*Por Alessandra Luzine
Inovação é a palavra de ordem no mundo corporativo. Ela é vista como a chave para a sobrevivência das empresas em um mercado cada vez mais competitivo. Entretanto, implementar uma cultura inovadora não é tarefa simples. Requer quebra de paradigmas. Afinal, não se trata apenas de investir em tecnologias, processos e métodos ágeis, mas de criar soluções disruptivas para problemas existentes.
Partindo do pressuposto de que quem inova são as pessoas – e não as máquinas, o primeiro (e principal) passo para implantar uma cultura de inovação é o desenvolvimento do capital humano. Isso porque, geralmente, habilidades essenciais no atual cenário como ousadia, criatividade, pensamento estratégico, resiliência e inteligência emocional, nem sempre são natas, ou seja, necessitam de aperfeiçoamento.
Neste aspecto, a mudança de mentalidade e atitude, bem como a orientação para a inovação, deve permear todos os níveis da organização. Pois, de nada adianta ter uma equipe inovadora se o líder não está aberto para experimentar novas estratégias. Muitas vezes, por medo de fracassar, muitos negócios ficam estagnados e não se arriscam a dar chance às novas ideias.
Assim, se espera que o líder seja um facilitador ao inspirar, motivar e engajar os seus liderados, extraindo o que cada um tem de melhor. E isso requer acompanhamento da equipe em cada desafio, diálogo, gerenciamento de conflitos, escuta empática, feedbacks construtivos e estímulo à colaboração, curiosidade, proatividade, pesquisa e aprendizado contínuo. Isto é, cabe a ele plantar e cultivar a semente da inovação.
O consultor e especialista Vijay Govindarajan, em seu livro “A Estratégia das 3 Caixas: um modelo para fazer a inovação acontecer”, afirma que, diante das frequentes mudanças no ambiente de negócios, o líder precisa desenvolver na empresa a capacidade de adaptação constante. Segundo ele, a receita para o sucesso consiste em equilibrar três aspectos: gerenciar o presente, esquecer o passado e criar o futuro.
Govindarajan explica que gerenciar o presente se baseia em expandir e melhorar os produtos e serviços já existentes, criando a cultura de fazer tudo da maneira mais inteligente, rápida e econômica. Ele diz ainda que, para se criar o futuro, talvez seja necessário “abandonar práticas, hábitos, atividades e atitudes do passado”, sobretudo estruturas inibidoras que se enraizaram em razão de sucessos anteriores.
A partir daí, para inovar, é preciso estar aberto às experimentações e testar hipóteses, de modo que cada erro seja encarado como um novo aprendizado. Em resumo, Govindarajan, que já trabalhou com mais de 25% das empresas listadas na Fortune 500, ensina aos líderes que existem dois trabalhos importantes a fazer: promover a eficiência no negócio atual e inovar para o futuro. Enfim, o segredo é nunca se acomodar!
*Alessandra Luzine é psicóloga, especialista em Gestão de Pessoas e Negócios e CEO da A3 Consultoria