Queda na exportação de grãos compromete balança comercial goiana

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Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Secex/Mdic) mostram que as exportações de soja goiana desabaram no primeiro semestre de 2019. O tombo de 36%, na comparação com igual período de 2018, deve-se, principalmente, à febre suína africana, que eliminou mais de um quinto do rebanho da China, destino de quase 87% de toda a soja exportada por Goiás. No total, foram comercializados US$ 554,424 milhões a menos de soja, sendo 75% desse valor influenciado pela crise chinesa.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, os números comprovam a necessidade de se investir em políticas que incentivem a industrialização do grão em Goiás. “A atual política de exportação está na contramão do desenvolvimento. O resultado está aí! Um ‘espirro’ na China causa um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões aos produtores goianos”, afirma.

Desde que assumiu a Fieg, Sandro Mabel defende incentivos à industrialização de commodities no Estado como forma de fomentar a geração de emprego e renda para a população e de incrementar a arrecadação de impostos, sobretudo em momento que o governo estadual passa por séria crise fiscal.

“Temos uma política errada! Não podemos continuar incentivando a exportação dos grãos e tributando a industrialização da matéria-prima. Não queremos prejudicar o produtor, o que buscamos é gerar empregos e riqueza para a população. Ao fomentar a industrialização, nos resguardamos, inclusive, das instabilidades que a dependência de um único parceiro comercial pode causar à economia goiana”, observa.

De acordo com estudo preparado por um grupo de empresas e de empresários que participam do Fórum das Entidades Empresariais, a industrialização dos grãos pode gerar mais de R$ 450 milhões em pagamentos de salários diretos, contribuindo para a abertura de milhares de empregos e aumentando a arrecadação em Goiás. Atualmente, a indústria de processamento instalada no Estado opera com 32% de capacidade ociosa. Números levantados pela Fieg estimam que, ao não estimular a industrialização, Goiás deixa de arrecadar quase R$ 1 bilhão por ano.

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