Empresas estão cada vez mais online

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Globalmente, o Facebook tem 2,2 bilhões de usuários. O Whatsapp tem 120 milhões de usuários ativos no Brasil e 1,5 bilhão no mundo, já o Instagram passa a marca de 1 bilhão de pessoas usando a rede social regularmente no mundo, no Brasil são 50 milhões; e o Youtube atingiu, este ano, a marca de 1,8 bilhão de usuários. Os dados fornecidos pelas próprias plataformas digitais revelam que o mundo virtual cresce e as empresas que não ficarem “on” com as redes sociais poderão, em breve e literalmente, se desligar de seu mercado consumidor.

Essa revolução digital no consumo afeta diretamente as áreas de marketing e propaganda, que já adotam novas estratégias e linguagens para conectar produtos e marcas aos diversos públicos que estão nas redes sociais. Segundo o “Digital AdSpend 2018”, estudo realizada pelo IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau), entidade que congrega mais de 250 empresas entre anunciantes, agências, veículos e empresas de tecnologia, revela que um terço do que se é investido em propaganda em todo o País é direcionado a este universo digital. Conforme a pesquisa, tem ocorrido na última década uma forte migração, para a comunicação digital, de verbas publicitárias que antes eram destinadas a outras mídias.

Essa maior atenção das empresas para a divulgação e vendas de seus produtos e serviços por meio da internet se justifica não é por menos, pois conforme dados da Score: 71% dos internautas brasileiros já fizeram compras após abrirem um e-mail marketing, 87% têm conta em alguma rede social, o faturamento de quem investe em marketing digital cresce 18% anualmente, 49% das empresas na América Latina já adotam ações de marketing digital.

Entre os setores que mais se voltaram ao marketing digital está o da moda. Há 34 anos no mercado, a marca goiana Jean Darrot é exemplo de empresa que vem investindo maciçamente em plataformas digitais e profissionalização de suas ações de marketing digital. Para isso, a empresa trouxe, para dentro da sua estrutura, profissionais de marketing, fotógrafos, publicitários e jornalistas que têm como missão principal falar a língua dos consumidores na internet e ampliar a visibilidade da empresa nas plataformas digitais. A marca também investiu na montagem de um moderno estúdio fotográfico, onde já são feitas as fotos de todos os catálogos de suas coleções e os vídeos promocionais da griffe.

“Decidimos que iríamos investir mais no relacionamento com o cliente via plataformas on line. Há algum tempo já vínhamos percebendo que o offline estava se defasando para o nosso público. A moda é rápida, dinâmica, ousada como a internet”, destaca a diretora de criação da empresa, Lorena Darrot.

Segundo a executiva, no ramo da moda é impossível estar online. Ela lembra que o movimento das blogueiras e instagrammers faz com que a moda esteja no topo das mudanças geradas pela comunicação digital. “Não tem como ficar fora. Ou se adequa e faz com qualidade ou é excluído”, finaliza.

Mercado Imobiliário

Outro segmento que está cada vez mais presente nas plataformas digitais e redes sociais é o setor imobiliário. Um levantamento do Google aponta que no primeiro semestre do ano passado as buscas por termos relacionados a compra, venda ou aluguel de imóveis no Brasil tiveram aumento de mais de 44% na comparação com igual período em 2016. Um dado mais antigo, de 2014 e também do Google, já dava conta que o processo de compra de um imóvel – da fase de pesquisa até o fechamento do contrato – já é 60% realizado de forma online.

A tendência é irreversível e tem obrigado as empresas e profissionais da área a se adaptarem e marcarem presença no universo online, sob a pena de perderem muitos negócios, é o que aponta Thiago Cardoso, diretor de vendas on line da URBS Imobiliária, a que mais faz negócios em Goiás. Segundo ele, isso é graças a essa mudança de comportamento, em que o consumidor moderno, a um toque do seu celular, busca e compra o que precisar.

“Para acompanhar as mudanças, hoje o cliente consegue informações como valores, formas de financiamento, localização, imagens, depois procura o corretor ou a imobiliária para buscar aquilo que de fato lhe interessou”, diz Thiago ao destacar que na URBS, por exemplo, 100% das vendas passam pelo departamento digital em algum momento da negociação.

Ele diz que os corretores de imóveis estão se reinventando para atender a demanda do mercado atual. “Hoje trabalhamos com geolocalização, fotos com drone, anúncios no Facebook, Instagram e relacionamento via Whatsapp. Além disso, temos um blog no qual colocamos assuntos relacionados a decoração, empreendimentos e outras coisas que podem interessar aos clientes ”, explica Thiago. O diretor revela ainda que no período de um ano e meio a equipe digital da URBS aumentou de oito para 83 profissionais.

Locação

Na área da locação, os investimentos em tecnologia também estão revolucionando os negócios na URBS Imobiliária. A empresa já tornou o processo de contratação totalmente digital. Locadores e locatários não precisam mais ir à imobiliária para escolher o imóvel, nem entregar documentos ou assinar o contrato. Tudo é feito por canais digitais.

“O cliente hoje quer agilidade e menos burocracia e a tecnologia nos ajudou a proporcionar isto. No passado, depois que escolhia o imóvel, era necessário cerca de uma semana para cumprir as etapas burocráticas contratuais e entregar as chaves para o locatário. Hoje, esse prazo é de um dia”, explica José Humberto Carvalho, diretor da empresa.

Após escolher o imóvel, toda documentação é enviada pelo cliente pelo canal digital à sua escolha – whatsapp, facebook, e-mail ou pelo portal da empresa para preparar o contrato. A vistoria já é digitalizada no momento em que é feita, por meio de tablets. A documentação é assinada através da plataforma DocuSign, por meio da qual as partes assinam via smartphone de qualquer lugar do mundo, com segurança e sem custo.

Além disso, a empresa está implantando um dos CRM (Customer Relationship Management) mais modernos do mundo, uma plataforma digital faz acompanhamento e a avaliação de todas as etapas do relacionamento com cliente, desde a primeira abordagem, até o pós-venda. A empresa é a única imobiliária do Brasil a desenvolver um sistema dessa proporção.

Com esse sistema, que usa inteligência artificial e está em implantação, as equipes terão acesso, de forma rápida e fácil, à reunião, todas informações e histórico de solicitações dos clientes, assim como o histórico dos imóveis, no que diz respeito a busca, velocidade de locação, entre outras informações. O cruzamento de dados e a análise dos algoritmos permitirão análises de mercado mais precisas e assertivas.

Para José Humberto, além dos benefícios de redução de tempo envolvido, custos e de burocracia, o maior ganho da inteligência artificial é permitir que nossa equipe deixe as funções operacionais para se dedicar mais tempo ao cliente e à análise dos dados para, assim, oferecer consultorias mais precisas e até mesmo uma antecipação de cenários futuros. “Parece um paradoxo. Mas, apesar da evolução tecnológica, as pessoas continuam sendo importantes em uma perspectiva consultiva”, diz.

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