Escola, um ambiente de resistência

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Por Paulo Arcanjo

Qual o mundo de amanhã? Não é uma resposta simples, mesmo porque a pergunta é bem aberta. Mas seguindo pela linha da Educação, penso claramente que estamos redesenhando um panorama de várias faces no qual as crianças e jovens embarcaram antes dos adultos, o que ocorre invariavelmente em outras gerações, mas a dinâmica e a velocidade foram bem maiores.

A tecnologia e a informação são cenários ainda pouco assimilados como ferramenta para educar, mas fora da escola, contribuem decisivamente no comportamento da sociedade.
O estudo escolar é mais formal, mais livro, caderno, caneta e quadro. Fora, em casa, o aluno tem outro universo. Computador, celular e internet de alta velocidade. Que conflito há nisso?

Estudiosos e educadores vão alongar o debate, concordando ou discordando, destas formas hoje bem estabelecidas. Mas, de fato, importante reconhecer que ao mesmo tempo em que a escola pode estar “desinteressante” para o aluno conectado, também é um momento importante para desconectá-lo, colocar os pés no chão, propor relacionamentos e contato com outras pessoas – que muitas vezes o mundo da tecnologia não estimula.

Assim, não há de se condenar ou aprovar o modelo adotado atualmente, pois vejo que este caminha no seu tempo. Mas, enquanto a tecnologia não integrar mais as pessoas (não apenas conectar) e não contribuir para humanizar as nossas crianças (que estão com suas mentes em formação), não se pode priorizá-la dentro das escolas a tecnologia que se usa fora da sala. Softwares educacionais virão, são bem-vindos, mas não substituem o humano. São relevantes e aliados, mas o protagonista é o educador, ser humano.

É preciso identificar na escola o ambiente de “resistência”.

A casa, antiga aliada da escola, tem perdido a batalha. É constrangedor e triste, mas é preciso admitir que uma parcela muito relevante de pais, atualmente, empurram os filhos para celulares e computador, por não conseguirem educá-los. Nas escolas, ainda resistentes, não pode ocorrer o mesmo: professores empurrar os alunos para os computadores por não conseguir educá-los. Neste ponto, precisamos valorizar a escola e os professores, pois estão sobrecarregados na tarefa de educar as crianças.

** Paulo Arcanjo é advogado e diretor dos colégios Metropolitano e Metropolitano Jr.

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