Micro e pequenas empresas foram responsáveis por gerar, no mês de junho, 3.091 empregos formais no Estado de Goiás. As informações são do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. O levantamento mostra que foram criados 52,7 mil postos de trabalho nestes segmentos no país.
De acordo com o levantamento, as médias e grandes corporações mais demitiram do que contrataram, registrando saldo negativo de 4,8 mil empregos. No primeiro semestre deste ano, os pequenos negócios equivalem a 387,3 mil empregos, 70 vezes maior que o saldo de empregos gerados pelas médias e grandes empresas (5,5 mil).
A empresa de Douglas Martins, de 22 anos, está entre os pequenos negócios que geram empregos em Goiás. O comércio dele é considerado como microempresa, pois fatura menos de R$ 360 mil no ano. Ele trabalha há mais de três anos como barbeiro e contratou um funcionário recentemente. “Vi a oportunidade e não deixei passar. É muito bom ser dono do próprio negócio, ser o próprio chefe”, destaca ele. De acordo com o barbeiro, a microempresa exige menos burocracias e não tem taxas altas.
Se por um lado as micro e pequenas empresas registraram um crescimento na geração de empregos, as médias e grandes tiveram uma pequena redução no saldo. Em comparação com o período de janeiro a junho de 2018, as micro e pequenas empresas apresentaram crescimento de 0,8% na geração de emprego e as médias e grandes, saldo 80% menor.
Setor de serviços cresce
No primeiro semestre, foram os pequenos negócios do setor de serviços que sustentaram a geração de empregos no país, respondendo pela criação de 213,8 mil postos de trabalho, 55,2% do total. Os negócios da indústria de transformação assumiram a segunda posição no ranking setorial, com criação de 56,6 mil empregos, seguidos pelas micro e pequenas empresas da agropecuária (54 mil empregos).
De acordo com os dados do Caged, o comércio foi o único segmento a registrar saldo negativo, ao se considerar todos os portes de empresas. O saldo negativo nesse setor chegou a 88,7 mil, na comparação com o primeiro semestre de 2018. O subsecretário de Políticas Públicas e Relações de Trabalho do Ministério da Economia, Matheus Stivali, avalia que retração do emprego no comércio é reflexo da atividade econômica em recuperação. “A explicação é o próprio desempenho fraco da economia. O comércio emprega pessoas de qualificação média e é onde mais a crise econômica é sentida”, disse.
Micro e pequenas representam 98% das privadas
O Sebrae destaca a importância das Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) para o país. De acordo com os últimos dados divulgados, elas representam cerca de 98% do total de empresas privadas e são responsáveis por 54% do total de empregos formais existentes no país, ou seja, empregam mais trabalhadores com carteira assinada que as médias e grandes empresas.
Como é o caso da lojista Jéssica Lellis, de 23 anos, que vende produtos de beleza. Ela conta que o comércio é bastante produtivo e ajuda a manter as despesas de casa. “As vendas pela internet também ajudam muito. É uma ótima alternativa para quem comercializa produtos a preços acessíveis”, conta ela.
Estimativa
O número de ME no país deve chegar a 4,66 milhões, em 2022, segundo projeções do Sebrae. Isso representa um crescimento de 75,5% nesse período de 23 anos. O comércio é o setor que mais concentra micro e pequenas empresas, embora tenha sido reduzido no último mês.
Uma das hipóteses do Sebrae para esta concentração no comércio é o fato de que, em períodos de baixo crescimento do PIB, ou de crises econômicas, as pessoas decidam abrir uma empresa para terem uma fonte de renda, ou seja, por necessidade, valendo-se do conhecimento e da experiência que possuem.
As informações são do Jornal O Hoje