O cooperativismo seguirá apoiando pessoas e negócios

Coluna Cooperativismo

Opinião de quem ajuda a construir um modelo de negócios mais justo e sustentável, que une desenvolvimento econômico e social, produtividade e sustentabilidade, o individual e o coletivo, sempre de forma democrática.
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Uma das definições da palavra resiliência é a “capacidade de quem se adapta às intempéries, às alterações ou aos infortúnios”. Ao longo dos últimos 166 anos, poucas atividades econômicas foram mais resilientes que o cooperativismo. Nesse período, os cooperados e suas instituições superaram guerras, pandemias, crises políticas e econômicas e mudanças bruscas de regimes governamentais.

O cooperativismo passou por cima de tudo isso, mas com um diferencial: ficou mais forte. Desde sua criação, em 1844, na cidade de Rochdale-Manchester, no interior da Inglaterra, o ato de reunir pessoas ou grupos com os mesmos interesses para obter ganhos em suas atividades econômicas se espalhou pelo mundo e nunca deixou de crescer.

No Brasil, o cooperativismo financeiro fincou os pés pela primeira vez em 1902, em Nova Petrópolis (RS), cuja cooperativa pioneira ainda está em atividade. Hoje, o cooperativismo financeiro está presente em todos os Estados da Federação, reunindo 11,8 milhões de associados e ativos que somam R$ 190,4 bilhões.

O cooperativismo financeiro é um modelo de economia hoje denominado como colaborativo ou compartilhado. Entre seus princípios estão gestão democrática, compartilhamento de experiências, sustentabilidade, proteção ao meio ambiente, interesse pela comunidade e divisão das sobras (lucros) entre os associados. É bom lembrar que estamos falando de princípios do meio do século 19, mas bastante atuais e que fazem todo o sentido para a vida em sociedade, especialmente agora em que as pessoas buscam valorizar os negócios locais em virtude da pandemia de Covid-19.

Esse modelo financeiro, de comprar de quem é daqui, de investir em quem é daqui, permite que empresas, empregos e renda se mantenham durante essa pandemia. Neste quesito, as cooperativas de crédito são excelentes exemplos. Todo recurso investido pelo associado é revertido para financiar negócios em sua região, com toda segurança do Sistema Financeiro Nacional (SFN). O investidor tem seu retorno garantido e ainda fomenta as atividades em sua cidade. É colocar em prática a justiça financeira de maneira legal, segura e ajustando uma engrenagem que movimenta a economia com responsabilidade social.

Estamos passando por um momento crucial no planeta. Dificilmente, neste pós-crise, levaremos a mesma vida de antes. A sociedade deverá passar por transformações profundas, seja na área econômica, com menos consumo e mais consciência na hora de gastar o dinheiro, ou no social, em que as pessoas tendem a se tornar mais solidárias e olhar o próximo com mais afeto.

De uma forma ou de outra, independente das mudanças que venham, o cooperativismo financeiro vai seguir apoiando pessoas e negócios, independente do ramo de atuação. Nossos princípios de respeito e valorização das pessoas, cooperativismo e sustentabilidade, excelência e eficiência, ética e integridade, liderança inspiradora e inovação e simplicidade são inegociáveis em nosso propósito de conectar pessoas e promover justiça financeira e prosperidade.

Fabrício Modesto Cesar é diretor-presidente do Sicoob Engecred

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