O ESG e as oportunidades na economia circular

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(Crédito da imagem: Reprodução/Guazzelli Advocacia Empresarial)

Por Sérgio Carlos dos Santos

Normalmente o valor da empresa é estimado por seu fluxo de caixa descontado, múltiplos fundamentalistas, seus lucros, receitas, dívidas etc. Entretanto, cada vez mais ganham importância nessa avaliação os aspectos ambientais, sociais e de governança – do inglês ESG: Environmental, Social and Governance. A preocupação demonstrada pela empresa com as pessoas e com o meio ambiente impacta na percepção de valor dos seus diversos stakeholders, em especial de seus investidores, clientes, fornecedores e funcionários.

Nesse sentido, os sócios e executivos de empresas não devem enxergar o ESG como uma moda ou ferramenta de marketing e sim como uma alavanca de valor para essas empresas, ou seja, uma necessária ferramenta de geração de valor na percepção de seus stakeholders e que num futuro próximo poderá tornar-se uma ferramenta de sobrevivência dessas empresas.

O fator ambiental do ESG (letra E) está intimamente ligado ao conceito de economia circular que tem o propósito de reduzir o desperdício nos processos produtivos, promovendo o desenvolvimento econômico sustentável por meio da reutilização de recursos, ou em outras palavras, pela reciclagem. Assim, a adoção do ESG implica em incentivar e desenvolver o mercado de economia circular e as práticas de reciclagem.

Espera-se cada vez mais investimentos na cadeia de reciclagem e na logística reversa, instrumento previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Exemplo disso são os créditos de reciclagem instituídos pelo Governo Federal na forma dos Certificados de Créditos de Reciclagem visando oferecer mecanismo para que as empresas se enquadrem no PNRS em alternativa à instituição de um projeto próprio de logística reversa que não é um processo simples e nem barato.

Nesse cenário, existe um espetacular potencial de crescimento para as empresas que participam da economia circular dada a importância desse setor para as empresas que adotaram ou venham a adotar as boas práticas ESG. Esse mercado potencial tem despertado o interesse de investidores, em especial de sócios estratégicos e fundos de investimentos.

Cabem aos proprietários e executivos dessas empresas buscarem explorar essas oportunidades de crescimento por meio da ampliação e diversificação de suas fontes de financiamento, intensificando sua captação em mercado de capitais e operações estruturadas no mercado bancário por meio de processos competitivos e assessoria financeira especializada. Afinal, quanto mais fortalecidas financeiramente essas empresas estiverem, maior capacidade de investimento e maior poder de negociação elas terão em um movimento de consolidação que se espera venha a acontecer nesse setor.

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Sérgio Carlos dos Santos

Sócio da Araújo Fontes, responsável pela atuação na região Centro-Oeste a partir do escritório em Goiânia-GO.

Doutor em Ciências Contábeis pela UnB – Universidade de Brasília.

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