A região Centro-Oeste, que já tem uma forte demanda para a aviação executiva, deve registrar um incremento nos próximos anos, graças a uma nova regulamentação que autoriza as companhias de táxi-aéreo a venderem assentos individuais para passageiros e a recente autorização para o aeroporto de Goiânia operar voos internacionais. Ambas deliberações foram tomadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em agosto.
O Centro-Oeste responde por 10% das operações de aviação executiva no País, segundo dados do Anuário Brasileiro de Aviação Civil de 2019, documento elaborado pelo Instituto Brasileiro de Aviação. A região detém 46% dos aeródromos privados do país, conta com uma frota de 3.595 aeronaves de pequeno porte, que teve um crescimento de 1% em 2017, bem maior do que os 0,1% registrado nacionalmente. A região também detém ainda o título da maior frota de aeronaves agrícolas, 470 aviões, segundo dados do Anuário, e com a ampliação da infraestrutura a demanda deve crescer.
Um empreendimento que irá fortalecer o setor no Centro-Oeste é o Antares Polo Aeronáutico, que será construído em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana de Goiânia. Com previsão de início de obras em 2021, será construído em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana de Goiânia, promete absorver grande parte dos mais de 63 mil pousos e decolagens da chamada aviação geral ou executiva, realizados por ano no Centro-Oeste. O empreendimento é capitaneado por um grupo empreendedor formado pelas empresas Tropical Urbanismo e Incorporação, Innovar Urbanismo/Aeroar e CMC/BCI.
De acordo com o empresário Rodrigo Neiva, um dos empreendedores responsáveis pelo Antares, Goiás é um Estado que, devido a sua localização geográfica privilegiada no centro do Brasil, tem todas condições para receber um polo aeronáutico e atender a aviação de negócios.
“Goiás, tem atraído grandes indústrias, distribuidoras que usam para suas operações os modais de transporte terrestre e ferroviário e, com o desenvolvimento do modal aeronáutico, seremos um forte centro logístico não só do Brasil como da América Latina. O Antares chega para dar vazão a essa necessidade crescente de deslocamentos rápidos na aviação executiva e para dar suporte aeronáutico aos voos domésticos e transporte de cargas e outras operações”, diz ele.
Crescimento pós-pandemia
E por falar na aviação executiva, composta pelos serviços de táxi-aéreo, jatos e aviões de pequeno porte de uso particular, este setor foi bem menos impactado pela pandemia do novo coronavírus, se compararmos com números registrados pela aviação comercial, feitas pelas grandes companhias áreas. A chamada aviação de negócios tem uma perspectiva de crescimento ainda melhor para 2021 graças a recente regulamentação da Anac, que no começo de agosto autorizou as companhias de táxi-aéreo a venderem assentos individuais para passageiros.
Para fugir das aglomerações dos aeroportos e do maior risco de contágio em voos comerciais, a aviação executiva acabou se tornando uma alternativa para quem precisa voar com regularidade e para muitas cidades brasileiras que ficaram sem uma ligação aérea durante a pandemia. Logo em março, início da declaração do estado de emergência em saúde, a aviação comercial registou um tombo de 82% no número de passageiros nos voos para o Brasil, numa comparação com igual período no ano passado. Em três meses de pandemia, os voos domésticos registram queda de 90,97%, na comparação com igual período em 2019.
Já a aviação executiva registou uma queda de apenas 20% em seus números de voos no começo da pandemia, segundo aponta dados da Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG). Nos meses seguintes a aviação de negócios chegou a registar até alta em alguns nichos, como o de UTIs áreas.
A Líder Aviação, uma das maiores empresa de táxi-aéreo do Brasil, registrou em março e abril um crescimento de 34% nas cotações deste serviço, na comparação com o igual período em 2019. Já as horas voadas em UTIs aéreas tiveram um incremento de 25% em abril, se comparado ao mês anterior. E a Flapper, plataforma digital especializada na contratação de voos executivos, registrou um aumento de 69% na procura por seus serviços.