Goiânia acompanha o ritmo das capitais brasileiras e registra aumento nos preços nominais dos imóveis residenciais em março. O reajuste foi de 0,84%, acima da média no país, que ficou em 0,78%, de acordo com o índice IGMI-R da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Em 12 meses, a alta nos preços acumulada na Capital é de 6,34%, um pouco abaixo da registrada no período no país: 8,45%. Apenas Rio de Janeiro, Recife e Brasília tiveram aceleração no resultado acumulado em 12 meses.
Nos últimos meses, as variações do índice em Goiânia alcançaram 0,69% no terceiro trimestre de 2020, 1,16% no quarto trimestre de 2020 e 1,60% no primeiro trimestre deste ano.
“A previsão é de um reajuste nos preços entre 15% e 20% até o final deste ano, impactados pelo aumento dos custos dos materiais de construção e a falta de insumos no mercado, como aço e cimento”, destaca o diretor de Marketing, Comunicação e Eventos da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Marcelo Moreira.
O aumento, aponta, deve ser repassado ao consumidor a curto ou médio prazo. “O mercado imobiliário registra um aquecimento desde 2020, que deve permanecer neste ano impulsionado pela baixa taxa de juros. Diante deste ritmo e da ausência de insumos para as obras, além do aumento dos preços dos materiais, o repasse é iminente. Quem está pensando em comprar imóveis, a recomendação é não esperar muito para tomar uma decisão”, alerta Marcelo. Para este ano, expectativa é que o setor registre um crescimento de até 30% nas vendas e nos novos lançamentos.
Para a Abecip, o atual momento é marcado pelo recrudescimento da pandemia de Covid-19, que impõe restrições para a retomada do nível de atividade, e por limites fiscais para programas de incentivos e auxílios. “O tempo necessário para a normalização desse cenário, e por consequência das condições de consumo e investimento da população, irá condicionar a evolução dos preços dos imóveis residenciais ao longo do restante do ano”, destaca em análise.
De acordo com a entidade, a recessão iniciada no segundo trimestre do ano passado com o advento da pandemia de Covid-19 interrompeu a tendência de aceleração iniciada em 2019, tendo na sequência uma forte desaceleração no terceiro trimestre de 2020.
“Os resultados do último trimestre de 2020 e do primeiro de 2021 interromperam essa desaceleração, dando lugar a uma estabilidade em torno do patamar do final de 2019. No entanto, esse patamar nominal não reproduz a variação real dos preços dos imóveis residenciais no Brasil, na medida em que os índices de preços ao consumidor, e principalmente no atacado, tiveram aceleração significativa no período”, aponta o texto.
A dinâmica dos preços também é confirmada pelos resultados da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV. O Índice de Situação Atual (ISA) e o Índice de Expectativas (IE), que são calculados de acordo com o sentimento dos empresários do setor de construção de edificações residenciais, apontam que houve uma recuperação a partir da queda acentuada no segundo trimestre de 2020. Análise aponta também que o Índice de Confiança da Construção (ICST), que agrega percepções de situação atual e expectativas, chegou a atingir o mesmo nível anterior ao do início da recessão, porém vem declinando a partir daí desde o final de 2020.