A comunicação não violenta como técnica para ter melhores relacionamentos

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Comunicação não violenta (CNV) é um tipo de comunicação que prioriza o fortalecimento de relacionamentos. A CNV acredita que toda forma de comunicação humana tem por objetivo demonstrar necessidades universais.

Ou seja, que existe uma reivindicação por trás de cada mensagem que emitimos, mesmo que esteja encoberta por gritos, palavras ofensivas, julgamentos e agressões verbais ou até mesmo físicas. Essa violência é resultado de imposições da cultura dominante, seja em casa ou no trabalho, que gera ambientes tóxicos com grande pressão pelo poder e competitividade.

Diante dessas circunstâncias, o mais comum é que as pessoas reajam de um jeito negativo, tentando se defender e esconder o que acham ser suas falhas. Conforme explica Marshall Rosenberg, a comunicação não violenta:

Começa por assumir que somos todos compassivos por natureza e que estratégias violentas – se verbais ou físicas – são aprendidas, ensinadas e apoiadas pela cultura dominante.

Podemos concluir que, em um ambiente que seja tranquilo e leve, a tendência é que todos se expressem de maneira positiva, com maior abertura ao diálogo, a troca de ideias e compreensão quanto às opiniões que não sejam iguais as suas.

A CNV se concentra não apenas no conteúdo da mensagem, mas também no modo como ela é transmitida. Uma de suas bases é a aceitação da vulnerabilidade, pois essa é uma das principais ferramentas para criar empatia. Falando nisso, indico um livro sobre este assunto que pode agregar muito e mudar o seu mindset sobre o significado de ser vulnerável, chama-se “ A Coragem de Ser Imperfeito” de Brené Brown.

Vamos citar aqui uma situação exemplo: um gestor de departamento precisa pedir que um assistente faça uma pesquisa. Ele, então, vai até a mesa do subordinado para explicar do que se trata e estabelecer um prazo para entrega.

Porém, o assistente recebe uma notificação no celular enquanto está conversando com o gestor, e resolve ver do que se trata. Muito incomodado com a postura do colega, o líder reclama, dizendo algo como: “Você nunca presta atenção no que eu falo! Estou cansado disso”.

Ao que o assistente responde: “E você humilha toda a equipe!”.

Está aí, esse é o início de um conflito que poderia ser evitado.

Claro que a postura do assistente não foi correta, mas seu superior poderia ter se expressado de um jeito diferente.

Na CNV, a forma correta de se comunicar seria: “Por favor, preste atenção. Quando você fica olhando o celular, sinto que não se importa com o que estou dizendo”.

Provavelmente, o retorno do assistente seria mais leve, como uma explicação sobre por que ele estava de olho no celular.

O termo “comunicação não violenta” foi criado pelo psicólogo Marshall Rosenberg por volta dos anos 1960. Na época, a cultura da segregação racial ainda era bastante difundida nos Estados Unidos, mas algumas escolas se propuseram a mudar essa realidade.

No entanto, era necessário adotar uma postura pacífica para melhorar a convivência e promover a integração entre negros e brancos, e foi pensando nisso que Rosenberg desenvolveu a CNV. A CNV é a capacidade de ouvir sem julgar a outra pessoa, essa teoria teve grande importância na mediação de conflitos entre professores, alunos, funcionários e a comunidade no entorno das escolas.

Graças à essa técnica, as pessoas podem encontrar pontos em comum e se colocar no lugar do outro, entendendo melhor suas necessidades, reações e comportamento.

No livro “Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, Marshall Rosenberg estabelece quatro pilares para sua técnica:

Pilar da consciência

Qualquer mudança interna exige autoconhecimento.Então, antes de aplicar a comunicação não violenta, é preciso olhar para si mesmo sem julgamentos e identificar suas forças e fraquezas. Ou seja, avaliar como tem sido nossa comunicação conosco e com os demais, tendo como guias a colaboração, compaixão, autenticidade e coragem.

Pilar da linguagem

A linguagem – seja ela verbal ou não verbal – tem o poder de unir ou afastar as pessoas, de gerar e solucionar conflitos.

Entender essa máxima é essencial para praticar a CNV, pois a linguagem está no cerne de qualquer tipo de comunicação, viabilizando a transmissão de uma mensagem e a troca de informações. Daí a importância de pensar não só antes de agir, mas também antes de falar.

Procure avaliar o efeito das suas palavras sobre quem está te ouvindo.

Pilar da comunicação

Depois de assimilar os possíveis impactos da linguagem, é necessário saber como pedir e como ouvir. Vale começar nos perguntando se estamos, de fato, ouvindo, ou apenas esperando a nossa vez de falar e tentar convencer os demais de que nosso ponto de vista é o correto.Tenha em mente que opiniões distintas são comuns e que não precisam se tornar pretexto para um conflito.Você não precisa concordar com todos e nem todos precisam concordar com você.Se todos respeitarem a opinião alheia, já estarão na metade do caminho para encontrar uma solução eficiente.

Pilar da influência

Essa última etapa está relacionada com aceitar que nem tudo está sob o nosso controle, e dividir o poder com quem está ao nosso redor. Se pararmos para pensar, veremos que muitos conflitos não terminam porque os envolvidos querem os meios de influência somente para si, querem dominar os demais.Quando aprendem a partilhar esse controle, cada um pode assumir sua responsabilidade e, junto aos demais, construir uma solução viável.

A comunicação assertiva pode nos ajudar muito na qualidade dos relacionamentos e aumentar a produtividade de uma equipe, evitando problemas e chateações que poderiam ser evitados no dia a dia das empresas ou até mesmo em casa, com familiares e amigos. Seja empático e acredite na CNV!

Se você quiser saber mais sobre o assunto, indico um e-book gratuito produzido por mim em parceria com a Quantico sobre a Comunicação Não Violenta. Segue o link para download.

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