Mesmo com o governo federal publicando em 22 de abril deste ano a Portaria no 913 determinando o fim da emergência em saúde pública de importância nacional (Espin), conhecida como emergência sanitária, quem eu seria na “fila do pão” em usar a expressão “pós-pandemia”.
Entendo que o fim do estado de emergência, de fato, não afeta todas as políticas de combate e prevenção da COVID-19, haja vista as ações de ampla vacinação, compra de equipamentos de proteção individuais (EPI´s) e ainda a manutenção de áreas hospitalares adaptadas exclusivamente para o tratamento da doença permanecerem vigentes.
Pois é, por mais que os fatos sejam ainda muito recentes, acredito que já estamos vivendo um momento em que pessoas estão mais preocupadas em rever conceitos, sacudir a “poeira” e tocar seus projetos pessoais e profissionais sem deixarem em evidência qualquer tipo de trauma ou prejuízos causados por este período de incógnitas e acontecimentos tristes para toda humanidade.
Trazendo o assunto para o “mercado de trabalho”, a pandemia não só deixou seus estragados em termos de manutenção de emprego e renda, como fez com que muitos mercados se reinventassem e estabelecessem modelos de negócios que fossem eficazes na geração de riquezas.
Porém, durante todo esse processo de mudanças estruturais, uma “peça” nesta “engrenagem” foi determinante para a definição de soluções e caminhos mais apropriados para os negócios, ou seja, o talento humano e sua capacidade de “criar” naturalmente a resolução do problema sem aplicações de algoritmos, mecanismos lógicos e artificiais.
Chegamos em um momento da história onde, definitivamente as relações de trabalho deverão ser compartilhadas e humanizadas, sem tolerar ambientes rudes, arbitrários e sistematizados.
O “novo normal” evidenciou temas que há tempos vinham sendo debatidos e estudados por especialistas em saúde, medicina do trabalho e recursos humanos. Enfim, o maior ativo das empresas são as “pessoas” e tal ativo deve ser trabalhado e valorizado com mérito e respeito.
A saúde mental do trabalhador sob a ótica de “ambientes de trabalho” é imprescindível para manutenção da produtividade e bem-estar das pessoas e dos negócios, e esse “novo normal” nos submeteu a novas situações, onde o convívio familiar e profissional se confundiram em várias ocasiões. O “home office” e o trabalho híbrido estão aí, mais evidentes e mais reais que nunca.
A questão é essa, já vivemos um “novo normal” e chegou o momento de todos os envolvidos se ajustarem a essa nova realidade e assim definirem as melhores condições de trabalho e de convivência saudável.
A pandemia não criou isso, a pandemia só antecipou temas que insistíamos deixar em segundo plano.