Orgulho de ser “Made in Goiás”

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Por Otávio Lage de Siqueira Filho

Mais de 15.500 fábricas, 305 mil trabalhadores formais, 7ª maior arrecadação de ICMS do País, 69% dos 100 maiores contribuintes do Estado, entre outros números e credenciais que a indústria goiana não se cansa em repetir. Mas a repetição se dá para transformar a nossa cultura ultrapassada de que Goiás é a terra da agropecuária. Sim, somos, mas aqui também tem indústria, comércio e serviços fortes.

Goiás é um Estado referência pela diversificação da Economia. Mesmo as nossas fábricas, que já tiveram predominância da industrialização, hoje produzem de remédios a armas, alimentos a veículos. A gama de produtos não se limitou a nossa vocação natural, que é o agronegócio, mas a localização centralizada no País, apesar de estar localizada longe dos portos, favorece amplamente a ter uma distribuição completa para negócios no mercado interno. Goiás é o centro logístico do País e, óbvio, ter uma fábrica aqui é estrategicamente inteligente.

Para o mercado externo, nosso preço competitivo proporcionado pelo constante investimento na elevação da produtividade e as políticas de incentivos fiscais, nos coloca na disputa. De fato, a forte expansão do comércio exterior em Goiás se deve a venda de produtos in natura o semi-acabado, mas com o tempo, nossa produção industrial também já registra expansão das vendas externas.

Apesar desta bem-vinda evolução do comércio internacional, Goiás alcançou hoje uma posição de destaque como um grande fornecedor de produtos para as famílias brasileiras.

Para um Estado que há trinta anos importava quase tudo que consumia de industrializados, hoje preenche com o “Made in Goiás” as casas Brasil afora, com marcas goianas ou instaladas no Estado.

A indústria é um orgulho do nosso povo goiano, que viu saltar de uma economia industrialmente dependente nos anos 70 e 80 para, desde os anos 90, se tornar respeitada, ter, repetindo, 15.500 mil indústrias e 305 mil famílias sobrevivendo da renda originada nas nossas fábricas.

Mais que isso: ver nossas marcas nas prateleiras de supermercado, ‘vendas’, armazéns dos quatro cantos do País.

Não é por outro motivo, o do orgulho, que aproveito este espaço para parabenizar a Laticínios Bela Vista, que produz as marcas Piracanjuba e Leitbom, pelo estratégico acordo com a Nestlé Brasil, assumindo a produção e distribuição no Brasil das marcas da multinacional – Ninho e Molico – que serão licenciadas para a marca goiana por um período de dez anos.

Acessar e fechar um negócio desta envergadura é para poucos. Primeiro, porque um multinacional não exige apenas qualidade, mas excelência para licenciar um produto chancelado por ela.

É um caso raro no mercado nacional. E, para nossa felicidade, uma marca goiana estava à altura dessa excelência. E quem conhece a fundo a dedicação da família Helou, a extrema preocupação com a qualidade final do produto, sabe que este acordo é uma escala natural de uma empresa destaque nacional.

A Laticínios Bela Vista industrializa hoje mais de 5 milhões de litros de leite dia e, com mais três fábricas envolvidas no acordo, vai industrializar mais de 6 milhões de litros de leite por dia. Somados, agora, o grupo emprega 3 mil colaboradores.

Uma história de trabalho que muito orgulha a todos goianos, especialmente, nós, da ADIAL, que acompanhamos essa evolução e podemos usá-la sempre como uma das nossas boas referências de que, se deixarem, se derem liberdade e condições de trabalho, o empresário e o trabalhador goiano se destacam, pois são determinados e resilientes.

Defendemos diariamente a indústria goiana, o emprego em Goiás, o desenvolvimento. É muito bom quando nossas convicções se transformam em matéria de destaques na mídia nacional.

Aproveitando essa vitoriosa conquista, quero parabenizar, além do Laticínios Bela Vista, o Cesar e o Marcos Helou e famílias, seus colaboradores e seus produtores, também estendo a todo industrial goiano. Passamos por um momento difícil, de paralisia de cinco anos na Economia, incertezas e insegurança quanto aos programas de incentivos e, em geral, na política fiscal, as burocracias inerentes a cada setor, mas todos os dias é o primeiro a chegar e o último a sair da sua fábrica – acreditando no dia de amanhã, na sua expansão e na retomada dos negócios. A este empresário, nossa homenagem, pois temos desafios, força de vontade, capacidade e fé – e, porque não dizer, histórias inspiradoras para nos animar em dias mais difíceis.

*** Otávio Lage de Siqueira Filho é empresário e presidente da ADIAL

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