O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (8), o recorte por Estados
da produção industrial de 2018. Goiás apresentou o pior resultado dentre as regiões pesquisadas, com um
recuo de 4,5% no acumulado do ano. Os setores que mais contribuíram para o resultado negativo foram os
de produção de derivados do petróleo e biocombustível, especificamente álcool etílico; de produtos
alimentícios, com menor produção de açúcar; e de veículos automotores.
Segundo a assessora econômica da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Januária Guedes,
Goiás foi um dos últimos Estados a sentir os efeitos da crise econômica e isso fez com que a recuperação da
economia local fosse mais tardia também. “Enquanto a maioria dos Estados tiveram queda na produção
industrial em 2014, 2015 e 2016, em Goiás a queda foi observada apenas em 2016”, ressaltou.
O único setor a apresentar variação positiva, em 2018, foi o de materiais não metálicos, com produção de
elementos pré-fabricados para construção, cimentos e concreto, o que indica um possível reaquecimento da
indústria da construção.
Apesar do cenário mostrar que a atividade industrial ainda ressente os efeitos danosos da recessão, com
dificuldades para uma retomada mais robusta do crescimento, a economista da Fieg considera que a
economia goiana começa a dar sinais de recuperação.
“Na análise mensal, quando comparamos a passagem de novembro para dezembro, a atividade industrial
goiana apresentou variação positiva de 10,5%, sendo a mais intensa dentre as regiões pesquisadas. Com
relação a dezembro do ano anterior, a variação também foi positiva, com 1,1% de crescimento. O que permite
vislumbrar uma melhora num futuro próximo”, afirma.
Para o presidente da Fieg, Sandro Mabel, a retomada do crescimento da indústria está diretamente ligada à
política de atração de investimentos que será adotada pelo Governo Estadual. “Para a indústria goiana voltar
a crescer, agora com a recuperação da economia, é fundamental ter estabilidade nos incentivos fiscais. O
empresariado precisa ter segurança para retomar os investimentos. Por isso, temos reforçado junto ao
governador Caiado a importância de se manter o acordado com o setor produtivo, mantendo-se os incentivos
e os contratos assinados”, afirma.
O ano de 2018 foi caracterizado por fatores que interferiram diretamente no fraco desempenho da produção
industrial, como a greve dos caminhoneiros, o tabelamento do frete e as incertezas que marcaram o período
eleitoral no Brasil. “Os acontecimentos trouxeram um cenário de insegurança, prejudicando a retomada dos
investimentos. Temos hoje um novo momento e estamos confiantes de que a indústria goiana vai retomar o
uso da capacidade instalada”, concluiu o presidente da Fieg.