Cada vez mais empoderadas, as mulheres vêm conquistando seu espaço à frente de grandes empresas. Somente no Brasil, cerca de 10 milhões de mulheres são empreendedoras, o que representa 34% dessa fatia de pessoas que optaram por abrir o próprio negócio, segundo levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) em 2022. O estudo apontou que muitas delas empreenderam por necessidade.
Os desafios são diários, e elas vêm conquistando cada vez mais espaço no mercado, mesmo com os homens liderando disparado na frente esse ambiente. Conheça quatro histórias inspiradoras de mulheres que ocupam cargos de liderança em grandes negócios e que conseguiram lidar com os desafios em suas vidas profissionais.
Fé e empreendedorismo
Sete anos após fracassar em uma loja de presentes e decoração, Ana Paula Ribeiro Cury resolveu empreender no segmento de artigos religiosos e positividade e criou, em 2016, a marca Santo Santo Santo, em São José do Rio Preto (SP). A ideia surgiu quando ganhou da irmã uma pulseira de silicone com o emblema da cruz sagrada de São Bento.
Devido à sua devoção e ao sucesso da peça entre seus amigos, Ana Paula resolveu revender as peças da própria casa. Para comprar a primeira remessa de pulseiras, ela parcelou no cartão de crédito R$ 2.700. Em seis meses, abriu uma loja física e no ano passado entrou para o franchising. Hoje a loja soma mais de um mil itens, entre pulseiras, chaveiros, adornos para carros, terços, incensos litúrgicos, velas aromáticas, etc, mas 60% das vendas continuam sendo as pulseiras de silicone.
Em menos de um ano de franquia, a marca conquistou 4 unidades franqueadas, além de ter a loja própria também com e-commerce. Em 2022, o faturamento da rede foi de R$ 1,9 milhão.
Mulher no campo
Viviane Henriques é advogada e há quatro anos lidera a franquia Reino Rural Franchising – especializada em produtos agropecuários como suplemento nutricional animal e fertilizantes próprios da marca. Ela comanda a operação em conjunto com o sócio e fundador do empreendimento Matheus Ferraz.
Juntos, se complementam dentro da empresa. Matheus é responsável pelo setor de vendas, e Viviane lida com o administrativo e o call center da loja matriz, na qual possui expertise de anos nesse mercado. Com o setor agropecuário aquecido nos últimos anos e o negócio rendendo bons frutos, resolveram expandir a marca para o franchising, mercado esse ainda pouco explorado no setor de franquias. Hoje a Reino Rural soma 40 unidades em operação atuando exclusivamente com modelo de negócio home office. Para 2023 é esperado que o faturamento fique acima de R$ 15 milhões.
Ganhou confiança e conquistou seu espaço
Aos 27 anos, Amanda Pinatti, está à frente da franquia Dot Bank – banco digital voltado para empresas com alto volume de emissão de boletos bancários – hoje ocupa o cargo de diretora comercial da rede. Mas para conquistar essa posição, ela que entrou aos 24 anos na franquia como backoffice se dedicou muito à empresa, e isso não passou despercebido pelos gestores da marca.
Confiante e determinada, ela que é mãe do pequeno Maurício de 7 anos, desde muito cedo aprendeu a lidar com as diferenças e superou os desafios por estar em um negócio, geralmente comandado por homens. “A mulher é pressionada a decidir entre ser mãe ou trilhar uma caminhada na carreira profissional. Mas estamos cada vez mais ganhando espaço para trilhar essa dupla jornada. Aqui no banco, por exemplo, meus pontos fortes foram destacados com maestria pelos gestores, o que me fizeram aprender lidar com as mais diversas situações e aprimorar os pontos que eram fracos”, comenta a diretora.
De pai para filha
Ana Carolina da Silva, de 23 anos, é diretora geral da franquia AF Crédito. Ela que herdou o bastão do pai no negócio entrou na empresa para “quebrar um galho” na parte financeira, já que sua paixão era seguir na área da saúde. Mas não teve jeito, com o tempo ela ganhou espaço no negócio e conquistou sua vontade em trilhar esse caminho ao lado do pai, se tornando o seu braço direito na empresa.
Ela que cursa Gestão Comercial hoje é a responsável geral de toda equipe, analisando indicadores de desempenho diariamente, suporte, como também está por dentro de todas as negociações, novidades e comunicação com os franqueados.
“Ser tão jovem e desempenhar um papel tão importante no ramo em que atuamos, onde ainda somos minoria, é muito difícil. Por diversas vezes em reuniões observei olhares preconceituosos, falas depreciadas. E por esse motivo já me peguei tendo aquela velha síndrome da impostora que ultrapassa gerações. As pessoas sempre acham que por você ser jovem e mulher, você não tem conhecimento, não tem potencial, não está fazendo o suficiente. E o que eu aprendi com todas essas situações foi a ter força e olhar para dentro de mim e reconhecer o meu potencial, focar no que eu sou boa. Nós não somos o que o outro diz e por mais jovem que eu seja eu sempre soube muito bem onde queria e quero chegar e ninguém pode me dizer o contrário”, finaliza a diretora.