Estratégia Competitiva ESG Executivos C-Level

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(Imagem: Envato/Arte/Mercado&Consumo)

Por Kelson Costa

ESG: Você provavelmente já deve ter visto diferentes Companhias e Pessoas ao redor do mundo mencionarem essa sigla.

Você tem observado as mudanças aceleradas e disruptivas dos últimos anos?

Elas já estavam acontecendo, somente foram mais aceleras pela pandemia.

Você pode notar que as Empresas e Pessoas que tiveram a capacidade de se adaptar estão tendo sucesso em meio aos desafios Globais?

Elas utilizam de Empatia, o primeiro princípio do Design Thinking, modelando a “Jornada do Cliente” conhecendo quem são os consumidores conectados com seu Propósito e todo seu Elo Produtivo, assim Missão, Visão e Valores são direcionados para Planejamento Econômico Financeiro.

Nos dois últimos anos foi possível observar uma mudança na visão e nas preocupações da sociedade, diante da busca por um cenário onde o Mundo possa estar em equilíbrio.

A nova Economia Global, a Economia Circular é um movimento natural onde as pessoas se identificam com o Propósito da Empresa, onde os negócios são: Economicamente Viáveis, Socialmente Justos e Ambientalmente Sustentáveis!

Afinal o que significa esta sigla ESG?

ESG une três fatores fundamentais que demostram o quanto uma empresa está comprometida com as questões Ambientais, Sociais e de Governança.

ESG é a sigla em inglês para “environmental, social and governance” (ambiental, social e governança, em português).

ESG é um indicador utilizado recentemente no Balanço Social de Companhias Globais para representar o quanto o negócio está comprometido com as questões Socioambientais e com a Governança, alinhadas com a Agenda 2030 da ONU.

Atualmente, o ESG é utilizado também como um indicador para investimentos com Critérios de Análise Empírica e não apenas índices Financeiros, por exemplo: investidores também observam fatores ambientais, sociais e de governança de uma companhia. Companhias também credenciam Empresas para relações comerciais que estejam em linha com as suas Políticas de Governanças com os fatores de ESG.

Já em janeiro de 2021 o ESG das Empresas Brasileiras tem sido um indicador analisado pelas Instituições Financeiras para a concessão das linhas de créditos subsidiadas conhecidas como “Fundos Verdes”.

A sigla ESG surgiu pela primeira vez em um relatório de da ONU intitulado “Who Cares Wins” (“Ganha quem se importa”, em tradução livre), resultado de uma iniciativa liderada por 20 instituições financeiras de 9 países, incluindo o Brasil.

A conclusão do relatório foi que as Companhias que utilizavam as boas práticas de Governança (ESG) no mercado financeiro geravam produtos e serviços mais sustentáveis e com grandes impactos positivos para a Sociedade.

Esta nova forma Empírica de se analisar Empresa com a Sustentabilidade e a continuidade dos negócios é conhecida no Mercado como  ETF, ou Exchange Traded Fund, “Fundo de Índice” e foi criado no Canadá. Ele tem uma história relativamente recente, mas já pode ser considerado um grande sucesso no universo dos investimentos. Na prática, os ETFs são fundos de ações que objetivam replicar a carteira de um índice de referência e analisam o comportamento de determinado índice do mercado de ações.

“Nos Estados Unidos, hoje existem mais de 1,4 mil opções de ETFs, com uma movimentação financeira em torno de US$ 2 trilhões. Em todo o mundo, a estimativa é de pelo menos 4 mil ETFs espalhados por cerca de 50 países, movimentando uma soma global na casa dos US$ 3 trilhões.” BTG Pactual Digital.

E o que significa cada letra dessa sigla ESG?

E (Environmental, em inglês, ou ambiental, em português)

A letra E refere-se as boas práticas da Empresa relacionadas ao meio-ambiente e sua atuação e envolvimento sobre temas como: Produção Sustentável, Eficiência Energética, Gestão de Resíduos, Uso Racional da Água.

S (Social, em inglês e português)

A letra S refere-se à relacionamento de uma Empresa com as pessoas que fazem parte do seu universo.: Relacionamento com a comunidade, Satisfação dos clientes, Proteção de dados e privacidade, Diversidade da equipe, Engajamento dos funcionários, Respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas.

 G (Governance, em inglês, ou governança, em português)

A letra G refere-se à Gestão da Companhia: Conduta corporativa, Código de Conduta e Ética, Gestão Estratégica de RH Gente e Gestão, Composição do Conselho, Diversidade no Quadro de Diretores, Estrutura do comitê de auditoria; Plano de Cargos e Salários, Relação com entidades e Governos, Existência de um canal de denúncias e comunicação.

Agora que você já sabe definir o ESG vamos a diante, na prática ESG

10 INSIGHTS de uma Governança ESG

1º Foque no Propósito acima do Lucro.

Fazer acontecer o Propósito da Empresa é sinal de que o Lucro vem naturalmente. Alinhe a liderança em torno do seu propósito, promova o engajamento dos Colaboradores em sua jornada, incorpore a experiência do cliente e definitivamente ancorar seu Planejamento Estratégico ao Propósito da Empresa é fazer acontecer.

2º Plano de Continuidade

Redesenhar estratégias para um mundo em transformação com mudanças aceleradas onde os negócios são disruptivos devem convergir para uma estruturação de Executivos C-Level com Plano de Sucessão e a Gestão focada em Equipes Multidisciplinares.

C-Level aqui vem de “Chief” é um termo utilizado para designar coletivamente os executivos seniores mais altos de uma companhia, como: Chief Executive Officer (CEO), Chief Marketing Officer (CMO), Chief Operating Officer (COO), Chief Financial Officer (CFO)

Este quadro de executivos é chamado de C-Suite. Para assumir posições na C-Suite, é fundamental a capacidade de liderança, gestão organizacional, relacionamento interpessoal, identificação com o Propósito da Companhia, e expertise dos negócios são as habilidades essenciais.

3° O ser humano no centro da transformação digital

Acelere a transformação digital, mas que ela seja impulsionada pelas pessoas e com o propósito de atender às pessoas – sejam elas colaboradores, consumidores ou a comunidade as quais as empresas operam. São suas pessoas que ajudarão as empresas na retomada do crescimento nos próximos meses e anos, e os seus stakeholders que impactarão suas decisões e seu sucesso. Empresas inteligentes, ágeis e inovadoras são Organizações mais humanas – organizações que colocam as necessidades e objetivos das pessoas no centro de suas estratégias de transformação e crescimento.

4° Prepare-se para o Impacto, Posicione-se para o crescimento.

2021 exigirá uma navegação cautelosa, Oceano Azul será para poucos, os desafios e impactos da crise serão sentidos em diversos segmentos. A preservação do (caixa) planejamento Financeiro e a reengenharia de custos será a principal estratégia de Sustentação dos negócios.

Não espere o retorno ao normal, reformule o que deve ser normal, no entanto, com tudo isso dito e feito, o mundo está finalmente se movendo para a fase reconstrutiva da retomada dos negócios.

5° Conheça seus clientes

Existe o Marketing, o Marketing Digital é somente uma ferramenta do Marketing. Cada vez mais os clientes têm a mente voltada para a Sustentabilidade e a fluência digital, talvez não podem saber exatamente o que querem, mas esperam que as marcas antecipem suas necessidades e as entreguem para eles experiências sem atritos e personalizadas. Há três demandas principais dos consumidores mapeadas para 2021 com respostas simples. 1. tornar minha vida mais fácil. 2. Tornar minha vida mais gratificante 3. Ter experiências e não produtos.

6° Transforme o RH em Gente e Gestão

Atualmente, a maioria das funções de RH costumam ser isoladas e verticais, fundadas em princípios sólidos, que remontam ao Modelo Ulrich dos anos 1990, essa estruturação se tornaram rígidas e predestinadas, em vez de permanecerem flexíveis e abertas.

A execução efetiva de qualquer imperativo estratégico, em qualquer escala hierárquica, significa criar uma força de trabalho com colaboradores ágeis e adaptáveis. Isso requer além do RH que, por si só, deve ser transformado em um Departamento de Gente e Gestão, adequado às demandas de uma Empresa mais Humana e próspera.

O RH tendem a ser verticais, para ajudar os negócios a se adaptarem e se transformarem, o RH deve trabalhar horizontalmente, com o novo conceito de estar ao lado dos negócios como um verdadeiro parceiro, (RH Partner) cedendo controle e ligações dos resultados com outras partes interessadas. Resumindo, mostrando ao Time que o resultado de um depende do outro.

Reestruturando o RH em Gente e Gestão na Cadeia de Valor de Pessoas: RH digital, consultores de pessoas, endomarketing, salário emocional, RH Humanizado, Ambiente Agradável, Equilíbrio Pessoal e Profissional, Alinhamento de Propósito. 

Pessoas, tecnologia, inovação e estratégia será fundamental para fornecer valor a longo prazo.

7° Foco na Sustentabilidade; não seja Greenwashing

Greenwashing, “lavagem verde” em tradução literal. O termo é usado para caracterizar empresas que utilizam de Marketing para demonstrar Sustentabilidade, mas suas ações não correspondem ao que é falado. Desenvolva a sua comunidade, foque em produção sustentável e desenvolvimento regional, abrace a Economia Circular e o Consumo Consciente com um Plano de Gestão de Resíduos, e desenvolvendo produtos Saudáveis.

8° Tornando uma Organização Confiável – Trusted Intelligence

Segundo a EY (Ernst & Young Global Limited), Trusted Intelligence baseia-se no conceito de cadeia de valor inteligente e reformula como os dados são obtidos, gerenciados, usados e escalonados dentro de uma empresa. É uma abordagem que prioriza o valor que começa não com os dados, mas com o resultado que você deseja alcançar. A partir daí, olhamos para:

·      Regras e modelos de negócios que definem a viabilidade financeira

·      IA determinando velocidade, experiências e comportamentos

·      Dados direcionados criando diferenciação

·      A habilitação de escala de suporte de tecnologia baseada em nuvem

A confiança é o elemento que permeia cada capacidade, garantindo confiabilidade e credibilidade para toda a cadeia de valor inteligente.

Novas maneiras de trabalhar em 2021 serão altamente dependentes de dados e tecnologias digitais. A confiança necessária para entregar nossas vidas ao cuidado de algoritmos sofisticados será uma moeda crítica na nova era digital.

9º Digitalize suas cadeias de suprimentos

Estamos administrando uma cadeia de suprimentos de forma analógica e ela precisa ser transformada para uma economia digital.

Precisamos construir cadeias de suprimentos fornecendo soluções digitais, flexibilidade e facilidades para a garantir a continuidade dos negócios sem rupturas de insumos.

A cadeia de abastecimento global, em sua forma atual, é incapaz de resistir às forças disruptivas de amanhã, porém o desenvolvimento de Fornecedores locais é fundamental para margem de segurança da produção.

A EY, aponta quatro imperativos para digitalizar e automatizar a cadeia de suprimentos: inteligência, arquitetura, excelência operacional, planejamento e resiliência

10º – 10 passos para se navegar na Economia Circular com estratégia ESG

1·      Alinhe o Propósito da Empresa com a Vida dos Colaboradores e dos seus Clientes.

2·      Lidere com a Alma e não com o Ego

3·      Entregue Experiências e não produtos

4·      Realize Sonhos e não somente resolva problemas

5·      Opere em redes e ecossistemas

6·      Inove sem medo de arriscar

7·      Seja Ágil e Flexível na execução

8·      Aprenda com os dados em seu redor

9·      Compartilhe ao invés de possuir

10·      Gere Impacto Social e Ambiental

O modelo de negócio do século XX que nos trouxe até aqui não nos levará adiante! Seja Ágil, Disruptivo e Humano, desenvolva negócios Economicamente Viável, Socialmente Justo e Ambientalmente Correto.

Kelson Costa, Superintendente Financeiro na Milhão Ingredients, Diretor da ACIEG e Professor. Mestre em Desenvolvimento Regional, com Formação em Administração Financeira, Ciências Contábeis e Supply Chain. 

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