Pesquisa do Procon Goiás divulgada hoje (17) mostra variação de até 452% na tarifa de “transferência entre contas na própria instituição”, quando realizada nos guichês de atendimento pessoal. O valor varia de R$ 1,25 a R$ 6,90.

Os valores  coletados pelo Procon Goiás referem-se aos preços máximos praticados por cada banco nas agências de todo o País. São preços cobrados quando o consumidor excede a quantidade de eventos disponíveis em seu pacote de serviço contratado junto ao banco, ou quando extrapola a quantidade de eventos gratuitos, considerados “serviços essenciais”.

O Procon Goiás visitou 8 (oito) agências bancárias, verificando os preços máximos cobrados nas tarifas de conta corrente/poupança e de cartão de crédito. Foram coletados os preços de 28 (vinte e oito) serviços considerados “prioritários” em conta bancária e 7 (sete) serviços cobrados em cartão de crédito.

Veja  outros exemplos de variações entre menor e maior preço:

O levantamento também mostra que o preço médio anual da tarifas bancárias registrou alta de 2,03% na comparação com agosto de 2019, enquanto a inflação acumulada (IPCA) medida pelo IBGE caiu de 4,19% (acumulado anual de agosto/2018) para 3,42% atualmente.

Conforme previsto no inciso IV do Art. 4º da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), é dever dos órgãos de defesa do consumidor, educar e informar fornecedores e consumidores quanto aos seus direitos e deveres com vistas à melhoria das relações no mercado de consumo.

Desta forma, as pesquisas divulgadas periodicamente pelo Procon Goiás, além de prestar informações a respeito das variações de preços, também têm como foco ações de orientação e educação dos consumidores em relação ao tema pesquisado.

Durante o levantamento, um dado chamou a atenção do órgão: o valor da tarifa de “transferência entre contas na própria instituição”, quando realizada no guichê de atendimento pessoal, passou do preço médio de R$ 1,56 (agosto/2018), para R$ 3,04 (média atual). Elevação de 95,05%.

Veja outros exemplos de aumento/redução no preço médio das tarifas:

Trocar os caixas eletrônicos pelos guichês de atendimento pessoal pode custar caro

Você sabia que ao deixar de utilizar os TAA (Terminais de Auto Atendimento), os conhecidos caixas eletrônicos dos bancos, para fazer o serviço na “boca do caixa”, ou seja, nos guichês de atendimento pessoal, o mesmo serviço pode dobrar de preço?

Podemos citar, como exemplo, a tarifa de “transferência agendada de um DOC/TED”. Em um mesmo banco, nos TAA – Terminais de Auto Atendimento, esta tarifa tem um custo de R$ 12,00. Já, o mesmo serviço, porém, realizado nos guichês de atendimento pessoal, custa R$ 25,00 – acréscimo de 108,33%.

Quando se trata de “saque” no mesmo banco, enquanto o valor do serviço realizado nos TAA custa R$ 2,00, no guichê de atendimento pessoal, sobe para R$ 3,00 – acréscimo de 50%.

Outro exemplo que pode gerar prejuízo é o hábito de utilizar o cartão de crédito para pagar conta de água, luz, etc, acreditando que terá um prazo maior para quitar o débito, ou até mesmo utilizar o cartão de crédito para realizar saques.

Um conta de energia no valor de R$ 200, se for paga com até 30 dias de atraso, somente de encargos como multa, juros e correção monetária, será acrescida de um custo aproximado de R$ 7,00. Caso a opção de pagamento seja com o cartão de crédito, a diferença pode aumentar para até R$ 25,50 (bem acima dos encargos cobrados no atraso).

No caso do saque, independentemente da quantia, a taxa pode chegar a R$ 18,80. Considerando uma retirada de R$ 100,00, o custo final será de 18,80%.

Saiba como ter custo “zero” na manutenção da conta corrente

Quando o consumidor abre uma conta corrente, o banco deve previamente informar sobre os serviços essenciais (gratuitos) estabelecidos por meio de Resolução do Banco Central e que a contratação de um pacote de serviço é opcional. No entanto, o que acontece na maioria dos casos, é o consumidor contratar os pacotes serviços / cestas de serviços / manutenção de conta, acreditando que tratam-se de taxas compulsórias.

Dependendo da movimentação mensal, os serviços essenciais podem satisfazer a necessidade do consumidor, não sendo necessária a contratação ou manutenção do pacote de serviço oferecido pelos bancos.

Os serviços gratuitos são:

Vale ainda ressaltar que qualquer quantidade de saques realizados no período de até 30 minutos é considerada apenas como um único evento.

Portanto, se esses serviços já suprem suas necessidades, você pode procurar o banco para pedir o cancelamento do serviço. Se houver recusa, pode registrar a reclamação no Procon Goiás.

Informações gerais de interesse do consumidor

O valor das tarifas bancárias não é fixado pelo Banco Central do Brasil nem pelo Conselho Monetário Nacional. Os valores são estabelecidos pela própria instituição financeira. As tarifas obedecem a uma padronização, ou seja, mesma nomenclatura em todos os bancos, o que facilita na hora de comparar os valores cobrados entre os bancos.

O reajuste pode ser feito a cada 180 dias após a última atualização. No entanto, o consumidor deve ser previamente informado sobre os novos preços até 30 dias antes de sua vigência, em local e formato visível ao público, nas suas dependências e nas páginas da internet.

Os bancos ainda são obrigados a disponibilizar aos clientes, até o final de fevereiro de cada ano, um extrato consolidado informando, mês a mês, todas as tarifas e valores cobrados no ano anterior.

Para acessar o relatório da pesquisa, clique aqui

Para acessar a planilha de preços, clique aqui

A matéria foi originalmente publicada no site do Procon Goiás