Em Goiás, no ano de 2019, a taxa de desocupação* entre as mulheres era de 12,9%, maior que a taxa de desocupação masculina (8,8%). Dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE ), que divulgou, nesta quinta-feira (4), a segunda edição do estudo Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil.
A diferença na taxa de desocupação é ainda maior quando levada em consideração a cor, isto é, as mulheres pretas ou pardas apresentam taxa de desocupação de 15,1% (enquanto brancas são 9,1%).
As diferenças mais desfavoráveis às mulheres na taxa de desocupação são dados contraditórios quando comparados aos índices de educação, uma vez que, segundo o IBGE, as mulheres apresentam os melhores dados nesses quesitos.
A taxa de analfabetismo para as pessoas do sexo feminino com 15 anos ou mais foi de 4,9% enquanto para os homens foi de 5,3%. Além disso, em relação ao nível de instrução, cerca de 42,6% dos homens com 25 anos ou mais de idade não tinham instrução ou fundamental incompleto, enquanto para as mulheres o percentual era de 37,1%. Já a população de mesma idade com nível superior completo conta com 19,2% da população feminina em Goiás contra 13,3% da população masculina.
Rendimento mensal
Outro fato discrepante foi o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos. A desagregação desse indicador, por sexo, mostrou estimativas de R$ 2.298 para os homens e de R$ 1.738 para as mulheres (R$ 560 de diferença), indicando que a proporção do rendimento das mulheres em relação ao dos homens era de 75,6%.
Cargos de liderança
Se, por um lado, as mulheres são mais escolarizadas, por outro, têm menor inserção no mercado de trabalho e na vida pública em geral.
A pesquisa aborda também a inserção das mulheres em posições de liderança tanto no setor público – como, por exemplo, diretoras de órgãos governamentais –, quanto no setor privado – como em cargos de diretoria ou gerenciais de empresas privadas.
No Brasil, em 2019, 62,6% dos cargos gerenciais eram ocupados por homens e 37,4% pelas mulheres, em 2019. Já em Goiás, essa proporção era de 67,0% dos cargos gerenciais ocupados por homens e somente 33,0% pelas mulheres.
Mulheres na política
Além disso, Goiás é o Estado do Centro-Oeste que possui proporcionalmente menos mulheres na Câmara dos Deputados e nas Câmaras Municipais. Em 2018, apenas 11,8% dos deputados eleitos eram mulheres.
Como as mulheres são maioria na população brasileira, há, portanto, um expressivo quadro de sub-representação, a qual também se materializa no nível de governo local. Em 2020, somente 14,5% dos vereadores eleitos no Estado eram mulheres.
* A Taxa de desocupação tem como objetivo medir a parcela da população em idade de trabalhar (acima de 14 anos) que não está trabalhando, mas está disponível e tenta encontrar trabalho. Assim, para alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um emprego. De acordo com a metodologia usada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, a estudante e a dona de casa, por exemplo, são pessoas que estão fora da força de trabalho (não são nem ocupadas e nem desocupadas); já a empreendedora é considerada ocupada.