Primeira mina de potássio do Centro-Oeste entra em operação em Goiás

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Fertilizante natural e sustentável será trunfo econômico para produtores rurais de Goiás e Mato Grosso (Divulgação)

O município goiano de Montes Claros de Goiás, a 270 km de Goiânia, é a primeira cidade da Região Centro-Oeste a ter uma mina de fertilizante potássico natural. O mineral, que ganhou o nome de KMC (Potássio de Montes Claros) está sendo extraído pela Edem Agrominerais, com previsão de produção inicial de 100 mil toneladas/ano. Até o momento, foram investidos R$ 15 milhões no empreendimento e gerados cerca de 40 empregos diretos. E, graças aos bons resultados iniciais, a mineradora já planeja dobrar a capacidade produtiva da mina.

Largamente utilizado na agropecuária, o potássio de Montes Claros (KMC) representa um trunfo para os produtores de Goiás e do Mato Grosso, uma vez que a produção nacional de produto correspondeu a apenas 3,9% do total comercializado. Ou seja, mais de 95% desse fertilizante precisa ser importado.

Potássio (KMC) é utilizado como fertilizante na agropecuária (Divulgação)

O geólogo Luiz Vessani, um dos sócios da EDEM Agrominerais, explica que a exploração da jazida é fundamental para diminuir os custos para o produtor, principalmente por estarmos com o câmbio desfavorável para importação de insumos. Sem falar da facilitação que trará para a questão logística, que não é muito favorável para produtores do Centro-Oeste, por estarem longe dos portos.

“Olhando para a realidade de Goiás em relação à dependência externa de fertilizantes, é preciso dizer que o início da exploração de jazida de potássio em Goiás é algo extremamente positivo não só para o estado, mas para o Centro-Oeste como um todo, que consome quase 40% do potássio entregue no Brasil, graças à expressiva produção de grãos e cana-de-açúcar na região”, acrescenta Luiz Vessani.

A localização estratégica da jazida possibilita uma excepcional condição logística e de infraestrutura para o trabalho de produção. Ela está às margens da rodovia federal BR-070, com oferta local de energia trifásica e facilidades de acesso a diversas regiões agrícolas produtoras.

As reservas da jazida do agromineral potássico, já avaliadas e oficialmente aprovadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM), alcançam 207 milhões de toneladas, com elevado teor de K2O (10%) e riqueza de micronutrientes essenciais ao crescimento das plantas e importantes para a manutenção da fertilidade dos solos, fornecendo inclusive silício, importante mineral na contenção de pragas. Vale destacar ainda que as reservas têm alto potencial de incremento, mediante novas pesquisas geológicas.

A extração do potássio em Montes Claros de Goiás

Em Montes Claros, o potássio encontra-se em alta concentração na rocha, sendo um composto 100% natural, sem nenhum tipo de enriquecimento químico artificial. Isso possibilita um processo simples de extração, no qual apenas a moagem da pedra e seu transporte são necessários. Não há a necessidade de barragem ou lavagem dos insumos, ou seja, não há necessidade de consumo de água na produção.

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