Cooperativismo mostra força diante da crise

Coluna Cooperativismo

Opinião de quem ajuda a construir um modelo de negócios mais justo e sustentável, que une desenvolvimento econômico e social, produtividade e sustentabilidade, o individual e o coletivo, sempre de forma democrática.
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(Crédito: Pixabay)

Luís Alberto Pereira

Metade da produção do campo brasileiro passa por uma cooperativa agro. Cem mil cooperados organizados em 1,3 mil cooperativas de transporte conduzem a riqueza do Brasil de Norte a Sul. Cerca de 37% da saúde suplementar no Brasil é realizada pelas cooperativas Unimed. As cooperativas de crédito, embora não sejam as maiores instituições do sistema financeiro nacional, não deixaram seus associados na mão, prorrogaram operações e atenderam suas necessidades de crédito.

Muitas soluções para amenizar a atual crise sanitária/econômica foram encontradas no setor cooperativista. Felizmente, continua valendo a máxima de que “Deus nunca dá um fardo maior do que podemos suportar”.

Quem mais estaria preparado para enfrentar as consequências da covid-19, senão as cooperativas?

Por priorizar as pessoas, o cooperativismo supera as crises com mais sensibilidade e maturidade emocional que a maioria das empresas. Apesar da gravidade e imprevisibilidade do momento, continuaram produzindo e transportando alimentos, cuidando da saúde das pessoas e dando fôlego financeiro aos cooperados.

Como o bem que se faz vai e volta, a maioria de nossas cooperativas manteve ou aumentou os seus faturamentos, margens e praticamente não demitiu. Por exemplo, o volume de captação nas cooperativas de crédito aumentou, na média, mais de 30% no período da pandemia. O segredo? Princípios, profissionalização, competência, confiança e respeito pelos cooperados.

A performance das cooperativas nesta crise contou com a excelente presença institucional do Sistema OCB, que defendeu os interesses do cooperativismo junto aos Três Poderes. Essa atuação confirma a força do modelo de negócio e a importância de se valorizar as instituições de representação.

Na recente crise, o Sistema OCB adaptou-se rapidamente e aproximou-se das cooperativas, que são sua base de sustentação. Acelerou a inovação, mobilizou sua frente parlamentar, comunicou, informou, mostrou que estava preparado e, ao ser exigido, reagiu à altura. Com firmeza, demonstrou seu valor e importância em momentos agudos, sem perder a sensibilidade com colaboradores e cooperados.

Sairemos fortalecidos da crise, mas é importante não se descuidar e ter em mente o que nos ensina o mercado de capitais:

“resultados passados não garantem resultados futuros”. 

Devemos nos manter atentos à nova realidade e à ordem das coisas, considerando até mesmo a possibilidade de que o modelo que nos trouxe até aqui possa não ser o mesmo que irá seguir adiante. Novos desafios surgirão. É fundamental que continuemos preparados e unidos para enfrentá-los.

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Luís Alberto Pereira é presidente do Sistema OCB/GO


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*Artigo publicado originalmente no site BR Cooperativo

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