Coronacrise derruba os fundos imobiliários. E agora?

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Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) estão sentindo os efeitos da pandemia da Covid-19. O movimento assusta, mas não é momento para pânico, analisam os especialistas, Diego Siqueira, CEO da TG Core Asset, e Ibrahim Facuri, do canal de finanças AntiFrágil.

Em conversa realizada na última quarta-feita (25) pelo Instagram, eles discutiram sobre a realidade dos FIIs no cenário de isolamento social por prevenção ao novo coronavírus.

Os FIIs são uma modalidade de investimento em que o investidor compra cotas e detém o direito de receber parte do rendimento do respectivo fundo, que é composto por ativos relacionados ao mercado imobiliário. Siqueira explica que os fundos que possuem empreendimentos onde estão os maiores focos da Covid-19, como São Paulo e Rio de Janeiro, em suas carteiras de ativos tendem a sofrer mais pelo fluxo reduzido de consumidores, o qual diminuiu os negócios dos empreendimentos. Este cenário afeta particularmente os FIIs de shoppings centers, por exemplo.

Entretanto, segundo o CEO da TG Core Asset, os fundos imobiliários possuem vantagem em cenários de crise porque não permitem alavancagem financeira, ou seja, multiplicar a rentabilidade através de endividamento. “A forma de captar recursos é por meio da emissão de cotas, então os investidores são proprietários, não devem dinheiro. Dessa forma, os fundos não têm como quebrar da forma que uma empresa convencional quebraria”, esclarece.

O economista Ibrahim Facuri ressalta que é essencial não tomar decisões motivadas pelo pânico e procurar entender a essência de cada investimento. “Não é porque a economia está em crise que você venderia todos os seus imóveis de uma vez a preços baixos, qual o motivo de fazer isso com seus cotas de FIIs? É a mesma coisa”, analisa.

Valor patrimonial x cota de mercado

Outro fator a ser levado em consideração na queda dos preços dos FIIs é a diferença entre o valor patrimonial e as cotas de mercado. O primeiro é o que representa a avaliação dos ativos de determinado fundo, já o segundo é o valor da cota do fundo sendo vendida no mercado.

“O valor patrimonial dos FIIs não cai repentinamente como o da cota de mercado, os ativos não se desvalorizam da noite para o dia. O que acontece é que as pessoas se assustam e vendem suas cotas, o que derruba os preços e provoca essas quedas dos fundos”, observa Diego Siqueira.

Na visão de Facuri, do canal AntiFrágil, a mudança de preços nas cotas representa mais uma oportunidade para investidores do que um perigo real. “Para um investidor experiente, o que importa é saber o trabalho por trás de cada fundo e se ele tem potencial para dar o retorno desejado”.

TG Ativo Real

Para exemplificar a discussão, o CEO da TG Core Asset falou de um de seus principais fundos, o TG Ativo Real (TGAR), que também sentiu os efeitos das turbulências causadas pelo novo coronavírus. O empresário explica que o portfólio híbrido do TGAR, o qual prioriza cidades de médio porte ligadas ao agronegócio, fortalece o fundo no cenário de crise, então o impacto tende a ser menor.

“São 51 empreendimentos selecionados com todo cuidado. Estamos sendo realistas e agindo rapidamente, sem tapar o sol com a peneira, para cumprir com nossa responsabilidade do mandato que recebemos dos investidores”, finaliza Siqueira.

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