Desafios para o setor de serviços no Rio Grande do Sul após as enchentes

Leo Moreira

Empresário e professor, mestre em Gestão de RH e inteligência de Negócios, MBA em controladoria e finanças, MBA em Gestão Empresarial, MBA em Gestão Empresarial e Serviços. Cursou técnicas de negociação na Harvard University (EUA) e Gestão de riscos e tomadas de decisões na Chicago University (EUA). Diretor e 1º vice presidente do Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação e Serviços Terceirizados de Goiás - SEAC-GO. Mestre em Administração de Empresas (Must University) e diretor da Acieg.
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Voluntários usam barco de pesca para resgatar moradores ilhados em suas casas na cidade de São Sebastião do Caí, no Rio Grande do Sul — Foto: Anselmo Cunha/AFP

As recentes enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul trouxeram desafios significativos para diversos setores da economia. Empresas de tecnologia, saúde, logística, segurança privada, limpeza profissional e outros serviços, enfrentam a difícil tarefa de recuperar suas operações e assegurar a continuidade de seus serviços. Neste cenário, o Governo Federal anunciou um conjunto robusto de medidas para apoiar a recuperação dessas áreas vitais. Vamos explorar como essas ações poderão beneficiar as empresas e famílias afetadas.

Com uma opinião crítica e obviamente sem margens para polêmicas ou narrativas que possam envolver o momento delicado no cenário em que o Estado do Rio Grande do Sul se encontra, consigo mensurar superficialmente alguns impactos desta catástrofe no setor de serviços. Vejamos:

  1. Tecnologia

– Desafios: A infraestrutura de TI de muitas empresas foram danificadas, resultando em perdas de dados e interrupções nos serviços. Além disso, a conectividade em áreas afetadas foram severamente comprometidas.

– Oportunidades: As medidas governamentais incluem a recuperação da infraestrutura de comunicação, permitindo que empresas de tecnologia possam restaurar seus serviços rapidamente. Linhas de crédito facilitadas também estão disponíveis para a compra de novos equipamentos e atualização tecnológica.

  1. Saúde:

– Desafios: Hospitais e clínicas sofreram com danos estruturais como a perda de equipamentos médicos essenciais. A capacidade de atendimento foi reduzida em um momento crítico.

– Oportunidades: A criação de hospitais de campanha e a distribuição de kits de medicamentos são passos importantes para restaurar os serviços de saúde. Além disso, investimentos em novas unidades habitacionais e o apoio direto do Governo Federal ajudarão a estabilizar a situação.

  1. Logística:

– Desafios: A interrupção de vias e a perda de veículos e armazéns dificultaram a movimentação de mercadorias, impactando cadeias de suprimentos.

– Oportunidades: A recuperação de infraestrutura crítica, como estradas e pontes, é essencial para a normalização das operações logísticas. Linhas de crédito para a substituição de veículos e reconstrução de armazéns, também são parte das medidas anunciadas.

  1. Segurança Privada

– Desafios: Com a destruição de propriedades e aumento potencial de crimes oportunistas, as empresas de segurança privada precisam aumentar suas operações e melhorar equipamentos danificados.

– Oportunidades: As linhas de crédito emergencial podem ser usadas para a aquisição de novos equipamentos de vigilância e segurança, bem como para a contratação de mais pessoal para atender a demanda crescente.

  1. Limpeza Profissional

– Desafios: A remoção de detritos, lama e água contaminada requer um esforço intensivo e especializado, com muitas empresas de limpeza profissional enfrentando uma demanda extremamente alta, e obviamente a falta de mão de obra para tais finalidades.

– Oportunidades: Os fundos emergenciais permitem que essas empresas adquiram novos equipamentos de limpeza e produtos necessários para enfrentar a magnitude da tarefa de limpeza pós-enchente.

Contudo, algumas ações específicas que estão diretamente ligadas ao bem-estar social e familiar, cabendo salientar que alguns fatores demandam atenção do Poder Público são imprescindíveis para que o setor produtivo privado se recupere o quanto antes e retorne a posição de gerador de empregos e riquezas em toda região sul do nosso país. Podemos apontar algumas medidas que podem ajudar no curto prazo:

  1. Empresas de Tecnologia: As linhas de crédito emergencial podem ser usadas para restaurar servidores, adquirir novos equipamentos e reforçar a segurança de dados.
  2. Instituições de Saúde: Investimentos em infraestrutura, como a construção de novas unidades e a reposição de equipamentos médicos, são prioridades do Governo.
  3. Empresas de Logística: A recuperação das estradas e pontes, além de créditos para substituição de veículos, são essenciais para normalizar as operações.
  4. Segurança Privada: A aquisição de novos equipamentos e a contratação de pessoal adicional são suportadas pelos créditos emergenciais.
  5. Limpeza Profissional: As empresas podem investir em novos equipamentos de limpeza e contratar mais funcionários para atender à demanda.
  6. Famílias: Medidas como o saque emergencial do FGTS e a antecipação de benefícios sociais ajudam a aliviar a pressão financeira imediata sobre as famílias afetadas.
  7. Garantia de Emprego e Renda: Medida Governamental que possa flexibilizar e subsidiar temporariamente a relação de trabalho entre empresas e funcionários, garantindo assim o emprego e renda.

Enfim, as enchentes no Rio Grande do Sul representaram um desafio monumental para diversos setores, especialmente os de natureza essencial. No entanto, as medidas emergenciais e de recuperação que são de obrigação do Poder Público, devem oferecer um caminho para a consolidação da ordem pública, dignidade e respeito a todo povo gaúcho que sofreu e vem sofrendo com essa catástrofe. Com o apoio financeiro e logístico, as empresas podem não apenas reconstruir, mas também fortalecer suas operações para futuras adversidades, garantindo a continuidade dos serviços essenciais para a comunidade e a economia.

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