Escassez de insumos afeta construção civil durante a pandemia

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Para aliviar a situação, muitas empresas estão contando com fornecedores locais, que demandam custos logísticos menores (Crédito: Divulgação)

A predominância do transporte rodoviário no Brasil gera dificuldades e desafios logísticos em praticamente todos os setores da cadeia produtiva. Durante a pandemia, este cenário se intensificou ainda mais por causa das restrições de circulação em diversos estados do país e por longos intervalos de tempo. Como consequência, o setor da construção civil passa por uma crise de abastecimento de insumos e materiais imprescindíveis para o segmento.

Um levantamento realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) aponta que 84% das empresas consultadas sofrem com o desabastecimento de aço em suas regiões. Para 26% desta parcela, o prazo médio de entrega do material supera os 90 dias. Outros insumos que também estão cada vez mais escassos nas fábricas e distribuidoras são cerâmicas e louças, conforme atesta o engenheiro civil Humberto Dutra Borges, gerente da área de suprimentos da Consciente Construtora.

“Os fornecedores estão com muita dificuldade para cumprir com os prazos”, relata Humberto. Para aliviar a situação, muitas empresas estão contando com os fornecedores locais, que têm a vantagem de demandar custos logísticos menores e de não depender do transporte de longas distâncias. Essa estratégia, adotada pela Consciente Construtora há muitos anos, tem garantido a oferta de insumos considerados primordiais para a atividade, como gesso, concreto e tinta. Em seu relatório de sustentabilidade publicado em 2020, a Consciente apontou que mais de 66% do orçamento do ano anterior foram gastos com fornecedores locais.

“Os nossos parceiros locais também estão sofrendo com a escassez de matéria-prima, mas têm conseguido manter a disponibilidade de materiais como gesso, concreto e tinta. Graças a eles, não estamos com falta desses tipos de material”, complementa o engenheiro civil.

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), elaborado com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Caixa Econômica Federal, registrou em março de 2021 um aumento de 2,2% no valor dos materiais de construção, com alta acumulada de 7,7% no primeiro trimestre do ano. De acordo com o Sinapi, os preços de insumos registram elevação de preço há oito meses consecutivos, como resultado da oferta insuficiente para atender a demanda do setor. O segmento de aço, que engloba insumos como vergalhões, arames e vigas, entre outros, teve aumento de preço em 20 estados brasileiros em março.

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