Mesmo após as festividades de fim de ano, a cidade ainda não retomou o seu ritmo considerado normal. Afinal, janeiro é um mês em que muita gente ainda está de férias. Mas se para muitos a época é de folga, para alguns o período é de trabalho e chances de bons negócios. É o caso de corretores de imóveis. Muitos desses profissionais autônomos abrem mão de descansar no começo do ano, para atender aqueles clientes que aproveitam a calmaria da cidade para visitar lançamentos imobiliários.
Só na URBS, uma das maiores imobiliárias do Estado, mais de 30 profissionais optaram por atender seus clientes nestes primeiros dias do ano. O corretor de imóveis Eduardo Geffen é um deles. Com dez anos de mercado, ele percebe que muita gente aproveita a folga na agenda para dar atenção maior à compra do imóvel. “Em Goiânia, nesta época do ano, vêm muitas famílias do interior ou mesmo de outros Estados, como Mato Grosso, e que aproveitam o período de férias para procurar um imóvel na capital com mais calma. Em geral são famílias que buscam um imóvel para os filhos que vêm estudar na capital”, esclarece o corretor.
De olho nas vendas que costuma fechar nesses períodos de calmaria, Eduardo conta que sempre planeja antecipadamente o fim e o início de ano para trabalhar e descarta tirar férias em dezembro e janeiro. “Ano passado foi um dos melhores anos para mim, em termos de vendas diretas no final do ano. Concretizei duas vendas nos últimos dois dias de 2017”, diz ele, que desde a semana passada tem se alternado em plantões presenciais e por atendimentos via celular.
Segundo o corretor autônomo, ambos os imóveis vendidos no fim do ano passado foram para pessoas de fora da cidade e que compraram apartamentos na planta para morar. Eduardo Geffen conta que o trabalho nos plantões imobiliários de fim e do começo do ano também lhe garantiu vendas futuras. “É um bom momento também para captar o cliente, que quando tem um bom atendimento e gosta do produto volta com certeza para fechar negócios depois”, diz.
Diretor da URBS Lançamentos Imobiliários, Ricardo Teixeira comenta que nos últimos plantões de venda a imobiliária tem percebido um fluxo considerável de pessoas que moram fora de Goiânia e aproveitam a visita à capital para comparecer aos estandes e conhecer de perto o mercado imobiliário da cidade. “Hoje temos em Goiânia imóveis com uma excelente qualidade construtiva, uma arquitetura moderna e antenada a tudo que há de mais novo em termos de segurança e conforto para moradias. Esses aspectos por si só já atraem muitos compradores com o objetivo de investir. Mas também temos uma metrópole com uma alta qualidade de vida e que nos últimos anos tem atraído um grande fluxo migratório”, esclarece o executivo.
Temporada 2019
Depois de trabalhar nos últimos cinco plantões de fim de ano da URBS, Eduardo Geffen vislumbra para 2019 uma das melhores temporadas para venda de imóveis em Goiânia. “São grandes as expectativas, embaladas pelo crescimento da economia do País, bem como o aumento da confiança do consumidor”, argumenta o corretor.
Corroborando com o corretor, o diretor da URBS, Ricardo Teixeira, também está confiante na prosperidade do mercado imobiliário neste ano. Ele salienta que o mercado imobiliário de Goiânia experimentou em 2018 uma diminuição significativa nos seus estoques e que isto, somado com o “grande número de vendas” nos empreendimentos lançados nos últimos dois anos, tem gerado no setor uma expectativa de grande crescimento para 2019.
“Para 2019 já temos confirmados 35 lançamentos imobiliários de incorporadoras com a qual trabalhamos, em Goiânia, cidades da Região Metropolitana e também em Anápolis. Só em Goiânia serão 30 lançamentos, o que dá uma média de quase três a cada mês”, destaca o executivo.
Momento econômico
Ricardo Teixeira lembra ainda que a economia brasileira passou por um momento muito difícil, porém o mercado goiano, segundo ele, “não sofreu tanto” como outros Estados, a exemplo de São Paulo e Rio de Janeiro. Para Teixeira, a justificativa é que Goiás e a região Centro-Oeste vivem um franco momento de expansão de sua economia e de sua população, devido especialmente ao agronegócio e a pecuária.
“Em Goiás, por exemplo, mesmo num ano de incertezas com uma eleição acirrada, o agronegócio registrou um crescimento de 4,7%, ante a média nacional de 2,5%. Mais uma vez esse setor, que corresponde a mais de 60% do PIB goiano, movimentou a economia do Estado e fomentou outros setores, que também registram crescimento, como indústria e serviços. Num cenário como esse e agora com a crescente aceleração da economia brasileira a perspectiva é só de melhora”, afirma Ricardo Teixeira ao comentar alguns números divulgados recentemente pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Econômicos (IMB), da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan).