A construção do terminal provisório do Setor Pedro Ludovico, em Goiânia, está gerando preocupação nos moradores da região. Não pela mudança, mas pelo impacto que será causado na área em que o terminal será instalado provisoriamente. A obra, recorrente da implantação do Bus Rapid Transit (BRT), deve ficar pronta em 60 dias. O terminal será construído no canteiro central da Alameda João Elias da Silva Caldas, localizada a cerca de um quilômetro do atual Terminal Isidória, que passará por reformas.
De acordo com a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), responsável pelas obras e implantação do BRT, o terminal provisório será utilizado pelo tempo necessário para a reconstrução no novo terminal Isidória apropriado para o BRT. No entanto, a comunidade local não teria sido informada e não houve diálogo sobre os impactos de trânsito e ambiental que a região irá sofrer.
Ainda segundo a CMTC, as atividades do Terminal Isidória serão remanejadas para que as obras do BRT possam avançar. De acordo com o Consórcio responsável pelas obras, os trabalhos para a instalação do terminal provisório já foram iniciados. Na sequência, a empresa informou que deve iniciar a obra de requalificação do Terminal Isidória, prevista para ser entregue no fim de 2020. Em relação ao local que abrigará o terminal provisório, a Prefeitura de Goiânia informou que todo o canteiro será recuperado posteriormente e transformado em uma praça.
De acordo com o gerente de contrato do consórcio em Goiânia, Francisco Brandolis, para que as obras do BRT sejam concluídas até outubro de 2020, o consórcio contará com três frentes de serviço. A drenagem e reestruturação da Avenida Goiás, no Centro de Goiânia, a construção da trincheira no cruzamento da Avenida 136 e Rua 90, e a reestruturação do Terminal Isidória.
“Primeiro faremos um terminal provisório, para tirar todo o fluxo de pessoas e de ônibus do terminal existente. Isso tudo num prazo aproximado de 60 dias. Depois que a operação estiver no terminal provisório, nós desmontaremos o terminal existente e faremos um novo terminal com prazo de conclusão de um ano a partir do início das obras”, explica.
Impacto ambiental
Segundo o vereador Paulo Magalhães (PSD), representante do Setor Pedro Ludovico, a construção do terminal provisório tem desagradado e gerado revolta em moradores e comerciantes locais. Para o parlamentar, caso a ideia seja concretizada, mais de 70 árvores serão derrubadas.
Ainda segundo o parlamentar, há 11 anos os próprios moradores se juntaram e plantaram as árvores, que ficam no canteiro central da alameda, destinada a ser o novo terminal provisório. Sem saber do que se tratava, os moradores só ficaram sabendo sobre a construção do terminal, após funcionários da prefeitura irem até o local e demarcarem as árvores que serão retiradas.
“Durante décadas, essa avenida ficou abandonada e, nos conseguimos, com recurso próprio, revitalizamos e construímos os canteiros centrais. É um absurdo destruir esse espaço e, principalmente, sem comunicar a população local. Compreendo a importância do BRT para mobilidade urbana, mas não posso concordar em destruir uma praça, sendo que existem outros locais no setor para abrigar o terminal provisório”, declarou Paulo Magalhães.
O vereador ainda pretende apresentar à equipe responsável pela obra outras duas áreas no Setor Pedro Ludovico que podem abrigar o terminal provisório. E caso não haja entendimento, o vereador disse que vai exigir um acordo por escrito para que o consórcio do BRT, após terminar a construção do novo terminal, reconstrua e faça benfeitorias nas quatro ilhas da Avenida João Elias.
A matéria foi originalmente publicada no Jornal O Hoje.