O turismo de saúde é o terceiro maior interesse dos visitantes que se hospedam na rede hoteleira de Goiânia. Foi o que constatou o Observatório do Turismo do Estado de Goiás no último Censo Hoteleiro, realizado entre 2017 e 2018 junto com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis e o Sindicato dos Hotéis de Goiânia. No levantamento, os pesquisadores concluíram que 25,7% das pessoas que se hospedam em hotéis e pousadas da cidade têm como objetivo a busca por algum tratamento médico. Os outros maiores interesses são o turismo de negócios (92%) e de eventos (26,9%).
A Demografia Médica no Brasil 2018, realizada pela Universidade de São Paulo (USP), mostra que Goiás está entre os dez estados do País com mais médicos especialistas, com um total de 8.219 profissionais; a grande maioria está concentrada em Goiânia. Um levantamento encomendado pelo novo Órion Hospital, sob orientação da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, mantenedora do renomado Hospital Albert Einstein, apontou que Goiânia tem uma atratividade por serviços de saúde que atinge todos os estados do Centro-Oeste e grande parte do Norte do País, indo até o Acre. O estudo foi feito em 2016, compilando dados do Ministério da Saúde, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Agência Nacional de Saúde (ANS).
Os milhares de turistas que chegam a Goiânia em busca de serviços de saúde vêm, por exemplo, de regiões como a do agropecuarista Ildo José Krupp, 61 anos, que se desloca regularmente mais de 700 quilômetros até a capital, vindo de Canarana (MT). Em Goiânia, ele faz acompanhamento com o oncologista Fernando Leão, um dos dezenas de profissionais que atendem no Órion Business & Health Complex, moderno complexo imobiliário localizado no Setor Marista e inaugurado em 2017 e que tem como foco serviços de saúde e bem-estar.
“Saio do Mato Grosso para me tratar em Goiânia porque na capital há mais recursos e mais médicos especialistas”, explica Ildo. Ele mantém as consultas em dia no acompanhamento que faz do funcionamento da próstata. Além do agropecuarista, sua esposa Mara Lígia e os filhos Eliézer Thiago e Damares Graciele também visitam a capital com objetivo de buscar uma assistência à saúde mais especializada. A família chegou até a comprar um apartamento em Goiânia para usar também nessas viagens, mas acabou se desfazendo do imóvel alguns anos depois.
Vocação turística
O turismo de saúde atrai um público significativo e movimenta uma cadeia produtiva muito grande, sendo economicamente interessante tanto para os destinos como também para todas as empresas envolvidas nesse segmento, entre clínicas, consultórios, farmácias, hotéis e restaurantes. Só no consultório do oncologista Fernando Leão no Órion Complex, o médico estima que entre 50% e 55% de seus pacientes sejam pessoas vindas de fora de Goiânia. Entre os locais de origem de seus clientes estão: Anápolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, e municípios do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Pará e Minas Gerais, e até do Chile. “Dos pacientes do interior, quase a totalidade deles abandona o tratamento na localidade para vir buscar assistência médica especializada em Goiânia, que oferece recursos de alta tecnologia e técnicas minimamente invasivas nos procedimentos oncológicos”, comenta Fernando ao falar da demanda de sua especialidade médica.
Visando atender essa vocação turística e oferecer o maior e mais completo centro de saúde do Centro-Oeste, há pouco mais de um ano era inaugurado em Goiânia o Órion Business & Health Complex, um moderno complexo imobiliário com foco voltado para a assistência à saúde e o bem-estar. Localizado no Setor Marista, o empreendimento é composto por uma torre voltada para consultórios, clínicas, e salas comerciais; um shopping, um hospital de alta complexidade, um centro de convenções com 15 salas e capacidade para 600 pessoas; e um hotel de luxo, o Clarion Goiânia Órion, equipado com 148 apartamentos e 12 suítes, sendo a maior delas de 53 m².
Pacientes do exterior
A dermatologista Gislaine Sales, que tem seu consultório na torre Health do Órion Complex, também possui grande demanda de pacientes vindos de fora de Goiânia e de Goiás, e também brasileiros que vivem no exterior. São pacientes como as irmãs empresárias Wilma de Andrade, de 53 anos; Luana de Andrade, 55; e Natália de Andrade, 51; nascidas em Goiânia, mas que vivem há alguns anos fora do País. Wilma mora em Tampa, nos Estados Unidos, e a cada ano ela volta a Goiânia pelo menos duas vezes para se tratar com Gislaine. Luana, que vive há 38 anos em Roma, na Itália, e Natália, radicada em Sydney, na Austrália, desde 2013, também desembarcam na capital anualmente para consultas com a especialista.
“A principal motivação para continuarmos fazendo o tratamento em Goiânia mesmo morando fora é a confiança que temos nos médicos da cidade. Sem falar que tem muitos procedimentos feitos no Brasil que ainda não chegaram aqui, nos Estados Unidos. Eu tenho médicos aqui também. Eles dizem que demora mais para serem aprovados aqui certos procedimentos estéticos”, conta Wilma de Andrade.
Alta complexidade
Depois de inaugurar, no ano passado, o Órion Shopping, que tem entre suas lojas drogarias, óticas e estabelecimentos que vendem produtos de alimentação natural, o complexo imobiliário se prepara para iniciar as operações, ainda neste ano, de um hospital geral privado com 240 leitos de alto padrão (40 deles na Unidade de Terapia Intensiva) e com heliponto. A unidade hospitalar será preparada para a realização de vários procedimentos de alta complexidade, como por exemplo transplantes de órgãos e cirurgias neurológicas.
Segundo o engenheiro Frank Guimarães, um dos sócios do Órion Complex e engenheiro responsável pelo empreendimento, só o hospital deve gerar cerca de 1.200 empregos diretos, a grande maioria para profissionais ligados aos serviços de saúde. Ele explica que o empreendimento foi idealizado para suprir também a demanda do emergente mercado do turismo de saúde em Goiânia.
Frank Guimarães explica que todo o projeto estrutural do Órion Complex considerou as necessidades dos pacientes que virão se tratar no Órion Hospital e também de seus acompanhantes. “Além do acesso facilitado para os visitantes transitarem entre o hotel e o hospital, o shopping, por ter diversos restaurantes e fast-foods, pode suprir necessidades primárias dessas pessoas e daquelas que transitam no complexo indo ou vindo do centro de convenções e das clínicas médicas que já e
stão se instalando no Órion”, cita Frank.
Para o incorporador, o nível de capacitação técnica que será exigido do corpo administrativo e médico do Órion Hospital, junto com a tecnologia de ponta disponibilizada na unidade hospitalar, fará com que o Hospital e todo complexo Órion “inclua Goiânia, não só no roteiro do turismo de saúde nacional, mas também internacional”.