Estância investe em acessibilidade para favorecer turismo inclusivo em Pirenópolis

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Glamping fica ao lado de uma rampa de acesso (Divulgação)

O Brasil conta com cerca de 45 milhões de pessoas com deficiência. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número representa cerca de 25% da população do Brasil. Esse número representativo despertou a atenção de parte de empresas e profissionais que atuam no setor imobiliário, diante da necessidade de adaptações em suas estruturas e no atendimento a essa parcela da população.

Em Pirenópolis, por exemplo, cidade localizada a 120 km de Goiânia e 140 km de Brasília, a estância Shambala Piri desenvolveu um espaço com condições mais acessíveis para cadeirantes bem aos pés das serras que circundam o local. De acordo com o empreendedor Neylon Jacob, a cabana, chamada de Olho do Dragão, foi pensada para que seja inclusiva e que mais pessoas possam apreciar o Cerrado.

“Um dos principais problemas em Pirenópolis é justamente a dificuldade de acessibilidade. Basta andar pelas ruas da cidade e vamos ver poucos espaços adaptados para o deslocamento de cadeirantes. Quando se fala em acessibilidade em áreas rurais, a situação fica ainda mais complicada. O objetivo é oferecer um ambiente que seja agradável e cada vez mais acessível em uma área que proporcione mais contato com a natureza”, destaca Jacob.

O Olho do Dragão está localizado a 7 km do centro de Pirenópolis e é o primeiro glamping da cidade: uma opção de hospedagem que mistura os conceitos de “glamour” e “camping” para pessoas que buscam mais conexão com o meio ambiente em um acampamento. Dessa forma, o novo empreendimento proporciona aos visitantes um ambiente rústico com infraestrutura e comodidades oferecidas pelo setor hoteleiro.

Em formato de domo geodésico, possui uma área coberta de 38 m² e revestido com lona especial. Junto com a área do deck, o Domo tem mais de 100 m² e  foi construído a 2 metros do chão. O deck conta com uma rede horizontal suspensa de aproximadamente 7 m² e uma banheira de hidromassagem com cromoterapia, sob um pergolado, com vista para a serra. O espaço também conta com rampa de acesso.

“O interior também conta com espaços mais amplos e com fácil circulação, sendo que a maioria dos móveis são adaptados e ficam distribuídos de forma a não atrapalhar os movimentos no interior do glamping”, afirma o empreendedor. Boa parte dos móveis, por exemplo, foi desenhada para proporcionar uma boa experiência para quem visitar o espaço, seja pessoa com deficiência ou não. A mesa, os balcões, as pias e os equipamentos eletrônicos, como o microondas, também foram adaptados para atender os hóspedes cadeirantes”, completa Jacob. Ele ainda destaca que as tomadas e interruptores também ficaram a uma altura acessível aos cadeirantes, além de atenderem a comandos de voz.

Espaços adaptados e acessíveis para cadeirantes (Divulgação)

O empreendedor destaca que o Olho do Dragão é um projeto piloto, em execução, que pretende ampliar e melhorar ainda mais as condições de acessibilidade. 

“Estamos empenhados e atentos às necessidades e às possibilidades de futuras adaptações e melhorias para possibilitar mais integração entre os visitantes da estância”, detalha Jacob.

Acessibilidade no banheiro do Olho do Dragão (Divulgação)

Experiências

A ideia de construir o espaço surgiu do desejo em disponibilizar experiências mais exóticas ao público cadeirante ou com mobilidade reduzida. O projeto nasceu a partir da importância de se pensar nos desejos desse público e proporcionar experiências únicas em um glamping. “Por isso buscamos condições para proporcionar mais experiências ligadas às belezas naturais da nossa região com uma contemplação do belo e do divino”, destaca Jacob. “Uma quebra, uma ruptura, uma desconexão da rotina frenética das grandes cidades e capitais para uma vida mais pacata e leve no meio da natureza, no nosso cerrado, repleto de pássaros, animais silvestres, uma vida simples do campo, que nos permita  conectar ao essencial”, completa.

O glamping é destinado a casais que queiram realizar uma imersão com a natureza. O espaço apostará no contraste entre as Serras da região e o céu estrelado do Cerrado com a adoção de um domo geodésico, com uma parte frontal translúcida, semelhante a um olho de dragão, que proporcionará contemplar as belezas do bioma durante o dia e a noite.

Ele foi batizado como Olho do Dragão porque tem o objetivo de despertar os hóspedes para a fantasia que gira em torno dessa figura mística. Toda a arquitetura da casa lembra um olho e a própria janela e iluminação interna em tons mais quentes também tem o objetivo de lembrar o olho de um dragão. 

“Nossa inspiração foi na cultura oriental, que considera o dragão como figura benevolente que representa força, nobreza e sorte. Ao longo dos séculos, foi visto como símbolo de riqueza espiritual e de poder imperial, responsável por prover fortuna, abundância e prosperidade”, destaca o empreendedor.

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