A crise econômica causada pela pandemia da Covid-19 tem atingido praticamente todos os setores do cooperativismo brasileiro, alguns com maior intensidade do que outros. Para superá-la, são necessários organização, planejamento e gestão, independentemente do porte ou área de atuação de cada cooperativa. É o que defenderam os presidentes da Organização das Cooperativas no Estado de Goiás (OCB-GO), Luís Alberto Pereira, e da Organização das Cooperativas no Estado do Paraná (Ocepar), José Roberto Ricken, em palestra realizada pela Webinar MundoCoop.
“Esta crise atingiu todos os segmentos do cooperativismo goiano de forma variada. No setor de transporte, por exemplo, há segmentos que sentiram menos por conta do escoamento da safra agrícola, mas outros passam por grande dificuldade financeira, como o escolar e de turismo. No segmento de saúde a maior preocupação é com o pós-crise. Criamos na OCB-GO um fórum permanente de monitoramento e discussões, avaliando as demandas de cada setor, buscando as melhores soluções e como uma cooperativa pode ajudar as demais superarem este momento de dificuldades. Tenho convicção de que vamos superar isso tudo em breve”, afirmou Luís Alberto.
“Ninguém estava preparado para esta crise. Iniciamos este ano com expectativa de retomada do crescimento econômico do Brasil. Mas não é hora de pânico. Estamos todos no mesmo barco e a maior preocupação agora é com a saúde das pessoas. Nossa prioridade tem sido garantir o abastecimento (alimentos) interno no País e honrar nossos compromissos. A primeira providência na Ocepar foi nos organizarmos num comitê, que está em permanente contato com as cooperativas no Paraná, além de adotarmos uma comunicação clara e com credibilidade para as cooperativas e cooperados”, disse Ricken.
Outra frente de ação adotadas pela OCB-GO e pela Ocepar foi promover maior interlocução com as autoridades públicas. Em Goiás, existe um diálogo aberto com o Governo do Estado e com as maiores prefeituras. “Como membros do Fórum das Entidades Empresariais de Goiás, temos participado de reuniões remotas com o governador Ronaldo Caiado, quando aproveitamos para transmitir as demandas do nosso setor. Este diálogo, inclusive, permitiu a flexibilização do isolamento social no Estado com todas as medidas de precaução necessárias”, frisou Luís Alberto. “Esta interlocução com os governos é muito importante, porque as cooperativas atuam com vários segmentos. Formam uma complexa e grande cadeia, que vai de pequenos produtores a grandes indústrias”, enfatizou Ricken.
O presidente da Ocepar defendeu que as cooperativas precisam se organizar melhor para as mudanças que vão acontecer no mercado após a crise do Covid-19. “Somos uma atividade que temos diferenciais e precisamos fortalecer essas vantagens competitivas no mercado, além de adotarmos boas práticas de gestão em todas as cooperativas. Será preciso avaliar se a cooperativa é realmente necessária para as pessoas e para a comunidade, se tem viabilidade econômica, se possui moderno modelo de gestão e seus profissionais estão inseridos no mercado”, defendeu Ricken.
“Além disso tudo, as cooperativas precisam e precisarão mais ainda de apresentarem resultados positivos e crescerem regidas pelos sete princípios do nosso setor. Mais do que nunca, devem ter o foco prioritário nas pessoas e nas suas comunidades, buscaram fazer a diferença e se comunicarem melhor com a sociedade”, complementou Luís Alberto. Os presidentes da OCB-GO e da Ocepar concluíram com mensagem positiva. “Não podemos deixar que essa crise abata o cooperativismo. Temos de construir a saída e o crescimento a médio e longo prazos. As condições estarão mais favoráveis para as cooperativas, pelo seu modelo de negócio e gestão estar mais próximo das pessoas”, enfatizou Luís Alberto.