Distribuição de resultados é diferencial das cooperativas de crédito, afirma diretor-presidente do Sicoob UniCentro Br

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O Sicoob UniCentro Br é uma cooperativa de crédito de livre admissão que tem o objetivo de administrar os recursos financeiros dos cooperados, proporcionando maior rentabilidade e justiça financeira a todos. A instituição foi fundada há 31 anos, administra mais de 7 bilhões de ativos e conta com mais de 121 mil cooperados no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins.

Em entrevista, o diretor-presidente do Sicoob UniCentro Br, Diogo Máfia, fala sobre as sobras no universo das cooperativas financeiras. Confira:

Como funciona a distribuição de sobras na cooperativa?

As sobras – ou também conhecidas como resultado financeiro – são o resultado do trabalho realizado ao longo do ano na cooperativa. No modelo cooperativista, trabalhamos com taxas mais competitivas no mercado, seja para emprestar o dinheiro, seja para captar recursos. Ainda assim, é possível fazer um saldo positivo e essa é, justamente, uma característica do cooperativismo: a sobra não vai para a um acionista, é dividida entre os seus cooperados. Portanto, de maneira proporcional, à medida em que o cooperado realiza suas movimentações financeiras, seja aplicando dinheiro, fazendo empréstimos ou contratando produtos e serviços, ele recebe uma parte daquele excedente. Isso é muito importante porque garante que o dinheiro continue circulando em um alcance muito maior em empresas de capital convencionais. Então, após a Assembleia Geral Ordinária, fica decidida a maneira mais adequada de distribuir essas sobras, que volta para o quadro de cooperados.

O que significa esse valor de R$115 milhões em sobras, referente ao ano de 2023, para o fortalecimento institucional do Sicoob UniCentro Br e do sistema cooperativista como um todo?

Em 2023, nós atingimos o terceiro maior volume nominal de sobras da história do Sicoob UniCentro Br, que foi fundada há mais de 31 anos. É um volume expressivo, que demonstra como o cooperativismo tem conseguido crescer e ganhar mercado no Brasil. Em países da Europa e da América do Norte, o cooperativismo já tem uma predominância de mercado maior do que aqui no Brasil, mas nós temos avançado e temos conseguido alcançar números significativos. Um resultado exuberante como o que apresentamos referente a 2023, demonstra a solidez e a segurança para deixar os associados cada vez mais engajados em investir na sua cooperativa, para fortalecer o modelo, que irá produzir mais e atender cada vez mais as suas necessidades.

Qual a importância das sobras na relação comparativa entre bancos e cooperativas de crédito? Em que essas instituições se diferenciam?

Ao compararmos bancos e cooperativas de crédito, a diferença essencial é que um banco pertence, normalmente, a algum grupo pequeno de acionistas. O controle decisório, portanto, está na mão de poucas pessoas e, consequentemente, o controle do retorno. Já a cooperativa trabalha com taxas mais justas, exatamente porque os donos são os próprios usuários. Neste ponto, está o que os difere substancialmente, porque além das taxas mais favoráveis ao longo de todo o exercício do ano, ainda há o excedente, que é devolvido aos cooperados na proporção da sua movimentação. Então, isso é um meio muito mais proveitoso para o uso de uma empresa financeira.

De que forma as instituições financeiras cooperativas impactam o mercado brasileiro?

As cooperativas financeiras, nos últimos quatro anos, dobraram suas participações no mercado brasileiro, apesar de ainda observarmos uma participação muito menor do que se nota em países como França e Alemanha, por exemplo, que estão em um patamar acima de 50% do mercado. Contudo, já atingimos a marca de 10%, e existe, inclusive, incentivos do Banco Central do Brasil para que as cooperativas consigam atingir 20% do mercado financeiro. Esse movimento de retirar o controle do meio financeiro de apenas quatro ou cinco instituições – que era o caso do Brasil há poucos anos – é importante porque aumenta a competição, o que beneficia o consumidor. Isso porque gerar essa competitividade na qual as cooperativas entram, faz com que as instituições financeiras tradicionais obrigatoriamente precisem melhorar sua prestação de serviço. Então nós, enquanto cooperativa, conseguimos melhorar diretamente e indiretamente o mercado.

A cooperativa conseguiu acumular R$ 1 bilhão em sobras ao longo desses mais de 30 anos de existência e a meta agora é alcançar o mesmo valor em 4 anos. Durante a sua gestão, como a cooperativa irá trabalhar para chegar a esse resultado?

Tudo o que fazemos na cooperativa é muito planejado. Planejamos, meticulosamente, uma forte expansão e, nos últimos cinco anos, nós aumentamos em quase mil por cento o nosso número de agências. Nós já estamos colhendo os frutos disso e, para os próximos anos, pretendemos colher ainda mais, pois o modelo de negócio tem crescido, aumentado o volume de recursos administrados, feito cada vez mais negócios e, consequentemente, nós vamos conseguir trazer resultados cada vez mais robustos. Então, tudo isso é fruto de planejamento estratégico e não é algo que se faz de um ano para o outro, é algo que estamos plantando há quase uma década para podermos chegar nesse momento em que temos condições de entregar, em período mais curto, um valor acumulado igual ao que entregamos praticamente em todo o período de existência da instituição. Portanto, é um crescimento gradativo, mas mais curto que em outros períodos, porque cada vez mais a cooperativa crescerá e conseguirá entregar resultados ainda mais exuberantes.

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