Se você ainda acha que o grande valor gerado pela contabilidade da sua empresa é entregar em dia as obrigadas exigidas pelo Fisco, chegou a hora de quebrar alguns paradigmas. “Trata-se de uma ferramenta para a gestão do negócio, e tê-la como aliada pode ser um diferencial competitivo”, afirma Pedro Barros, sócio da MG Auditoria, Consultoria e Contabilidade. Ele sobe ao palco do We Are Omie – organizado pela fintech Omie -, no dia 8 de agosto em São Paulo, para participar da trilha ‘Empresa contábil perfeita’.
Ao contrário do que muitos pensam, a contabilidade transcende o compliance na gestão do negócio. “O contador tem uma visão 360 graus, o que lhe permite atuar junto ao empreendedor desde o planejamento até gestão das finanças, tributos e precificação”, diz Barros. Segundo ele, quem faz uso efetivo de todas essas possibilidades trilha caminhos mais seguros e consistentes no mercado.
Confira, a seguir, um passo a passo para estreitar os laços com a sua contabilidade.
1. Inclua o contador no planejamento inicial
“Antes mesmo de a empresa nascer, é importante que ele participe das projeções econômicas e financeiras”, afirma Barros. Nessa etapa, o profissional contábil analisa qual será a margem ideal para se pagar os custos e despesas e ainda gerar lucro, o enquadramento tributário que mais trará economia, o aporte que o empreendedor fará até o negócio maturar, entre outras questões cruciais. Cabe também ao contador prever todos os impactos possíveis sobre os cenários projetados.”Não dá para precificar sem prever os impactos dos tributos, frete e comissão.”
2. Firme uma parceria estratégica
Traga o profissional contábil para apoiá-lo na gestão financeira do negócio. “O objetivo é receber informações que ajudem a nortear o dia a dia da empresa”, diz o sócio da MG Auditoria, Consultoria e Contabilidade. O contador lhe dirá, por exemplo, se determinado produto tem se mostrado lucrativo, se o caixa permite ou não reinvestir na operação, se o fluxo de caixa exige uma eventual negociação de prazos com fornecedores e clientes, entre outros.
3. Revisite o planejamento
Agende com o contador reuniões mensais específicas para revisitar o planejamento. “Confiram juntos se os objetivos traçados estão sendo alcançados. Se não estiverem, verifiquem o que precisa ser ajustado”, afirma Barros. Ele destaca que a análise deve se basear na evolução dos indicadores do negócio, como margem de lucro, ponto de equilíbrio, fluxo de caixa, capital de giro e projeção da receita. “Nessa fase, o contador atua como guardião do termômetro da empresa, monitorando os indicadores vitais dela.”
4. Replaneje periodicamente
“A velocidade das mudanças no mercado – seja a entrada de um concorrente, a chegada de uma tecnologia ou as flutuações cambiais – exige um novo planejamento pelo menos a cada três meses”, diz Barros. Ele, no entanto, sugere que toda decisão com impacto sobre as finanças seja antes avaliada pela contabilidade.
“A formação de uma equipe, por exemplo, vem acompanhada dos custos trabalhistas. Nesse caso, a análise deve prever quanto o investimento vai demandar do caixa até se chegar à receita ideal para pagá-lo”, afirma. O objetivo é dar ao empreendedor subsídios para tomar decisões consistentes e com mais chances de sucesso.
A matéria foi publicada originalmente na Pequenas Empresas & Grandes Negócios