Guerra entre Rússia e Ucrânia – E a gente, como fica?

Leo Moreira

Empresário e professor, mestre em Gestão de RH e inteligência de Negócios, MBA em controladoria e finanças, MBA em Gestão Empresarial, MBA em Gestão Empresarial e Serviços. Cursou técnicas de negociação na Harvard University (EUA) e Gestão de riscos e tomadas de decisões na Chicago University (EUA). Diretor e 1º vice presidente do Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação e Serviços Terceirizados de Goiás - SEAC-GO. Mestre em Administração de Empresas (Must University) e diretor da Acieg.
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Colunista Leo Moreira reflete sobre os efeitos dos riscos geopolíticos na economia e empresas brasileiras. Confira no artigo (Crédito: traffic_analyzer)

Os efeitos da globalização sempre motivaram o surgimento de ambientes de maior produtividade e consumo de bens e serviços, também em função do surgimento de blocos econômicos e a diminuição das barreiras comerciais, entretanto, os riscos do tipo “não-empresariais” sempre fizeram parte dos ambientes de negócios e obviamente seus efeitos colaterais são mais evidentes nos dias de hoje, em função do mercado e economia global estarem conectados de forma instantânea e ininterrupta.

Normalmente, as empresas, investidores e os governos não exercem controles sobre esse tipo de risco, que podem ser observados com riscos estratégicos sob uma perspectiva global e podem incluir mudanças na economia ou no ambiente político de um país — são os chamados “riscos geopolíticos”.

“O conflito entre Rússia e Ucrânia é um grande golpe para a economia global que prejudicará o crescimento e aumentará os preços”, disse o FMI. Autoridades do FMI já disseram que esperam reduzir a previsão anterior do Fundo de crescimento econômico global de 4,4% em 2022.

A Confederação Nacional da Industria, em matéria publicada em 14/03/2022, destaca que no caso do mercado brasileiro, a elevação do preço dos minérios e dos produtos agrícolas deve ter efeitos mais imediatos sobre a inflação. No caso do petróleo, a alta não afeta apenas os preços dos combustíveis, mas também produtos petroquímicos, como plásticos e embalagens.

Por causa do baixo crescimento da economia brasileira, destaca o relatório da CNI, a indústria não deve conseguir repassar integralmente ao consumidor o custo da alta das matérias-primas em um primeiro momento. Segundo a entidade, isso compromete a saúde financeira da indústria e reduz a margem de lucros de empresas ainda afetadas pela pandemia, aumentando o risco de falências e de inadimplência

Enfim, para o gerente executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, uma guerra longa pode influenciar as exportações do Brasil como um todo, ao fazer a economia global desacelerar.

De forma geral e mais simplificada, acredito que o Brasil possui oportunidades e ameaças bem evidentes, onde caberá ao governo e principalmente ao mercado brasileiro, a necessidade de deixar definido em suas estratégias, quais as oportunidades de mercado deverão ser prioridades e na outra ponta, quais serão as ações que deverão ser adotadas para nos blindar e minimizar os riscos globais.

No Brasil, com certeza o risco eminente é o aumento da inflação, em função da influência dos preços dos combustíveis e dos alimentos neste tocante. Infelizmente, em um ambiente pré-eleitoral de falácias de todos os lados e recheado de jogos de interesses “próprios”, as coisas podem “azedar” de vez.

Vamos aguardar e torcer para que este conflito acabe o quanto antes e as consequências não extrapolem os limites territoriais.

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