ESG: sustentabilidade, social e governança moldam novos negócios

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Tendência ganha evidência no mundo corporativo após pandemia de Covid-19 (Foto: Shutterstock)

O comportamento global mudou diante da pandemia de Covid-19. Os novos pontos de vista dos consumidores em relação a compra, aos impactos no meio ambiente e à sustentabilidade estão forçando mudanças no mundo corporativo. Na construção civil não é diferente e, quem não se ajustar, pode ficar para atrás. Por isso, o ESG (Environmental, Social and Governance – ambiental, social e governança, em português) se torna a “bola da vez” e pode ajudar a aperfeiçoar as práticas já adotadas pelas empresas.

Estudo realizado pelo IBM – Institute for Business Value, com mais de 14 mil consumidores em nove países, incluindo o Brasil, indicam que 66% dos brasileiros pesquisados estão dispostos a mudar seus hábitos de consumo para reduzir problemas ambientais. Globalmente, muitos se mostraram abertos às ideias de pagar do próprio bolso e até receber salários menores por um futuro mais sustentável

Na palestra ‘Princípios e práticas ESG no setor da construção’, destinada para as empresas associadas da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), dentro do projeto Ademi Qualifica, o presidente do Centro de Tecnologia de Edificações, Roberto de Souza, destacou que essa mudança de paradigma reforça que as empresas, inclusive da construção civil possuem um papel de responsabilidade global.

“É preciso pensar global e agir local. Analisar como um negócio pode atuar mais no social, no ambiental, na governança, e divulgar isso, mostrar o que ele está fazendo, seus resultados para a sociedade. Comunicar também é essencial’, explica.

Roberto destaca que a pandemia de Covid-19 aumentou a desigualdade, o índice de pobreza e, diante deste cenário, a empresa precisa se perguntar, enquanto setor privado, o que ela está fazendo ou pode fazer para melhorar esta situação. “As empresas têm um papel social, ambiental, neste contexto. Os governos não vão conseguir fazer isso sozinhos. Por isso é preciso se perguntar: ‘como o meu negócio pode fazer a diferença no desenvolvimento sustentável?’ Esta será a década da ação empresarial neste sentido. E a ESG pode ajudar”, aponta.

Na visão do especialista, o ESG ficou ainda mais em evidência depois que se tornou o foco para decisões de investimento por parte de grandes gestores de recursos e fundos de pensão.

“O capital está se movimentando em torno do ESG, assim como o comportamento das pessoas. Está ficando claro que as pessoas buscam mais do que salários. Uma mudança de paradigma na busca de trabalho por paixão, sustentabilidade, empresas com boas referências na área ambiental, inclusive internacionais, no social”, explica.

Muitas empresas do setor possuem práticas ambientais, sociais e de governança em ação, mesmo que não saibam, dentro do sistema ESG. No entanto, precisam estar mais estruturadas. Exemplos na obra são o controle de emissão de poluentes e particulados; gestão de resíduos sólidos e líquidos para evitar contaminações e descartes adequados e legalizados, que são considerados fundamentais. Aqui também entram os cuidados com a biodiversidade local desde o início das atividades e redução dos consumos de energia e água. O especialista destaca que a divulgação de tais ações também faz parte do sistema, pois informa à sociedade que a empresa está envolvida e engajada neste novo foco. Um dos dados fortes da pesquisa do IBM – Institute for Business Value é que 48% dos consumidores consideram a questão ambiental antes de fazer uma compra.

No âmbito social, as ações devem envolver cada stakeholder (cliente, fornecedor, sociedade etc), como proporcionar diversidade, equidade e inclusão, respeito aos direitos humanos e relações de trabalho – além da legislação, satisfação e engajamento dos colaboradores; relações com a comunidade e preocupação com o cliente. Em governança, verificar como as questões sociais, ambientais e de governança estão inseridas nas estratégias e processos de decisão da empresa.

“A implantação do ESG requer abordagem sistêmica, com engajamento e comprometimento da alta administração, com a política própria do sistema” orienta. “O mundo está mudando. É preciso mudar o mindset. Quem não mudar está fora do mercado”, alerta.

Calendário

Criado em 2017, o Ademi Qualifica possui um calendário de palestras e cursos ao longo de todo o ano, com temas voltados exclusivamente para as empresas associadas da entidade.

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