Na Fieg, diretoria da Aneel discute demanda energética e recebe queixas

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A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) recebeu, na manhã de ontem (14), a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para discutir os gargalos relativos à distribuição de energia elétrica no Estado e os problemas enfrentados pelo setor produtivo local. A reunião, na Casa da Indústria, contou com presença de empresários e representantes da indústria, do comércio e da agricultura, que reforçaram críticas à baixa qualidade nos serviços prestados pela Enel Distribuição Goiás.

No encontro, a Aneel esclareceu que tem acompanhado os indicadores de qualidade antes e pós privatização da Celg, trabalhando fortemente junto à distribuidora para que sejam alcançados melhores resultados na prestação dos serviços. Segundo o diretor da agência reguladora, Rodrigo Limp Nascimento, um dos objetivos do encontro em Goiânia foi justamente ter esse retorno do setor produtivo quanto à percepção sobre a demanda e o atendimento ofertado pela Enel.

“Serão tratadas medidas emergenciais para melhorar a prestação de serviços no curto prazo, como a exigência de um plano de investimentos específico para operação e manutenção da rede e atendimento ao consumidor”, afirmou Nascimento.

O presidente em exercício da Fieg, André Rocha, acompanhou o debate e reafirmou a preocupação da entidade quanto à resolução do problema, que tem afetado negativamente a competitividade do setor produtivo goiano. “Temos toda uma expectativa de que o Brasil e o Estado vão voltar a crescer de forma mais significativa e a energia elétrica tem sido um gargalo para isso. Precisamos ter a garantia do fornecimento de forma eficiente, inclusive já com uma solução para os problemas mais imediatos”, observou.

Empresários que acompanharam a reunião foram unânimes em solicitar a mediação da Aneel junto à distribuidora com o intuito de compelir a companhia à realizar investimentos mais significativos, sobretudo na oferta de carga e na diminuição das interrupções no fornecimento de energia. Para o presidente do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica de Goiás (Conceg), Wilson de Oliveira, os investimentos realizados pela Enel são insuficientes, o que leva muitas indústrias e comércios a recorrer ao gerador.

“A reclamação é geral. No rural, está uma calamidade, com perda grande de frango, de leite e de outros produtos. A Enel precisa melhorar muito o atendimento a todas as classes de consumidores, seja industrial, comercial, rural e residencial, e apressar os investimentos”, afirmou Oliveira.

Segundo dados apresentados pelo coordenador da Superintendência de Mediação Administrativa da Aneel, Marcos Bragatto, o número de pedidos de informações e contatos sobre reclamações da Enel Goiás é superior ao registrado pela Região Metropolitana de São Paulo, o que indica uma dificuldade dos consumidores em falar com a companhia em Goiás. Desde que a Enel assumiu as operações da Celg, entre os anos de 2017 e 2018, já foram aplicadas compensações aos consumidores na ordem de R$ 126 milhões.

Além da Fieg e do Conceg, acompanharam a reunião o presidente da Fecomércio, Marcelo Baiocchi, e representantes das entidades que compõem o Fórum de Entidades Empresariais de Goiás.

Crédito da foto:  Sílvio Simões.

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