Entre os tantos conceitos relacionados ao empreendedorismo, o que mais contextua a realidade, a define, é a capacidade de “antever-se” aos fatos e criar oportunidades de negócios, desenvolver produtos ou serviços e que proponha soluções inovadoras. Em resumo, é quando alguém tem uma boa ideia e a transforma em um negócio que lhe gere riqueza (lucratividade).
Gosto muito de uma colocação popular que diz: “treino é treino, jogo é jogo”, ou seja, por mais que a pessoa realize estudos e defina um planejamento estratégico muito bem elaborado, e esteja munido de todas os recursos e reservas que lhe convenham, cabe lembrar que o mercado tem “vida própria”.
Nas últimas décadas, o mercado deixou de ser um ambiente predominantemente “social” e passou a ser introduzido a um ambiente virtual, propício para geração de demandas e ofertas. Desta forma, o que antes conhecíamos como um ambiente que predominava o relacionamento, bairrismo, custo-benefício entre as partes, empatia, confiança com uma pitada de “fidelidade”, foi e vem sendo suprimido por um cenário autônomo, dinâmico, regulamentado, macro, em constante evolução e principalmente competitivo.
Para sobreviver e perpetuar um negócio neste cenário, não basta ter um bom produto ou serviços, o empreendedor tem que ter EFETIVADADE e PENSAMENTO POSITIVO, ou seja, cercar-se de pensamentos proativos e desenvolver suas atividades com eficiência, objetividade e focado em resultados.
Não existe fórmula mágica para o sucesso, e o mercado atual não está favorável para “sonhadores”, afinal, sonhar é um posicionamento disponível para toda e qualquer pessoa. Desta forma, embasar a iniciativa de empreender a um nicho qualquer não lhe garante sucesso nos negócios.
Como disse anteriormente, o mercado tem “vida própria” e mediante qualquer oscilação natural relativa à lei da oferta e demanda, bem como influências decorrentes de motivos de força maior, a exemplo do que estamos passando atualmente com a pandemia da COVID-19, o mercado é capaz de adaptar-se de forma instantânea e sem piedade.
Sem precedências recentes, os métodos e ambientes de negócios se depararam com o desafio de buscar soluções para minimizar as consequências de ações que restringiam o funcionamento e realização de negócios.
Eis que a posição chamada de “zona de conforto” veio à tona, e como ninguém gosta de ficar fora dela, acabou exigindo que todos os empreendedores, por mais bem sucedido que fossem, tivessem que parar, refletir, avaliar o cenário e tomar uma decisão.
Todos foram obrigados a analisar com a máxima efetividade, e em meio ao caos causado pela pandemia, e sem entrar no mérito. Lembro que infelizmente, muitos nem tiveram condições de rever seus negócios, tendo em vista que as paralizações promovidas pelos que pregavam o “fiquem em casa e a economia a gente vê depois”, não davam opções ou condições mínimas de continuidade. Lamento pelos negócios formais ligados a setores de empreendimento musical, cultural, lazer, beleza, turismo, bares, restaurantes self service e muitos serviços autônomos definidos como não essenciais.
Em geral, o que vimos foi uma migração do ambiente físico para o ambiente virtual e quem foi favorecido, sem sombra de dúvidas, foram os mercados de E-COMMERCE (Sites, redes sociais, aplicativos de mensagens, etc) e as plataformas de entretenimento e relacionamento (profissional ou social).
Presenciamos o comércio físico migrando e/ou investindo na comercialização de seus produtos e serviços pela internet, e os relacionamentos entre fornecedores e clientes sendo feitos de forma remota.
Entretanto, com a desaceleração da economia, maior competitividade e com a insegurança em promover novos investimentos, muitos optaram por uma palavra que nunca esteve tanto evidente, com o NETWORKING. Afinal, muitos negócios e profissões ainda fomentam suas ações nos ambientes que demandam confiança, empatia, tratativas prévias e desfechos com concordância mútua. Tais necessidades são frutos de relacionamentos que cada indivíduo constrói na vida e que possuem valores imensuráveis. Antes, se falavam muito em parceria que promovessem indicações, mas o momento atual exige mais que isso, exige “ganha-ganha ou um pelo outro”.
Para isso, a prática do networking nunca foi tão explorada, tendo em vista que as chances de uma demanda regada por uma indicação darem certo é até quatro vezes maior do qualquer outro canal de marketing.
Para isso, diante de tantas mudanças exploradas acima, muitos empreendedores estão buscando alternativas de networking para continuarem em destaque no mercado e aproveitando novas oportunidades que eventualmente surjam. Relacionar-se, atualmente, tornou-se a “bola da vez” e vem fazendo que as pessoas se reúnam e procurem saber mais sobre o negócio do outro e estabelecer maneiras de contribuírem de forma mútua.
Para facilitar tais ações, há pouco mais de um ano, grupos de empresários em todo o território nacional, optaram em fazer parte do BNI (Business Network International), uma consagrada organização mundial de networking baseada no “Givers Gain”, ou seja, um princípio baseado na lei da reciprocidade.
Um destes grupos do BNI, formado por empresários qualificados, foi consolidado na cidade de Goiânia (GO) há pouco mais de um ano e trata-se do BNI CERRADO (Instagram – @bnicerrado). Durante este período de pandemia, os membros vêm se reunindo semanalmente, de forma remota (plataforma zoom), para discutir seus negócios e experiências em um ambiente que exige a confiança, responsabilidade e o compromisso de todos. Desta forma, acredita-se que todos ficam aptos e confiantes em indicar e contribuir com a manutenção dos negócios e geração de riquezas entre os membros.
Este é apenas um exemplo de como se reinventar e ter acesso a novos nichos, entretanto, o que deve ser valorizado é a capacidade de cada empreendedor em manter-se confiante, capacitado e convicto que em breve o Brasil vai sair desta instabilidade econômica, política e social.
Lembrem-se: “Nas crises, quando um chora o outro vende lenço”.