A Goiás Fomento informou ontem (27) que pode liberar, de imediato, R$ 9 milhões para linhas de crédito em condições especiais aos trabalhadores autônomos do transporte escolar e de turismo em Goiás, que estão há quase três meses sem renda por conta das medidas de restrição das atividades econômicas no Estado. A reunião com o presidente da agência estadual, Rivael Aguiar Pereira, encerrada no início da noite desta quarta-feira, foi realizada a pedido do presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras em Goiás (OCB-GO), Luís Alberto Pereira, e do presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSB). Também participaram os deputados estaduais Bruno Peixoto (MDB) e Cairo Salim (Pros) e representantes das cooperativas e dos trabalhadores de vans escolares e de turismo.
A linha de crédito será no valor de até R$ 9 mil para cada operação, divididos em três parcelas mensais de R$ 3 mil, com 12 meses de carência e 48 meses no total para pagamento. As parcelas são decrescentes. Inicialmente, poderão ser atendidos até 1 mil pedidos de empréstimo. “Além de um ano de carência, ou seja, o empréstimo só começará ser pago 12 meses depois de liberado o crédito, a parcela começará na casa dos R$ 300,00 e chegará num valor bem menor na parcela final. Portanto, é algo que ajudará muito a urgência financeira hoje dos trabalhadores da categoria”, afirma Luís Alberto Pereira. Os representantes das cooperativas e dos trabalhadores do transporte escolar e de turismo agora vão deliberar sobre a proposta de linha de crédito especial da Goiás Fomento.
Na semana passada foi criada uma força-tarefa entre o Governo de Goiás, a Assembleia Legislativa e a OCB-GO para atender cerca os trabalhadores autônomos do transporte escolar e de turismo que, há mais de 70 dias, estão sem poder trabalhar por conta das medidas de restrição à circulação de pessoas para o combate à pandemia do novo coronavírus no Estado. A primeira medida, em caráter emergencial, foi viabilizar a doação de cestas básicas nos próximos três meses para atender cerca de 2 mil trabalhadores na capital e no interior de Goiás. Outra ação será buscar um acordo com empresas de médio e grande porte para que disponibilizem transporte alternativo para o deslocamento dos seus funcionários.
“A doação das cestas básicas é para suprir a necessidade mais básica e urgente de qualquer pessoa, que é o alimento. A linha de crédito da Goiás Fomento vai permtir que os autônomos e empresários do transporte escolar e de turismo possam ter um mínimo de liquidez financeira”, afirma Luís Alberto Pereira. “Também estamos negociando com empresas que tenham mais de 15 funcionários para que contratem o transporte alternativo, incluindo as vans escolares, com todas as exigências de segurança. Isso vai reduzir a pressão sobre o transporte público das maiores cidades e também garantir uma renda para centenas de trabalhadores autônomos em Goiás”, afirma o presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira.
Luís Alberto Pereira cita que o projeto de lei do deputado estadual Alysson Lima (Solidariedade), que busca autorizar o transporte alternativo na Região Metropolitana de Goiânia, seria uma solução provisória para a categoria, mas enfrenta questionamento jurídico na Assembleia e sua efetiva viabilização pode ser morosa. “Portanto, passamos a buscar alternativas que resolvam o problema emergencial, de forma rápida, para a situação urgente de milhares de trabalhadores em Goiás”, diz o presidente da OCB-GO.