mesma estrutura”, diz o diretor.

Com informações da revista Pequenas Empresas&Grandes Negócios

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