Localizado no município de Niquelândia, no norte de Goiás, o Legado Verdes do Cerrado, uma Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável de propriedade da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), é um grande laboratório de pesquisas a céu aberto para estudantes e profissionais que desenvolvem projetos relacionados ao Cerrado. Dentre as pesquisas realizadas em parceria com universidades brasileiras, uma tem como objetivo inventariar a biodiversidade da fauna e flora locais, de forma a coletar informações que levem à conservação e uso sustentável dos recursos ambientais.
Conforme define a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da Organização das Nações Unidas (ONU), diversidade biológica é a “variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, aquáticos e os complexos ecológicos que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas”.
“É de suma importância estudar a biodiversidade. O Cerrado, desde o Brasil colonial, vem sofrendo com intervenções antrópicas e é urgente a necessidade de catalogar a diversidade desse Bioma porque muitas de suas espécies por terem suas áreas de ocupações reduzidas, podem ser extintas localmente”, explica o Dr. Marcos José da Silva, coordenador do projeto “Biodiversidade, endemismo e conservação na Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável Legado Verdes do Cerrado” e professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (UFG).
A pesquisa científica envolve 69 pessoas, dentre alunos de graduação, mestrandos, doutorandos e professores de instituições como a Universidade Federal de Goiás (UFG), Pontifícia Universidade Católica de Goiás, (PUC-GO), Universidade Estadual de Goiás (UEG-GO), o Instituto Federal Goiano, Campus Urutaí (IF Goiano), a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Campus Botucatu (Unesp) e a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os participantes realizam visitas à área do Legado para observação e coletas de amostras de plantas, abelhas, moscas, algas, anfíbios e aves. Posteriormente, em laboratórios, os materiais são processados, identificados e armazenados, servindo de insumos para a produção de artigos científicos.
Desde o início do estudo, em maio de 2019, até março deste ano, quando as visitas foram suspensas em razão da pandemia da Covid-19, os pesquisadores já coletaram 2 mil coleções de plantas de 750 espécies diferentes, dentre as quais duas são novas para a ciência e estão em fase de validação científica. Nas águas dos rios locais, também já foi identificada grande amostragem de algas, com média de 80 espécies catalogadas.
“Já exploramos aproximadamente 40% da área total. Coletamos um grande conjunto de dados em menos da metade da área, mas o resultado ainda não reflete a potencial biodiversidade local. Considerando o tamanho da área, de 32 mil hectares, ainda há muito a ser feito”, explica o professor Marcos. Segundo o pesquisador, um dos objetivos ao final do projeto é produzir um guia para a identificação da biodiversidade. “Vamos trazer uma descrição da área, de sua superfície, tipos de solo, relevo e fitofisionomias, além de apresentar imagens dos organismos que estudamos com descrições que permitam que qualquer pessoa possa reconhecê-los e entendam se são espécies raras, como lidar com cada uma delas. Dessa forma, o guia poderá auxiliar na conservação desses organismos”, completa.
Sobre o Legado Verdes do Cerrado
O Legado Verdes do Cerrado, com aproximadamente 80 % da área composta por cerrado nativo, é uma área de 32 mil hectares da CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, uma das empresas investidas no portfólio da Votorantim S.A. A cerca de três horas de Brasília, é composta por dois núcleos. No núcleo Engenho, nascem três rios: Peixe, São Bento e Traíras, de onde é captada toda a água para o abastecimento público de Niquelândia/GO.
Nele está a sede do Legado Verdes do Cerrado onde, em 23 mil hectares, são realizadas pesquisas científicas, ações de educação ambiental e atividades da nova economia, como produção de plantas e reflorestamento; enquanto 5 mil hectares são áreas dedicadas à pecuária, produção de soja e silvicultura. O núcleo Santo Antônio Serra Negra, com 5 mil hectares, mantém o cerrado nativo intocado e tem parte de sua área margeada pelo Lago da Serra da Mesa.
Sobre a CBA
Desde 1955, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) produz alumínio de alta qualidade de forma integrada e sustentável.
Com capacidade instalada para produzir 100% de energia vinda de hidroelétricas próprias, a CBA minera a bauxita, transforma em alumínio primário (lingotes, tarugos, vergalhões e placas) e produtos transformados (chapas, bobinas, folhas e perfis). Em estreita parceria com seus clientes, a CBA desenvolve soluções e serviços para os mercados de embalagens e de transportes, conferindo mais leveza, durabilidade e uma vida melhor.