O mercado de automóveis reencontrou o caminho do crescimento em maio, quando as vendas de veículos aumentaram, em média, 51,2% em relação a abril em Goiás. O setor foi menos afetado pelos reflexos da pandemia no Estado por conta da força econômica do agronegócio. Mas este bom desempenho, que continua neste mês de junho, acontece depois de um longo período de paralisação da produção nas montadoras, que produziram 91% menos que em maio de 2019. Por isso, alguns modelos mais vendidos começam a faltar nas concessionárias e podem levar semanas para serem entregues ao comprador.

O forte crescimento nas vendas em maio pode ser explicado pelo fato das lojas terem ficado 20 dias fechadas em abril. Agora, as concessionárias estão animadas com o aquecimento do mercado. O gestor comercial da Jorlan, Márcio Macêdo, lembra que as vendas foram muito prejudicadas pela pandemia em abril, por isso dobraram em maio. Ele conta que só não vendeu mais unidades dos modelos Ônix e Tracker porque não tinha. O estoque da S-10 diesel também acabou.

Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em maio, foram vendidos 2.348 veículos em Goiás, 51,2% a mais que em abril. Na média nacional, a alta foi de 12%. “Nossa região é favorecida pelo bom desempenho do setor agropecuário este ano, quando haverá uma produção recorde e preços bons. Os produtores já estão comercializando suas safras futuras”, explica Márcio.

Depois de aguardar a reabertura das concessionárias, o administrador de empresas Ken Aoki finalmente conseguiu trocar de carro. Ele conta que começou a negociar a troca antes do início da pandemia, mas teve que aguardar o fim do período de isolamento para fechar o negócio. “Quando a loja voltou a funcionar, me ligaram oferecendo uma boa condição, com desconto no valor do carro e até alguns acessórios. Vi que era hora de fechar a compra”, justifica.

O gerente de vendas da Saga T-7, Héber Silva Correia, diz que as vendas tiveram um crescimento de 150% em maio, por conta dos poucos dias trabalhados em abril. Mesmo com as atuais dificuldades econômicas, a concessionária conseguiu vender 70% de sua média normal. Mas, com a fábrica fechada em abril e maio, já faltam modelos como Gol, Polo e Virtus, que têm maior giro. “Quem comprar agora, terá que esperar cerca de 10 dias para receber”, estima Héber.

Além disso, segundo ele, o Banco Volkswagen passou a oferecer condições mais vantajosas, como taxa zero com 60% de entrada e saldo em 24 meses e um outro plano especial, onde a primeira parcela pode ser paga até daqui a 12 meses, numa ação conjunta com a concessionária. “Também fizemos a promoção Limpa Pátio, com desconto de até 9% nos preços”, destaca o gerente. As vendas de junho estão no mesmo ritmo de maio.

Novo cenário

O diretor comercial do Grupo Tecar, que comercializa as marcas Fiat, Renault, Jeep, Honda, Mercedes Benz e Volkswagen, Fernando Faria, informa que as vendas tiveram um crescimento médio de 30% em maio, quando a maior parte dos funcionários retornaram ao trabalho e os clientes também se sentiram mais seguros para voltar a comprar. “Ainda estamos bem distantes do ritmo de 2019, mas já há uma sinalização positiva no horizonte. Todos ainda estamos nos adaptando a este novo cenário e em busca das melhores soluções”, ressalta.

Fernando lembra que ferramentas tecnológicas também possibilitaram a continuidade das vendas. Segundo ele, o retorno das montadoras ainda é lento e, por isso, os estoques de alguns modelos já estão em níveis baixos. É o caso do Honda Civic EXL, cuja fábrica só deve voltar à produção no fim de julho. O grupo também aguarda a chegada de unidades adquiridas do Fiat Toro, que também já estão em falta.

“Goiás sofreu menos com os reflexos da pandemia por causa da força do agronegócio”, diz. Além disso, o desejo pelo automóvel até cresceu, pela vontade de evitar o risco de contaminação no transporte coletivo. “Junho começou melhor que maio. Estamos vendendo o que tem e recebendo encomendas.”

Com informações do Jornal O Popular