Goiás está entre os dez estados brasileiros com maior número de instalações de sistemas de energia solar fotovoltaica do Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Não à toa, pois as condições climáticas do estado são consideradas uma das melhores do mundo para esse tipo de geração de energia. Se considerarmos que estados com condições menos favoráveis, como Rio Grande do Sul e Paraná estão a nossa frente, percebe-se que essa posição no ranking ainda pode melhorar.
Desde 2012, consumidores brasileiros podem optar por produzir sua própria energia elétrica que consomem em suas casas e empresas, através de fontes renováveis, como energia solar, eólica, biomassa, entre outras. Com a instalação de micro ou minigeradores de energia, é possível gerar a energia necessária para suprir a demanda desses consumidores, sendo que a quantidade gerada e não utilizada é devolvida na forma de créditos para os mesmos, em um sistema de compensação. Isso se deu a partir da promulgação, pela Aneel, da Resolução Normativa 482/2012, que regulamentou o que chamamos de Geração Distribuída (GD).
Hoje no Brasil, já temos mais de 1,3 gigawatts (GW) de potência instalada em GD, sendo que 1,2 GW são de energia solar fotovoltaica, principal fonte de energia dentro da modalidade. Só este ano, mais de 643 megawatts (MW) foram instalados, quase 50% do total instalado desde 2012, o que mostra a velocidade do crescimento dessa modalidade no país, resultado, principalmente, da redução dos custos de implantação dos sistemas fotovoltaicos.
Em Goiás, mais de 4.300 pessoas físicas e jurídicas já possuem algum sistema de micro ou minigeração, totalizando 52,5 MW de potência instalada. Esses números fazem do estado o oitavo no ranking de instalações e também no ranking de potência instalada. A capital, Goiânia, também se destaca no ranking de municípios, estando em oitavo em relação ao número de instalações e nono, em relação à potência instalada.
Esses números se tornam ainda mais expressivos se avaliarmos apenas 2019, em que o estado fica em sexto lugar – tanto em potência instalada quanto em quantidade de instalações. Só neste ano, mais de 27 MW, o que corresponde a 2.131 instalações, foram instalados, o que corresponde a mais da metade dos números alcançados desde 2012, ano da regulamentação da GD. Uma evolução acima da média nacional.
Porém, se por um lado os dados acima apresentados aparentam ser – e são – positivos, por outro, estados como Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, com um nível de irradiação solar consideravelmente inferior, estão melhores posicionados no ranking e apresentam um mercado mais maduro em relação à energia solar. O que mostra que ainda há espaço para crescimento.
Soma-se a isso o fato de que menos de 0,1% de micro e pequenos negócios já possuem instalados sistemas de energia solar, segundo pesquisa recente do Centro Sebrae de Sustentabilidade, em parceria com a Fundação Seade e Absolar. Estima-se que nas cidades goianas o número seja ainda menor.
Com as condições climáticas favoráveis e um cenário de recuperação econômica do país, o esperado é que haja uma aceleração no crescimento da energia solar em Goiás, com destaque para a indústria e agronegócio. E, talvez, em 2020 estejamos falando do estado entre os cinco que mais possuem energia solar.