Em tempos de crise, o fortalecimento das redes locais é uma forma de encontrar uma travessia menos traumática. Pensando nisso, grupo de empresários goianos lançou a campanha “Somos Goianos e Estamos Juntos”. Trata-se de uma corrente via aplicativos de comunicação, como o WhatsApp, e rede sociais que procura estimular o consumo de produtos e serviços de empresas goianas. “A retomada [da economia] será gradual, mas juntos a gente pode mais”, diz um dos idealizadores, Carlos Luciano Ribeiro, presidente do Grupo Novo Mundo.
A ideia surgiu num café da manhã. Na mesa, segundo Carlos Luciano, vários produtos locais, como Café Rancheiro e leite da marca Piracanjuba. “Quando a gente está em home office, acaba tendo mais tempo para pensar. Então, na hora gravei um vídeo e liguei para o César Helou (presidente da empresa Laticínios Bela Vista). Em seguida, ele já gravou um vídeo com outros produtos goianos que tinha acabado de comprar”, conta.
A proposta é exatamente essa: publicar vídeos de pessoas que incentivam o consumo de produtos goianos e a compra em empresas goianas. “Vira uma corrente. Todos nós utilizamos produtos goianos. Há muitas iniciativas boas genuinamente goianas”, diz Carlos Luciano. “As marcas, produtos e empresas goianas devem ser valorizadas”, complementa.
Helenir Queiroz, da Treze Capital – empresa especializada em fusões e aquisições – é uma das empresárias que aderiu à ideia. Ela acredita que é momento de fortalecer a cadeia local. “O consumidor é o agente mais importante. Quando ele estiver no supermercado, pode olhar o nome do fabricante de determinado produto e escolher o que é feito em Goiás”, diz.
Dessa forma, acredita Helenir, será possível superar a crise econômica decorrente da quarentena para conter a contaminação do coronavírus da melhor forma possível. “O trabalhador, quando compra, gera imposto para o governo. Quando não há consumo, também faltam recursos para o governo dar a assistência que as pessoas vão precisar”, ressalta. Outro ponto é que, com o fortalecimento das empresas locais, mais empregos serão preservados. “A questão mais séria que estamos atravessando hoje é como será a retomada, que, certamente, será lenta”, avalia.
Os vídeos são compartilhados por WhatsApp e pelas redes sociais. Mas não são apenas os empresários que podem participar. Ao contrário, a adesão de todos é que fará o desafio ser bem sucedido. Qualquer pessoa pode gravar seus vídeos e compartilhar com seus contatos e redes sociais. Para isso, Helenir recomenda o uso da hashtag #somosgoianos. “Se a pessoa para de comprar, as empresas têm menos recursos e a arredacação de impostos também é menor. Queremos fazer a roda positiva gerar, com efeito contrário”, afirma. A empresária lembra, contudo, que a retomada tem de ser consciente, preservando os cuidados com a saúde.