Segurança e rentabilidade: Especialista explica benefícios de se investir em NPL

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O NPL, sigla para Non-Performing Loan, engloba tudo que abrange o crédito vencido no mercado (Imagem: Pixabay)

Graças a pandemia gerada pela disseminação do novo coronavírus (Covid-19), o mercado econômico mundial terminou drasticamente afetado em 2020. Tratando-se especificamente do Brasil, a taxa básica de juros — popularmente conhecida como taxa selic — recuou para uma baixa histórica de 2,5% ao ano. Por trás da estratégia econômica a intenção é clara: reaquecer o mercado e atribuir valor a economia brasileira.

É inegável que o mundo dos investimentos no Brasil vive uma fase crescente nos últimos anos. O comportamento é tido como positivo pois fomenta o mercado, diminui a soberania dos bancos sobre o capital brasileiro e diversifica carteiras. Além disso, força grandes instituições financeiras a buscarem alternativas e condições mais rentáveis a seus clientes.

Advogado especialista em Recuperação de Crédito Marcello Chater chama atenção para um modelo de investimento capaz de fundir, segundo ele, segurança e rentabilidade (Foto: Arquivo pessoal)

Diante do “novo normal” onde os investidores preveem baixíssimos retornos para aplicações em renda fixa, é comum que muitos se arrisquem na renda variável em busca de retornos mais significativos — apesar do risco de perda do patrimônio. Durante o naufrágio trazido pelo coronavírus, aliado ao mínimo histórico da taxa SELIC, muitos migraram para a bolsa de valores, por exemplo, em busca de uma lucratividade mais robusta.

No entanto, o advogado especialista em Recuperação de Crédito, Marcello Chater, chama atenção para um novo modelo de investimento capaz de fundir, segundo ele, aquilo que o investidor conservador busca neste momento: segurança e rentabilidade. “Estamos falando do NPL, uma sigla que vem se tornando cada vez mais conhecida. O NPL, que significa Non-Performing Loan, ele engloba diversos ativos estressados que variam de dívidas com bancos, pessoas físicas, jurídicas, precatórios, notas promissórias, ou seja, tudo que abrange o crédito vencido no mercado”, pontua.

Cenário

Atualmente, com a debandada dos investidores em renda fixa, visando um maior retorno, os investidores tendem a optar a migrar para investimentos na bolsa de valores sob perspectivas de lucros mais robustos. “Com isso, o investidor também assume, consequentemente, um grande risco de perda de patrimônio”, explica o advogado.

“Isso se justifica pelo fato do País apresentar grandes instabilidades em diversos setores, especialmente nos âmbitos jurídico e político. A instabilidade jurídica se dá em diversas decisões controversas, alterações de entendimentos, além das mudanças recorrentes na legislação”, justifica

Quando a instabilidade política, o advogado considera que pode ser visualizada de maneira ainda mais simples: “Vivemos em um País com frequentes escândalos de corrupção. Ou seja, presenciamos uma eterna guerra de poder em busca de benefícios próprios, tendo um número quase que insignificante de políticos que realmente se preocupam com a real situação do País”.

Essas instabilidades, segundo ele, refletem drasticamente sobre os investimentos na bolsa, tornando-os voláteis e com um risco muitas vezes superior a possibilidade de ganhos. Pensando nisso, ele e sua equipe têm se empenhado em trazer e apresentar, cada vez mais, essa possibilidade de aplicação aos investidores goianos. 

Passo a passo

Em resumo, Chater explica que o NPL acabou se tornando uma opção de retorno equivalente aos ganhos da bolsa, porém, com riscos mais moderados. O primeiro passo realizado nesse tipo de operação é conhecido como “due diligence“, que significa diligência prévia. “Posteriormente é que é feita a análise dos contratos, das garantias, levantamento dos ônus e riscos de compra de um ativo. Após essa análise inicial, elaboramos um relatório de riscos da compra”, acrescenta.

Em seguida, o relatório é enviado para análise econômica. Nela, o crédito é precificado. “Nessa parte, com parecer jurídico em mãos, os economistas transformam os resultados em números e definem a possível taxa de retorno aos investidores. Após a aprovação por parte do comitê, inicia-se a negociação e a possível aquisição dos ativos”.

Envolvimento jurídico

Segundo o advogado, os agentes jurídicos são peças fundamentais nessa modalidade de investimento pois através da análise feita pelos advogados é que se chega à precificação dos ativos. Além, é claro, de toda responsabilidade envolvida no ato de negociação da compra.

“Nesse momento é que se vislumbra o quanto a operação poderá ser rentável para o negócio. Nesse ponto calculamos também os riscos que envolvem esse tipo de investimento, haja vista que podem existir fatores que compliquem ou impossibilitem a recuperação do crédito. Isso faz com que o investimento se torne arriscado. No entanto, se as etapas anteriores forem feitas de forma séria e com profissionais competentes, torna-se uma operação com rendimento muito acima de muitas outras no mercado”, argumenta.

Segundo o advogado, uma média de retorno em uma operação como essa pode variar bastante. “Mas é possível encontrar casos com retorno de aproximadamente 15% ao ano. Além disso, diante do cenário atual de pandemia, com aumento da inadimplência e diminuição de juros, esse tipo de investimento ganha ainda mais protagonismo”, garante.

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