Mesmo com todas as adversidades trazidas pela pandemia, as biomédicas Carla Soares (29), Gabriela Cardoso (32) e Bruna Rodrigues (28) não desistiram dos planos de empreender e inaugurarem o primeiro negócio. E não estamos falando de um novo e-commerce ou algo no ambiente virtual, caminhos adotados por muitos para não enterrarem suas atividades ou buscarem novas alternativas de negócio. As profissionais estão apostando todas as fichas num empreendimento essencialmente físico.
As colegas de faculdade, agora, tornaram-se sócias e estão injetando R$ 500 mil numa clínica de estética e saúde, em Goiânia. Quando concluíram o curso de pós-graduação em biomedicina estética, em 2014, as amigas decidiram buscar experiência em clínicas que são referência na área. Após cinco anos aprendendo com os acertos e os erros de empresas e de profissionais de grande experiência, sentiram a confiança de que era chegada a hora de voltarem a se unir e inaugurarem a própria clínica.
O planejamento da abertura do empreendimento foi construído com muito cuidado, com o auxílio de uma equipe multiprofissional de peso que pudesse avaliar a viabilidade financeira do empreendimento. Tudo planejado no papel, as três desligaram-se dos empregos antigos, tornaram-se sócias e saíram em busca do lugar ideal para instalar a clínica. Porém, assim que se decidiram pelo espaço, uma sala de 90 metros quadrados no Edifício Órion, veio a grande surpresa: a maior pandemia a que o mundo já assistiu.
O que poderia ser motivo para elas desistirem não abalou as jovens empreendedoras. Elas aproveitaram o “tempo livre” (já que estavam impedidas de trabalhar e de tocarem a obra) para fazer pesquisas de materiais de construção, se aprofundarem nos planos da clínica e também investirem em mais conhecimento. Estavam certas de que têm nas mãos um negócio promissor, planejado minuciosamente e com um serviço diferenciado, que vai mudar o conceito de estética na cidade. Aqui está o segredo da persistência, mesmo na adversidade: planejamento e conhecimento.
Dados
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial em consumo de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, ficando atrás apenas dos EUA, China e Japão. O pai é o líder absoluto na América Latina, onde é responsável por 48,6% do faturamento. Só por esse dado é possível entender o grande potencial que o segmento da beleza tem. A entidade ainda apurou que, mesmo diante da forte crise que o Brasil enfrentou, a média anual de crescimento desse setor nos últimos 10 anos foi de 4,1%.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trazem que o setor da beleza está entre os 10 principais segmentos do varejo. Não são apenas os produtos cosméticos que estão sendo mais vendidos, mas os cuidados semanais em clínicas e salões de beleza estão dentro da agenda e orçamento da grande maioria de mulheres e homens. Mesmo em tempos de crise, as estatísticas mostram que o brasileiro não abriu mão dos cuidados estéticos.