Em meio a tantas drogarias de grandes redes, que se multiplicam por Goiânia, as farmácias de bairro mantêm vivas tradições bastante peculiares desses estabelecimentos, onde a relação pessoal e duradoura com os clientes é uma de suas marcas registradas. A famosa propaganda boca a boca, de cliente para cliente, é outro atributo que continua dando fôlego às 710 farmácias independentes da capital, um número cinco vezes maior que o das lojas de grandes grupos, que têm mais estrutura e aporte financeiro para investir.
“As farmácias de bairro têm essa peculiaridade de você poder construir uma relação próxima e sólida com os clientes, os chamando pelo nome. Com o tempo, à medida que se atende o avô, o filho, o neto e, enfim, toda a família, isso cria uma confiabilidade muito boa”, explica o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Goiás (Sincofarma-GO), João Aguiar Neto.
Na era do WhatsApp e do Instagram, as farmácias de bairro, mesmo incorporando essas novas tecnologias, ainda conseguem ‘dialogar’ com os clientes através de meios já nem tão populares nos grandes centros, como as propagandas de carro de som. Mas, de acordo com Aguiar, é uma prática que continua dando certo nos bairros.
Para se manter neste mercado competitivo, as farmácias independentes tiveram também de adequar o espaço físico das lojas às demandas do consumidor cada vez mais exigente do século 21. Contar só com ventiladores para espantar o calor típico de Goiânia, mesmo, nem pensar. “Uma boa climatização da loja, por exemplo, é fator preponderante hoje para que o negócio dê certo”, salienta o presidente do Sincofarma-GO.
Indo ao encontro das demandas do consumidor, a higienização impecável, a iluminação moderna, a boa exposição dos produtos e o próprio layout da loja são outros fatores que impulsionaram a evolução profissional das farmácias de bairro. Para João Aguiar, o segredo da longevidade das farmácias independentes está também no ponto em que é montado o comércio. O empresário conclui que a escolha correta do ponto corresponde a 50% da estratégia para fazer a farmácia dar certo. Segundo ele, costumam faturar mais as drogarias que ficam no caminho onde muitas pessoas passam especificamente à pé.
*Crédito da foto: Monatha Nogueira/Divulgação