Diante de empregos que exigem várias competências e salários baixos, as startups têm atraído o interesse de quem quer abrir o próprio negócio e mudar o rumo da carreira, construindo sua própria fonte de renda. Tanto os empreendedores quanto os investidores estão de olho nas startups, e o otimismo para esse mercado em 2020 é comprovado também pelos números. Segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups) de 2015 à 2019, o número de startups passou de 4.151 para 12.728, um aumento de 207%.
A perspectiva é de consolidação e crescimento do mercado de startups em Goiás, segundo o administrador especialista em venture capital e startups, Marcos Bernardo Campos. Mas para que isso aconteça, ele reforça a necessidade do apoio do Governo de Goiás através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), com editais no modelo do Programa Centelha, que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora no Brasil, oferecendo capacitações, recursos financeiros e suporte aos participantes.
Marcos ressalta que o cluster das empresas de tecnologia estão se movimentando para aumentar a sua participação na economia do Estado, mas é importante educar as lideranças, empresários e a população para capacitação digital e economia colaborativa. Para o especialista, a integração e aproximação das cadeias produtivas com as universidade, é condição para a inovação nas empresas e academias, gerando o ecossistema adequado para esses negócios. “Precisamos crescer 50% ao ano o número de CNPJ de startups, empresas de base tecnológica”, pontua.
Em Goiás, as startups que terão maior impacto em 2020, de acordo com Campos, serão as de saúde, agronegócios, comércio, logística e vendas. “Estes setores são os que têm maiores demandas por inovação no Estado. A tecnologia é meio, e não fim”, frisa Marcos, que acrescenta ainda que as empresas goianas que devem se destacar no ano que vem são Globaltec, LG Lugar de Gente, Siagri, Soluti, Auvo, Nectar, Facilita e Tilix. “ Estas são as melhores empresas de tecnologia em Goiás atualmente e estão crescendo dois dígitos ao ano. Teremos uma retomada da economia ano que vem, e estas startups estão organizadas para crescerem”, diz.
Para que as previsões sejam ainda mais positivas, Marcos Bernardo acredita que falta melhorar a integração e comunicação dos agentes de inovação. Segundo ele, a evolução é consequência de mais inteligência de mercado no planejamento, aliada ao melhor entendimento das tendências nacionais e internacionais. “Não podemos esquecer de atualizar nossa estratégia para as melhores práticas e aproveitar mais as vantagens competitivas em Goiás. É necessário valorizar as empresas que fazem inovação e melhorar nossa educação na formação do capital humano em níveis internacionais”, afirma.
Para quem se interessou pelo mercado de startups, Campos destaca que um startupeiro de sucesso é uma pessoa engajada, experiente e com reputação no mercado em que atua, além ser bem relacionado com sócios, investidores e clientes.” Foco em governança e resultados também é essencial. A mentalidade da sociedade goiana ainda é muito tradicional. Precisamos entender mais sobre nova economia e como capacitar a população para essa nova era”, finaliza.
