Tecnologia desenvolvida em Goiás traz economia e inovação para o setor joalheiro

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Joias da Maxinject (Divulgação)

Projeto tem apoio de Fundação de Pesquisa, amplia capacidade de produção de peças, com alta precisão, em escala industrial e custo 50% menor que as concorrentes estrangeiras

A partir da necessidade de automatizar a produção de joias e semijoias que dependia há vários anos de tecnologia importada de outros países, três empreendedores goianos desenvolveram a Maxinject. A máquina é uma injetora de cera para moldes de joias e semijoias com nível de precisão e acabamento superior às concorrentes do mercado. Construída com mão-de-obra e matéria-prima 100% nacionais, a tecnologia incorporada permite uma redução no custo de aquisição em até 50% se comparada às concorrentes importadas que atuam na faixa de valor entre R$ 90 mil reais podendo chegar até a R$ 120 mil reais cada unidade.

Há cerca de três anos, por meio de investimentos próprios, empreendedores goianos se juntaram para construir o protótipo da Maxinject. O mestre joalheiro Paulo Medeiros, com mais de 35 anos de experiência na fabricação de joias e semijoias, o engenheiro de software Roney Valdez, profissional reconhecido e convidado para atuar no desenvolvimento de respiradores na Pandemia da Covid 19, e o gestor de negócios Wander Kenne Correa. Os três iniciaram as pesquisas para desenvolver uma máquina que aperfeiçoasse o processo de injeção de cera nos moldes. Até então o processo era manual ou dependia de equipamentos importados de alto custo. Por meio de um investimento de cerca de R$ 500 mil, os sócios comemoraram o resultado alcançado. “O resultado superou as nossas expectativas”, destaca o gestor de negócios Wander Correa.

Wander Correa explica que de forma manual um joalheiro com experiência conseguia fabricar cerca de dez peças por dia. “Vimos nesta necessidade de automação uma oportunidade de negócio e chegamos ao patamar de uma produção com qualidade e precisão utilizando a injetora a vácuo de até duas mil peças por dia”, completou. Além disso, os fornecedores de outros países têm uma maior demora na reposição de peças bem como em oferecer os serviços de manutenção local. Wander lembra que o valor da Maxinject será oferecido ao mercado na faixa de R$ 60 mil, em média, quase a metade do preço das máquinas importadas oferecidas pelo mercado.

Etapas de fabricação do equipamento (Divulgação)

Premiação

A tecnologia inovadora foi apresentada ao Programa Centelha da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) no começo de 2020 e venceu na categoria Projetos Inovadores no segmento “automação”. “Conseguimos um resultado excelente neste programa que incentiva a criação de produtos inovadores para o estado de Goiás e recebemos um incentivo de R$ 60 mil reais para suprir alguns custos necessários a operacionalização do nosso negócio”. Além disso, vamos ter condições de fabricar mais seis unidades da injetora Maxinject e iniciar os projetos uma linha de produção voltados ao segmento. O Programa Centelha recebeu 912 inscritos em Goiás com projetos de inovação em vários segmentos.

Mercado

O gestor de negócios Wander Correa estima que a tecnologia irá atender um mercado em franca expansão que atualmente engloba cerca de 3.300 empresas de pequeno, médio e grande porte em todo o Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), a capital de Goiás tem mais de 50 indústrias que produzem e vendem peças para todo o País e para alguns países da América Latina e Europa. “Goiânia é referência em design e inovação de joias e semijoias, exportando peças para os Estados Unidos, Alemanha e vários outros países, competindo de igual para igual com os maiores produtores mundiais do segmento”, ressalta.

Com o incentivo obtido pelo Programa Centelha, os empreendedores acreditam que a capacidade de produção de máquinas injetoras irá incrementar dos atuais 1 unidade/mês para 5 unidades/mês, nos próximos meses. A máquina também tem como um de seus pontos fortes o fácil manuseio e um display com comandos intuitivos que facilitam a operação e o manuseio. “A Maxinject conseguiu um nível de sofisticação e controle elevado se comparada às outras tecnologias disponíveis no mercado”, comemora Paulo Medeiros.

O processo de design de joias e semijoias atualmente começa pela criação e modelagem diretamente do computador e em seguida é confeccionado um protótipo modelo em uma impressora 3D. “Uma vez aprovado o modelo novo, são feitos os moldes desta peça em silicone e inicia a injeção de cera nos moldes usando a Maxinject, de uma forma econômica e eficiente, a injetora tem a capacidade de replicar com o mesmo padrão de precisão da matriz e em escala industrial”, afirma o designer Antônio Gonçalves Araripe

Experiência a favor da saúde

Os idealizadores do equipamento são bastante experientes. O projetista é Roney Valdez, Engenheiro de Software, com mais de 38 anos de experiência em Análise de Sistemas e Programação. Atuou como líder de projetos em sistemas pela IBM nos EUA, Europa e Ásia durante 15 anos. É autodidata desde os 14 anos na área de eletrônica. Neste ano foi convidado para participar pesquisa e desenvolvimento de um novo respirador para UTI para atender a demanda gerada pela Pandemia da Covid-19 (Novo Coronavírus). Foram dois meses de pesquisas e intensos trabalhos até chegar ao protótipo homologado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) , uma ação que colaborou para que o Brasil possa ter sua própria tecnologia nesta área vital que é a Saúde.

– Paulo Medeiros, Mestre Joalheiro há mais de 35 anos na área de fabricação de joias e semijoias no Brasil e Estados Unidos. Foi consultor da ONU/PNUD na implantação de Centros de Formação para Joalheiros na Argélia.

– Wander Kenne Correa, Gestor de Negócios com mais de 30 anos de experiência na área de Gestão e Vendas no Brasil nos Estados Unidos. Foi diretor comercial de empresas de software em Goiás e São Paulo. Nos Estados Unidos foi consultor de projetos e outsourcing de mão de obra especializada em Nova York.

– Antônio Gonçalves Araripe, Engenheiro Eletrônico com mais de 20 anos de experiência na área de design de joias. Há 10 anos é especialista em ferramentas de criação e impressão 3D. Prestou consultoria para a ONU/PNUD como Instrutor Sênior em design 3D no Centro de Formação para Joalheiros na Argélia, África.

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A partir da necessidade de automatizar a produção de joias e semijoias que dependia há vários anos de tecnologia importada de outros países, três empreendedores goianos desenvolveram a Maxinject. A máquina é uma injetora de cera para moldes de joias e semijoias com nível de precisão e acabamento superior às concorrentes do mercado. Construída com mão-de-obra e matéria-prima 100% nacionais, a tecnologia incorporada permite uma redução no custo de aquisição em até 50% se comparada às concorrentes importadas que atuam na faixa de valor entre R$ 90 mil reais podendo chegar até a R$ 120 mil reais cada unidade.

Há cerca de três anos, por meio de investimentos próprios, empreendedores goianos se juntaram para construir o protótipo da Maxinject. O mestre joalheiro Paulo Medeiros, com mais de 35 anos de experiência na fabricação de joias e semijoias, o engenheiro de software Roney Valdez, profissional reconhecido e convidado para atuar no desenvolvimento de respiradores na Pandemia da Covid 19, e o gestor de negócios Wander Kenne Correa. Os três iniciaram as pesquisas para desenvolver uma máquina que aperfeiçoasse o processo de injeção de cera nos moldes. Até então o processo era manual ou dependia de equipamentos importados de alto custo. Por meio de um investimento de cerca de R$ 500 mil, os sócios comemoraram o resultado alcançado. “O resultado superou as nossas expectativas”, destaca o gestor de negócios Wander Correa.

Wander Correa explica que de forma manual um joalheiro com experiência conseguia fabricar cerca de dez peças por dia. “Vimos nesta necessidade de automação uma oportunidade de negócio e chegamos ao patamar de uma produção com qualidade e precisão utilizando a injetora a vácuo de até duas mil peças por dia”, completou. Além disso, os fornecedores de outros países têm uma maior demora na reposição de peças bem como em oferecer os serviços de manutenção local. Wander lembra que o valor da Maxinject será oferecido ao mercado na faixa de R$ 60 mil, em média, quase a metade do preço das máquinas importadas oferecidas pelo mercado.

Etapas de fabricação do equipamento (Divulgação)

Premiação

A tecnologia inovadora foi apresentada ao Programa Centelha da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) no começo de 2020 e venceu na categoria Projetos Inovadores no segmento “automação”. “Conseguimos um resultado excelente neste programa que incentiva a criação de produtos inovadores para o estado de Goiás e recebemos um incentivo de R$ 60 mil reais para suprir alguns custos necessários a operacionalização do nosso negócio”. Além disso, vamos ter condições de fabricar mais seis unidades da injetora Maxinject e iniciar os projetos uma linha de produção voltados ao segmento. O Programa Centelha recebeu 912 inscritos em Goiás com projetos de inovação em vários segmentos.

Mercado

O gestor de negócios Wander Correa estima que a tecnologia irá atender um mercado em franca expansão que atualmente engloba cerca de 3.300 empresas de pequeno, médio e grande porte em todo o Brasil. Segundo o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), a capital de Goiás tem mais de 50 indústrias que produzem e vendem peças para todo o País e para alguns países da América Latina e Europa. “Goiânia é referência em design e inovação de joias e semijoias, exportando peças para os Estados Unidos, Alemanha e vários outros países, competindo de igual para igual com os maiores produtores mundiais do segmento”, ressalta.

Com o incentivo obtido pelo Programa Centelha, os empreendedores acreditam que a capacidade de produção de máquinas injetoras irá incrementar dos atuais 1 unidade/mês para 5 unidades/mês, nos próximos meses. A máquina também tem como um de seus pontos fortes o fácil manuseio e um display com comandos intuitivos que facilitam a operação e o manuseio. “A Maxinject conseguiu um nível de sofisticação e controle elevado se comparada às outras tecnologias disponíveis no mercado”, comemora Paulo Medeiros.

O processo de design de joias e semijoias atualmente começa pela criação e modelagem diretamente do computador e em seguida é confeccionado um protótipo modelo em uma impressora 3D. “Uma vez aprovado o modelo novo, são feitos os moldes desta peça em silicone e inicia a injeção de cera nos moldes usando a Maxinject, de uma forma econômica e eficiente, a injetora tem a capacidade de replicar com o mesmo padrão de precisão da matriz e em escala industrial”, afirma o designer Antônio Gonçalves Araripe

Experiência a favor da saúde

Os idealizadores do equipamento são bastante experientes. O projetista é Roney Valdez, Engenheiro de Software, com mais de 38 anos de experiência em Análise de Sistemas e Programação. Atuou como líder de projetos em sistemas pela IBM nos EUA, Europa e Ásia durante 15 anos. É autodidata desde os 14 anos na área de eletrônica. Neste ano foi convidado para participar pesquisa e desenvolvimento de um novo respirador para UTI para atender a demanda gerada pela Pandemia da Covid-19 (Novo Coronavírus). Foram dois meses de pesquisas e intensos trabalhos até chegar ao protótipo homologado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) , uma ação que colaborou para que o Brasil possa ter sua própria tecnologia nesta área vital que é a Saúde.

– Paulo Medeiros, Mestre Joalheiro há mais de 35 anos na área de fabricação de joias e semijoias no Brasil e Estados Unidos. Foi consultor da ONU/PNUD na implantação de Centros de Formação para Joalheiros na Argélia.

– Wander Kenne Correa, Gestor de Negócios com mais de 30 anos de experiência na área de Gestão e Vendas no Brasil nos Estados Unidos. Foi diretor comercial de empresas de software em Goiás e São Paulo. Nos Estados Unidos foi consultor de projetos e outsourcing de mão de obra especializada em Nova York.

– Antônio Gonçalves Araripe, Engenheiro Eletrônico com mais de 20 anos de experiência na área de design de joias. Há 10 anos é especialista em ferramentas de criação e impressão 3D. Prestou consultoria para a ONU/PNUD como Instrutor Sênior em design 3D no Centro de Formação para Joalheiros na Argélia, África.

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