O Conselho de Desenvolvimento do Estado de Goiás reuniu-se, na manhã desta quarta-feira (27), para deliberar sobre a aprovação de 15 cartas-consultas para utilização de recursos do Fundo Constitucional Centro-Oeste (FCO). No total, foram liberados R$ 62,3 milhões para 14 projetos, com previsão de gerar 146 empregos diretos nos setores industrial, rural e de comércio e serviços.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, acompanhou a reunião, na sede do Sebrae-GO, e reafirmou o posicionamento da entidade quanto à celeridade e desburocratização na aprovação de projetos que contemplem a área empresarial. “O que percebemos é que existe um tratamento desigual com relação ao volume de documentos requeridos. Enquanto o processo é simplificado para a área rural, uma micro e pequena empresa precisa reunir um verdadeiro dossiê para ter acesso aos recursos, o que acaba frustrando o empreendedor. Não consigo entender por que o Banco do Brasil trata com tamanha diferença os dois setores”, observou.
Na reunião, foram aprovados três projetos do setor industrial e de comércio e serviços, que irão gerar 120 empregos diretos nos municípios de Uruaçu, Anápolis e São Luís de Montes Belos; e 11 cartas-consultas para a área rural, com impacto na criação de 26 postos de trabalho.
“Uma pequena ou média empresa, com R$ 500 mil, cria uma dezena de empregos. Então precisamos entender que o objetivo é justamente fomentar esse desenvolvimento econômico e social. Se continuarmos na atual marcha, vamos continuar financiando somente a agricultura, inviabilizando a expansão industrial em Goiás, justamente a área onde se cria mais postos de trabalho”, afirmou Sandro Mabel.
Durante a reunião, foi apresentado o projeto da empresa Goyaz Transmissão de Energia S.A., que pleiteava o financiamento de R$ 200 milhões do FCO, gerando sete empregos diretos. A Fieg posicionou-se contrária à aprovação da carta-consulta, sobretudo por entender que existem outras linhas de financiamento para atender projetos de infraestrutura.
Dados levantados pelo presidente da Fieg indicam que a liberação de tais recursos comprometeria cerca de 7% do valor total disponível na linha do FCO Empresarial, sem atender aos objetivos prioritários do Fundo, que é o financiamento de micro, pequenas e médias empresas e a geração de empregos.
O maior financiamento liberado, no valor de R$ 39,17 milhões, será destinado à implantação da empresa Oleana Industrial do Oeste Goiano Ltda., em São Luís de Montes Belos. Dedicada à fabricação de óleo de soja bruto degomado e farelo de soja, a indústria deve gerar 94 empregos diretos e mais de 200 indiretos. Com estimativa de implantação em 12 meses, a empresa terá capacidade de produção de 600 toneladas por dia.
O projeto atende a demanda do setor industrial de substituição da exportação da soja in natura pelo processamento da matéria-prima em Goiás. A expectativa é de que a indústria utilize a soja plantada por produtores em um raio de 50 quilômetros da fábrica. (Com informações da SIC Goiás)
