Goiânia precisa ser também um centro de criação de moda, dizem estilistas

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Criar um movimento de identidade própria para continuar em ascensão e se consolidar como um centro, não só de confecção, mas de criação de moda. Essa foi a avaliação dos especialistas do universo fashion de Goiás, que foram convidados como debatedores para um bate-papo sobre os desafios da moda goiana. O evento marcou a inauguração do Espaço Integrado de Moda, no Shopping Estação da Moda, que será coordenado pela consagrada designer de moda Nélia Finotti, uma das professoras mais queridas dos cursos de graduação nessa área em Goiás.

Para abrir o novíssimo espaço dedicado à formação em moda, com vários cursos, oficinas e workshops, Nélia convidou um seleto grupo de estilistas e profissionais do setor. Durante o evento, os convidados presentes concordaram que a moda em Goiás é um modelo nacional de empreendedorismo, mas ponderam que é preciso buscar-se mais profissionalização e se consolidar não apenas como um centro de produção, mas também um centro de criação e desenvolvimento de moda.

“Já somos modelo em vários aspectos. Há um movimento importante de abertura de lojas que deve ser reconhecido. Já somos case estudado por gente de fora”, lembrou Dani Guimarães, consultora da área. Para se ter uma ideia, só a famosa Região da 44 em Goiânia, já se consolida como segundo maior pólo de confecção e distribuição de moda do Brasil , recebendo, só nos fins de semana, mais de 50 mil turistas de compras, segundo dados da Associação Empresarial da Região da 44 (AER44). Registrando um movimento financeiro médio de 700 milhões/mês, o pujante pólo comercial gera mais de 150 mil empregos diretos. Essa movimentação intensifica ainda mais nos três últimos meses do ano. Em outubro, novembro e dezembro de 2018 foram cerca de 5 milhões de visitantes.

Mas mesmo diante de números tão impressionantes, na visão dos especialistas em moda, a região e Goiânia como todo têm o desafio de deixar de ser apenas um pólo de confecção para se tornar polo de design. “É preciso investir em uma identidade própria. Quem investe em criação, sai na frente, agrega mais valor e ganha mais mercado”, defendeu Riusley Figueiredo, estilista, cenógrafo e vitrinista, que também integrou o grupo de debatedores.

Para ele, a indústria goiana mostrou ser possível desenvolver um negócio competitivo, mas ganhará ainda mais se entrarem em sinergia com o setor acadêmico, que começou a ser desenvolvido a partir de 1996 com o início da primeira turma do curso superior de design de moda da Universidade Federal de Goiás – e hoje está mais amadurecido com, inclusive, mais instituições de ensino superior oferecendo a formação.

A professora Nélia Finotti observou que a vocação de Goiânia para a moda iniciou nos anos 1980, na Avenida 85; passando para a Bernardo Sayão, e depois migrou para a Região da 44, onde fica o Shopping da Estação da Moda foi pioneiro. “Após os anos 2000, o fast fashion cresceu com ênfase na cópia das tendências que chegam rapidamente pela internet e as redes sociais”, pontuou a professora. Apesar de haver ganho em escala, para ela o fast fashion não é sustentável economicamente, porque impõe margens apertadas, em alguns casos inviáveis.

Ela lembrou que o Espaço Integrado de Moda foi fundado justamente com o propósito de agregar mais qualificação à cadeia produtiva e estudantes, ela irá oferecer cursos de modelagem e moulage, entre outros. O bate papo também contou com a participação do designer de moda Theo Alexandre; o digital influencer Rafael Vilela, o maquiador Evando Filho, o consultor em negócios de moda Leandro Pires, entre outros convidados.

Na foto: Inauguração Espaço Integrado de Moda (Raquel Pinho)

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