Inovação e Investimentos na indústria goiana

 Edwal Portilho 'Tchequinho'

Presidente-executivo da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial de Goiás (ADIAL) e ADIAL-LOG.
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"A inovação vai definir quem será competitivo no País e quem não será". O presidente da Adial, Edwal Tchequinho, analisa os mais recentes resultados da inovação na indústria goiana e projeta possibilidades para o futuro (Foto: Pixabay)

A industrialização é um ativo recente da economia de Goiás. É um orgulho de três gerações de goianos que vem construindo uma história real de trabalho, dia após dia. História contada por famílias de empresários que, unidas à famílias de trabalhadores, foram desenvolvendo um parque fabril respeitável, justificando, aos poucos, a construção de políticas públicas para o desenvolvimento de programas de desenvolvimento regional.

Foi assim que, desde os anos 70, famílias, setor privado e governos foram ampliando a convivência com a média e grande indústria que se expandia em Goiás, que passava a fazer parte do sistema econômico local, por meio das empresas goianas que cresceram e das nacionais e estrangeiras que para cá foram atraídas.

Desde está época, de um parque industrial incipiente, Goiás se tornou o 7º Estado industrial do País. E, segundo dados divulgados no 1º semestre deste ano, o IBGE apontou que a indústria de transformação e extração de Goiás é a segunda maior em taxa de inovação do País. São dados oficiais da Pesquisa de Inovação (Pintec), a mais completa pesquisa do setor do País que compreende o triênio 2015/2016/2017.

Os números são excelentes e até certo ponto, desconhecidos da maioria dos empresários. Nesse período, segundo o IBGE, 1.411 indústrias goianas foram inovadoras, o que corresponde a 41,9% do total – índice abaixo apenas do Amazonas, com 46%. Com R$ 1,4 bilhão de investimento. Goiás saltou 11 posições no ranking do triênio anterior à pesquisa (2012/2013/2014). O GAP para se trabalhar ainda é grande, pois a maior parte das empresas industriais (1.864) do Estado não investiu em inovação no período de 2015 a 2017, mas somos movidos a desafios.

Para o estudo do IBGE, a inovação é aquisição de softwares, investimento em equipamentos e máquinas, pesquisa e desenvolvimento, projeto industrial e treinamento de equipes. Goiás surpreendeu o Brasil ultrapassando, de uma só vez, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pará, Mato Grosso, Pernambuco, Espírito Santo e Ceará.

Nota-se que a diversificação, marca da nossa indústria, também se percebe na lista dos setores da indústria goiana apontados como altamente inovadores, como o farmacêutico, metal mecânico e alimentos – especialmente lácteos e carnes.

Neste quase meio século, Goiás passou de uma indústria incipiente para alcançar os números apresentados acima e pode, perfeitamente, muito mais. Pode porque reúne todos atributos para atrair investimentos, mas com um grande diferencial comprovado nos números, focado na era na inovação, que é onde está o diferencial da indústria moderna.

A inovação é tema de debate na indústria em Goiás, Frankfurt, Dubai, Chicago e Xangai. A indústria hoje conversa na mesma mesa da inovação. Em novembro, a ADIAL participou de um prestigiado evento do governo goiano que o tema foi inovação do começo ao fim e envolvia praticamente todas as pastas do governo. Essa é a tônica do mundo. E o mais relevante, o engajamento dos setores público e privado prevalece e torna o tema um dos mais fortes nos encontros estratégicos em Goiás. É compreensível o resultado do Estado na Pintec.

Para resumir bem resumido, no final de tudo, para a indústria, a inovação é o que vai definir quem vai ter o menor preço no futuro e dominar o mercado de cada produto. A inovação vai definir quem será competitivo no País e quem não será.

Goiás, no último triênio pesquisado pelo IBGE deu passos largos na indústria. Mas além de tantas áreas que já somos destaque nos setores industriais, temos subsetores e cadeias complementares diferenciadas, como bioenergias, irrigação e logística que temos muito para crescer, e vamos crescer muito mais.

Com um novo programa de incentivos e maior agilidade nos licenciamentos ambientais, com mais ações conjuntas entres os setores público e privados na busca de novos investimentos, com a retomada da economia e os juros baixos. Enxergar a nova onda de crescimento econômico e ter uma estratégia bem definida para ela é fundamental para o primeiro semestre de 2021, podendo começar a movimentar antecipadamente neste tabuleiro de grandes investimentos industriais.

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