É sério tudo isso?

Leo Moreira

Empresário e professor, mestre em Gestão de RH e inteligência de Negócios, MBA em controladoria e finanças, MBA em Gestão Empresarial, MBA em Gestão Empresarial e Serviços. Cursou técnicas de negociação na Harvard University (EUA) e Gestão de riscos e tomadas de decisões na Chicago University (EUA). Diretor e 1º vice presidente do Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação e Serviços Terceirizados de Goiás - SEAC-GO. Mestre em Administração de Empresas (Must University) e diretor da Acieg.
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"Se esse circo insistir em persistir, negócios vão fechar, a população ficará sem renda, o estado não suportará a demanda social", confira na coluna de Leo Moreira (Foto: rawpixel.com)

Às vezes tenho a sensação que estamos sendo manipulados para ignorar nossos conhecimentos, experiências, convicções e consolidar posicionamentos que atendam aos interesses das pessoas que “ditam o mercado”, dos poderosos da política brasileira e da suprema corte do poder judiciário.

Nunca ouvimos tanto as expressões, “de acordo com os especialistas” e “estado democrático de direito”. Ora, é óbvio que estamos vivendo um mar de informações desencontradas, onde especialistas defendem suas opiniões como sendo verdades absolutas, a grande mídia expondo a população em geral um conteúdo tendencioso a seus interesses e ideologias e, como sempre, a classe política travando um jogo de interesses próprios e de luta pelo poder.

Como filhos chorando em busca do colo da mamãe, todas as divergências e decisões do poder Executivo e até mesmo do Legislativo passaram a ser deliberados na suprema corte do poder Judiciário. Ou seja, transformaram um regime presidencialista, onde deveria prevalecer uma moderação entre os três poderes, em um país judicializado (O ministro Dias Toffoli do STF, titulou o momento como “regime semipresidencialista”).

É sério tudo isso? Instabilidade na economia, insegurança jurídica, a inflação em níveis preocupantes, o setor industrial indeciso sobre novos investimentos, o agronegócio pontualmente atacado por ambientalistas desinformados, os empreendedores sofrendo para suportar uma carga tributária surreal imposta pela “fome insaciável por recursos” da máquina pública e, por fim, para falar que não falei de “pandemia”, as novas variantes do vírus da COVID-19 que alimentam o discurso apocalíptico dos grupos dos “quanto pior melhor”.

Uma coisa eu tenho certeza, as pessoas devem continuar se cuidando, conforme as orientações contidas nos protocolos e manuais de prevenção ao contágio pelo vírus da COVID-19. E o poder público, agora com tempo hábil e sabendo com o tipo de doença que estão lidando, deve garantir uma capacidade hospitalar que atenda um eventual aumento do número de casos.

Às vezes faço uma reflexão imaginando o que seria do Brasil sem seu vasto território com as suas riquezas naturais e a “fome empreendedora” do povo que nele investe e trabalha.

Já disse e reforço um posicionamento que não abro mão: o poder público deveria pelo aos menos uma vez na vida se lembrar que, “quem gera riqueza e paga impostos é o povo”. Se esse circo insistir em persistir, negócios vão fechar, a população ficará sem renda, o estado não suportará a demanda social e nenhum investidor irá alocar seus recursos em um país à deriva.

A “conta” das medidas adotadas no combate a Covid-19 está chegando e, mais que nunca, descobrimos que vivemos em um mercado globalizado. Devemos ser comprometidos com nossas convicções, compreender que o momento é delicado e que procurar culpados não é a melhor opção. Em um futuro breve, sim, uma apuração apartidária aos inúmeros indícios de desvios de verbas públicas e improbidades.

Todos os países do mundo estão passando por algum tipo de instabilidade e, nos colocar às margens disso tudo, seria ignorar os fatos como são.

Acredito que um dos caminhos seriam pelo consenso nas políticas públicas: o empreendedor seja preservado e que a população que realmente necessita de apoio não seja ignorada. Enfim, o estado democrático de direito seja garantido, a economia estabilizada e o investimento público em infraestrutura, saúde, segurança e social, sejam feitos com contundência, responsabilidade e lisura.

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